domingo, 20 de dezembro de 2009

Chanuka - חנכה

Desde criança meus natais sempre foram muito diferentes. Em parte porque morei em Israel de 1993 a 1995, e também por minha mãe ter se convertido ao judaísmo. Lembro que durante muito tempo comemoramos todas as festas judaicas. Tradição que na verdade era mantida junto com as festas daqui. Afinal era muito difícil ter uma criança em casa e não montar árvore, comer peru ou esperar papai Noel nas noites quentes de dezembro.
O tempo passou e algumas celebrações foram deixadas de lado, acreditem, o judaísmo sabe dar boas festas! Mas uma em especial ficou: o Chanuka (no hebraico quer dizer dedicação). Muitos de vocês talvez nunca tenham ouvido falar nesta palavra. Porém, o Chanuka nada mais é do que o Natal judaico, cuja celebração gira em torno de um milagre que aconteceu em Jerusalém (em hebraico: Ir a Shalom; e na tradução literal: cidade da paz).
Na tentativa de resistir à ocupação helenística, os judeus se organizaram e se armaram para retomar seu Templo Sagrado (aquele do muro famoso, estão lembrados?!). Furiosos, os invasores corrompem o óleo que era utilizado no acendimento das velas durante os rituais. O restante não é suficiente para iluminar um dia sequer. No entanto, na ânsia de impor seus costumes novamente, os judeus insistem em acender a menorah (um candelabro com sete velas). Para o espanto de todos, as velas queimam até o fim totalizando oito dias.
Por isso, em dezembro quando ocorre o 24º dia do mês judaico de Kislev, se comemora o tão famoso Festival das Luzes. Em Israel, todos os lugares são enfeitados com milhões de lâmpadas brancas e ao cair do sol o país se ilumina. São oito dias de farra, em cada um se acende uma vela a mais até completar a chanukia (uma menorah com nove velas). Se canta músicas como Ness gadol haiá sham (na tradução Um grande milagre aconteceu lá). E se come deliciosos Sufganiot, sonhos recheados com doce de leite.
Árvore de Natal e Chanukia fazem parte da decoração da sala, das intermináveis discussões, e de um grande número de livros... Livros! O povo judeu é o povo do livro. Levamos isso muito a sério. Chanuka é uma festa de luz, de sabedoria e de respeito ás diferenças. Apesar de não ser muito popular fora de seu círculo, já teve aparições em seriados famosos, tais com Seinfeld e The O.C.. Alías, no último os personagens judeus da família Cohen comemoram o “Christmuska”, uma mistura dos dois feriados. O que pode ser mais atual? Cada vez que uma Chanukia e uma árvore de Natal convivem pacificamente aquele milagre continua acontecendo.
Texto em colaboração de Rossana Cattani, professora de inglês e jornalista.

domingo, 22 de novembro de 2009

A saga do personagem narrador

Nas linhas empoeiradas da obra de Mario Vargas Llosa mora um modesto policial. Lituma não tem sobrenome, é um mero guarda civil ansioso para desvendar o caso que dá nome ao livro: Quem Matou Palomino Moleiro? (Francisco Alves, 169 páginas, R$28,00). Sua história começa em uma noite quente de Talara, uma cidadezinha dos confins peruanos. Palomino Moleiro, a vítima em questão, é encontrado brutalmente morto em uma fazenda por Lituma e seu fiel escudeiro, o Tenente Silva.

Mesmo frente à imagem do homicídio brutal, o guarda não perde a oportunidade de ter uma reflexão sagaz, coisa que faz com freqüência. Aliás, boa parte de seu personagem é composto por seus pensamentos e alterego. Muitas vezes as lógicas de Lituma são ditas em voz alta, diminuindo sua autoridade. No entanto, é uma boa pessoa. Se deixa abater pelo crime e pelo estado em que se encontra a mãe do falecido.

Na promessa de resolver o misterioso assassinato, ambos os policiais se deparam com uma rede de corrupção. Lituma com seu caráter auto-depreciativo se frustra logo com a incapacidade perante os peixes grandes da aeronáutica. As surpresas não são seu forte, por mais que o livro seja puro suspense. O policial tem uma personalidade bastante imprópria ao seu propósito, é um medroso assumido.

Melancólico, ora nostálgico, a criação de Llosa é tímida e introvertida. Oposto do Tenente Silva que passa o tempo todo correndo atrás de uma mulher casada, falando besteiras. Apesar disso, participa dos gracejos do Tenente e até defende-o em alguns momentos. Mas geralmente Lituma se mostra educado e preocupado em ajudar as pessoas, na verdade quer ser mais prestativo do que já é.

O Tenente Silva exerce certo poder sobre Lituma. Em parte por ser mais velho, também por ser fisicamente mais robusto. Os devaneios de Lituma mantêm a memória de Palomino Moleiro vivo durante a narrativa. As músicas e boleros do Palomino invadem a cabeça do guarda civil toda vez que o cenário é a noite praiana de Talara.

"Filhosdumagrandíssima" é assim que Lituma começa e termina o romance policial. E a expressão de espanto e indignação do soldado é usada apenas para abrir e fechar a estória, sem cansar o leitor, caso fosse transformada em um bordão freqüente do personagem central do livro.
Quem é Lituma no meio dessa gente? Um caboclo, assim como Molero, que ganha destaque ao ser brutalmente morto. Mas é esse caboclo-soldado o responsável por umas das melhores passagens do livro, quando o narrador descreve suas impressões frente ao déspota coronel Mindreau, à excêntrica Alícia Mindreau, ao perspicaz Tenente Silva e suas tentativas de conquistar a difícil dona Adriana. O ritmo captura o leitor da primeira a ultima linha. Parece despretensioso, mas é espelho de uma América Latina revolta e injusta.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Tom Wolfe em Porto Alegre

Em seu terno e sapatos impecavelmente brancos, com seus cabelos denotando seus 78 anos, Tom Wolfe subiu ao palco do Fronteiras do Pensamento Braskem 2009, dia 16 de novembro em Porto Alegre, uma noite agradável de segunda-feira, para uma palestra ansiosamente esperada pelos seus fãs. Wolfe, a lenda viva do New Journalism, é um homem de fala mansa e palavras ácidas. Algumas pessoas compreenderam o significado das suas frases e outras acharam sua apresentação medíocre.
Thomas Kennerly Wolfe nasceu no estado da Virgina nos EUA, dia 2 de fevereiro de 1931. Seu tom desagrada por causa do pessimismo. É um deus, prevendo o apocalipse. Inclusive fez menção ao filme 2012, em cartaz. Clichê ou não, ele sabe o que diz, e no fundo das palavras superficiais existe uma verdade inquietante, a intelectualidade atual é burra. Até o título de sua monografia já previa os tempos contemporâneos: "A Zoo Full of Zebras: Anti-Intellectualism in America” (Um Zoológico Cheio de Zebras: Anti-Intelectualismo na América).
“Vivemos o que chamo de depressão número dois. Minha sensação é a de um tremor de terra, de que tudo está de cabeça para baixo”, satiriza o velhinho carismático. Após uma breve introdução do professor e escritor Juremir Machado da Silva, 10 minutos de piano moderno e duas tentativas de Wolfe em falar português, ele deslanchou em uma análise da sociedade em que vivemos e chegou a três principais mudanças que pioraram o mundo. Com seus trejeitos e mãozinhas trêmulas ele explicou: “A primeira grande mudança é o carnaval sexual. A pedofilia vende e isso é preocupante. A repressão sexual é o que nos torna humanos”.
A segunda mudança é no campo das ciências. Ele criticou biólogos e cientistas por negarem a existência do livre-arbítrio. “Se somos todos programados, você e sua teoria também são. Desse jeito, não poderemos confiar em nada”, disse em relação à teoria científica de que os seres humanos são fantoches de seus próprios genes. E finalmente, a terceira grande modificação é a crise dos valores.
Levou tempo para chegar no ponto que todos esperavam e acabou sendo breve. “O fim do jornalismo não é só por causa da internet, mas também da falta de concorrência”, foi a única coisa no monólogo inteiro que pode-se dizer positivista.  Ele não crê no fim da comunicação jornalística, apenas na sua adaptação. “Os jornalistas acham que um texto para a imprensa tem de ser acima de tudo subjetivo, quando é o contrário: temos de buscar a objetividade.”, defende.
Quanto ao jornalismo literário, ele acha que alguns traços permaneceram dos anos 60 até então: “com suas reportagens e livros, o movimento mostrou que a não-ficção é mais interessante que a ficção para contar histórias. É por isso que o romance está morrendo. Está ficando como a poesia, ou seja, posicionado em um pedestal para o qual todos olham de longe, mas ninguém chega perto”. Ainda falou sobre o caso Paris Hilton, o que parece não ter sido compreendido pela platéia pretensamente culta e pouco conhecedora da pornografia youtubiana. “A história de Paris Hilton só faz sentido porque é real, se fosse contada num romance não seria algo plausível, e sim apenas um delírio de ficcionista”, percebeu-se sua frustração em ver que ninguém riu desse comentário absurdo.
Wolfe falou de tudo, quis ser um homem do século XXI, porém é um senhor elegante dos anos 30 e deixa transparecer. Criticou a arte, em sua opinião sincera o método é uma combinação de imaginação e falta de talento. “Ter a habilidade hoje é desonesto”, riu de sua própria anedota. Hoje, enfatizou, é preciso abusar de outros sentidos: “a arte não é mais visual, mas sim conceitual”.  Encerrou seu raciocínio expressando tranqüilidade em relação ao fato, não acredita que se preocupar possa trazer mais conhecimento.
Terminada a conversa o mediador passou a palavras para perguntas dos expectadores. Péssima idéia. As perguntas foram decepcionantes, nem Wolfe conseguiu esconder seu desapontamento. Só para dar o gosto da amargura, um dos questionamentos feito por um estudante de jornalismo que não convém citar foi: “qual a diferença entre o New Jornalism e o jornalismo literário?”. Apesar de visivelmente exausto, Wolfe ainda fez uma sessão de autógrafos na saída do evento. A assinatura frenética e caótica desenha seu nome com uma espiral. 

domingo, 15 de novembro de 2009

Toda universidade de jornalismo deveria ter

O Canal da Imprensa é uma revista eletrônica de crítica de mídia promovida pelo curso de Comunicação Social do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp). De natureza temática e com periodicidade quinzenal, a revista é um espaço reservado aos alunos. Existe ainda supervisão de professores e colaboração de profissionais da imprensa.

O professor responsável pelo site é o mestre Allan Novaes, tendo como editores-assistentes os alunos Raphael Vaz e Suellen Timm, ambos do quinto semestre de Jornalismo. A jornalista Andréia Moura atua como ombudsman da revista, supervisionando a produção dos articulistas e repórteres, função importante na mídia e de pouco reconhecimento.

A idéia partiu do professor Ruben Dargã Holdorf e foi posta em prática pelos estudantes do Unasp, em meados de 2001. Após um ano em experimentação, somente em agosto de 2002 seu primeiro número conquistou as páginas da internet. Em 2005, o Canal modernizou seu espaço visual e redefiniu sua proposta editorial.

Juntamente com Observatório da Imprensa, Monitor de Mídia e SOS Imprensa, o Canal participou da criação da Rede Nacional de Observatórios de Imprensa e agora atua não apenas analisando criticamente a mídia, mas também promovendo a implantação de projetos de mesma natureza em outras instituições de ensino superior.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Devo processar?

Um mês atrás fui parada no shopping pela RBSTV para dar uma entrevista sobre Blush. Sim, eu sei, ridículo! Mas o pior vocês não sabem. Faz um mês que eles gravaram, pegaram meu nome direito e na hora de editar colocaram meu nome em outra pessoa. Pois é, hoje, no Bom dia Rio Grande, a matéria foi ao ar com esse lindo erro.


quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Inglês para jornalistas

No site da BBC tem um espaço, da própria universidade de jornalismo da emissora, sobre ensino de inglês para jornalistas. O conteúdo é focado em vocabulário de guerra e eleições. Vale a pena dar uma lida, pois nunca se sabe quando essas coisas serão necessárias! ;)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Meu EX-NAMORADO me disse que eu estava gorda

Post pessoal, dedicado aos homens imbecis que infernizam a vida das mulheres com uma beleza irreal.

Ps: Eu tenho 1,71m e 73kg, estou apenas 10kg acima do meu peso ideal, será que vale a pena morrer por isso?

Assistam o vídeo abaixo e me digam...

Alinhar ao centro

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Estudantes reciclam óleo de cozinha

Nesta segunda-feira (05), o mestrando de Engenharia e Tecnologia de Materiais da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Ronaldo Silvestre da Costa, esteve com os alunos da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) do curso de Jornalismo para explicar o novo programa de geração de biodiesel, o Projeto Social Eco-Óleo. A proposta, que partiu dos alunos do curso de mestrado, se resume em coletar óleo já utilizado e produzir o novo combustível, arrecadando renda para a comunidade carente do bairro Mario Quintana, com a ajuda do Centro Social Marista (Cesmar).

A Faculdade de Química da PUCRS realizou uma parceria com a empresa RSBIO, que cedeu aos estudantes e pesquisadores uma usina pequena, localizada dentro da Cesmar, e cuja capacidade de produção é de 800 litros por dia. “O biodiesel é obtido da reação química entre o óleo de fritura e álcool. Depois desta reação, o biodiesel deve ser purificado, separando-o da glicerina que se forma no processo”, da Costa explica que nada é desperdiçado, uma vez separada a glicerina, esta é usada para fabricar outros produtos como sabonetes, por exemplo.

A arrecadação do óleo será feita por meio de bombonas de 30 litros que serão instaladas dentro da universidade e em escolas do grupo Marista de Porto Alegre, pela Secretaria do Meio Ambiente (Smam) juntamente com o Departamento de Limpeza Urbana. Ronaldo Silvestre da Costa, que coordena o projeto, garante: “nós já estamos em negociação com os bares e restaurantes da PUCRS para que eles nos doem óleo utilizado na fritura”. A campanha já possui um material gráfico que visa estimular as pessoas a não descartar incorretamente o alimento.

“O óleo de cozinha é uma fonte renovável de energia, que se for descartado incorretamente, pode levar a uma contaminação do solo e problemas de esgoto”, afirma da Costa. Parte do biodiesel será destinado à Smam para abastecer a frota de veículos. Outra parte para a empresa RSBIO e outra será utilizada no Cesmar.


Contatos:
Telefones: (51) 3366-3817 e (51) 3320-3549
E-mail: quimica@pucrs.br

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

HONDURAS em cheque

Como o golpe de estado do país latino-americano mobilizou o Brasil e o mundo

Eram 5h30min do dia 28 de junho. Manuel Zelaya dormia em sua casa em uma pequena rua de Honduras. Foi nesse momento que as tropas militares do país invadiram a sua residência, portando armas e máscaras. O até então presidente hondurenho foi forçado a abandonar sua nação, de pijamas, deixando para trás o chapéu e as botas que compõem sua personalidade, rumo a Costa Rica.

O conflito latino-americano que tem tomado conta das páginas dos jornais brasileiros não se trata apenas da volta do presidente deposto ao país. Tudo começou em março, quando Zelaya convocou um referendo sobre reforma constitucional para permitir a sua disputa a um segundo mandato nas eleições presidenciais de 29 de novembro. A ação causou desgosto aos políticos e a população hondurenha que chegou a ir às ruas para protestar. Pouco depois, em junho, o Congresso aprovou uma lei proibindo consultas populares seis meses antes ou depois das eleições gerais.

Porém, a determinação de Zelaya foi mais forte e no momento em que o comandante militar, general Romeo Vásquez, se recusou a instalar as urnas para o referendo, sua atitude foi de destituir o militar. A bola de neve foi crescendo e dias depois do último conflito, o golpe tomou conta do país. Roberto Micheletti, descendente de italianos e político a mais de 30 anos, assumiu a presidência exilando o presidente deposto e impedindo seu retorno ao país.

Foram duas as tentativas falhas de retorno a Honduras, ambas ainda em julho. Zelaya só conseguiu efetivar seu retorno com o apoio do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e autoridades da Nicarágua. Mas esta ação colocou a política externa brasileira em risco. Na última segunda-feira (21), o presidente deposto surpreendeu a todos ao aparecer na embaixada brasileira em Honduras. À porta número 3.201 da Calle República del Brasil, onde fica a embaixada, apenas um segurança presenciou a chegada do político e seus simpatizantes.

O governo brasileiro mostrou não estar ciente do esquema traçado por Chávez. Na opinião de Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil, na Inglaterra e nos Estados Unidos, esse é um risco que Luis Inácio “Lula” da Silva não precisava correr. “Admitindo que ele não soubesse da articulação para o retorno de Zelaya, não tinha nenhuma razão para se envolver no problema. Poderia ter negociado para que ele fosse para outra embaixada, como a do México, país mais próximo a Honduras do que o Brasil”, afirma Barbosa.

O conflito se tornou diplomático. A embaixada foi cercada por centenas de militantes a favor da volta do ex-presidente ao poder. Zelaya aproveitou a oportunidade para improvisar um comício e falar pela primeira vez ao povo hondurenho desde que fora afastado da Presidência. Ato que contrariou o governo interino, que ameaçou invadir o prédio e atacou manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo e jatos d’água. Pela primeira vez na história, a soberania brasileira se viu ataca e desrespeitada desta maneira. Cerca de 300 pessoas invadiram a instituição, provocando a morte de dois civis.

A sede, que agora se encontra sitiada, tem como único diplomata Francisco Catunda. Água, energia elétrica e telefone chegaram a ser cortados na terça-feira (22). Por causa do isolamento, os alimentos tiveram que ser fornecidos com a ajuda das missões diplomáticas da vizinhança. A presença de Zelaya no território brasileiro jogou o governo Lula no epicentro de uma crise internacional.

Lula aproveitou sua ida aos Estados Unidos, na 64ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), para se pronunciar sobre o fato: “A comunidade internacional exige que Zelaya reassuma imediatamente a Presidência e deve estar atenta à inviolabilidade da missão diplomática brasileira em Tegucigalpa”. Já o analista político Carlos Cordero, da Universidade Mayor de San Andrés, na Bolívia, achou correta a decisão do presidente brasileiro. “Pode parecer que o Brasil apoia Zelaya, mas o que o governo Lula está tentando é defender os princípios democráticos e não perder o protagonismo na América Latina ante o avanço da política externa venezuelana”.

E não é a toa que a participação efetiva do Brasil no episódio seja o capítulo mais debatido desta história. Para o governo golpista, o Brasil está se intrometendo nos assuntos internos hondurenhos. Ciente da gravidade da situação, Lula tentou angariar o apoio de outros chefes de Estado para uma solução negociada do emblema. O Conselho de Segurança da ONU condenou o cerco à embaixada e exigiu que ele fosse interrompido na sexta-feira (25).

A situação foi controlada pela diplomacia brasileira, com o apoio da ONU e da Organização dos Estados Americanos (OEA). E Zelaya está mais contido, usando a infra-estrutura da embaixada como um escritório político, mas sem incitar a população. A nova pauta são as eleições marcadas para o dia 29 de novembro, cujo resultado pode não ser reconhecido pela OEA se a crise persistir.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

“O Twitter mudou a comunicação”, afirma Leandro Gejfinbein

Gerente de Arquitetura de Informação da Globo.com, acredita que a nova mídia está inovando o mercado jornalístico

O especialista em comunicação virtual ministrou a palestra Quem mexeu no conteúdo? Quem mexeu na minha mídia? realizada nesta terça-feira (29), durante o 22º SET Universitário da Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS. Em uma hora e meia, Gejfinbein falou sobre o que deixa os grupos de comunicação inquietos, a preferência do público pelas novidades da internet.

Formado em Comunicação Social com especialização em Psicologia na Comunicação e mestre em Design, Gejfinbein lida com a Web desde 2000. Está na Globo desde 2006, e trabalha com núcleos de Aplicativos e de Entretenimento. “Hoje, a grande discussão na globo.com é o público atual e como ele será daqui pra frente, o quanto ele ainda vai se transformar e se relacionar com a mídia”, enfatizou o palestrante que tinha como mediador o professor da Famecos, Eduardo Pellanda.

Através de slides, Gejfinbein mostrou a evolução dos meios de comunicação online como o Twitter, site de recados curtos e rápidos, seu principal objetivo de estudo. Ele explicou porque o aplicativo é importante na comunicação atual: “o Twitter consegue entregar a informação antes de qualquer empresa”. Após a apresentação rica em novos meios de expor a informação, foi aberto um espaço para perguntas. Porém, a maior parte das dúvidas se relacionaram a carreira do palestrante e sua experiência na Globo.

O SET está aberto desde segunda-feira (28) e vai até a quarta-feira (30), quando ocorre o encerramento com show no Bar Opinião, às 22h30min com a presença de cinco bandas formadas por alunos e professores da Famecos. O evento abrange as áreas de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, Produção Audiovisual, Cinema e Vídeo e ocorre desde 1988, anualmente.

domingo, 20 de setembro de 2009

Batalha pelo direito alimentar vai a Plenário

Apesar de serem vários os direitos dos brasileiros estabelecidos pela Constituição Federal (CF) de 1989, ainda existem falhas no sistema das garantias básicas de sobrevivência. A alimentação é uma dessas brechas que agora vem ganhando atenção da população através da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 047/2003. Idéia do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), a inclusão dessa proposta já passou por todas as votações do Senado e está a 616 votos de ser aprovada.

Na primeira semana de agosto, um comercial dirigido por José Furlan e com a participação das atrizes Dira Paes, Bete Mendes e Maria Zilda foi ao ar pedindo a aprovação da PEC em questão. Com 30 segundos, o vídeo expõe a campanha Alimentação, um direito de todos, que é de âmbito nacional e foi desenvolvido a pedido do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), com apoio da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom).

A propaganda conta ainda com Leonardo Vieira, Camila Pitanga, Gilberto Miranda, Eduardo Tornaghi e Cristina Pereira. Os oito artistas, que fazem parte da organização não-governamental Movimento Humanos Direito, não cobraram para realizar o trabalho. O filme para televisão e o spot para rádio foram encaminhados pela Secom às emissoras da programação nacional, solicitando veiculação gratuita até 16 de outubro, dia Mundial da Alimentação. No site da presidência, na internet, há um abaixo assinado para aprovação da proposta que pode ser acessado por qualquer pessoa.

"Este é um momento inédito no Parlamento brasileiro", disse o deputado Chico Alencar (PSol-RJ). "Pela primeira vez uma emenda constitucional é aprovada por unanimidade, sem contestações. Eu tenho certeza que o plenário irá votar tranqüilamente pela aprovação. A batalha a ser travada, agora, é fazer esse direito esculpido na Constituição ser colocado em prática efetivamente, afinal são 14 milhões de pessoas passando fome, hoje, no Brasil ", revelou Alencar.

Em comissão especial, no plenário, dois turnos vão definir a situação da Emenda. A Câmara Federal possui 513 deputados e, em ambas as eleições, a PEC precisa de 308 votos a favor. O relator Welington Coimbra (PMDB-ES), que aprovou a proposta na última terça-feira (22), afirmou que a alimentação é direito fundamental do ser humano, inerente à dignidade da pessoa e indispensável à realização dos direitos consagrados na CF.

Educação, saúde, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância e assistência aos desamparados são todos os direitos sociais brasileiros. "O Poder Público deve adotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população. Esse direito deve ser assegurado por instrumentos legais infraconstitucionais e por meio de Tratados Internacionais sobre o tema, dos quais o Brasil é signatário, destacando o apoio do Estado na produção, comercialização e abastecimento de alimentos", salientou Coimbra.

O presidente da Frente Parlamentar de Segurança Alimentar e Nutricional, Nazareno Fonteles (PT-PI), afirmou que é a sociedade quem ganha com essa proposta. O deputado completou: "depois de 21 anos, mas antes tarde do que nunca, esta Casa começa a corrigir um lapso histórico, mas o importante é que vencemos esse desafio e vamos consolidá-lo até 16 de outubro, para que o Brasil dê um bonito exemplo ao mundo".

Vídeo da campanha "Alimentação, um direito de todos":


Fontes:
Welington Coimbra - Gabinete: 801 - Telefone: (61) 3215-5801
Nazareno Fonteles - Gabinete: 825 - Telefone: (61) 3215-5825
Site FAO

domingo, 13 de setembro de 2009

Busca pela casa própria evidencia novo perfil de consumo

O sonho da casa própria faz parte da vida da maioria dos brasileiros, e desde que o programa do Governo Federal, Minha Casa, Minha Vida, foi estabelecido, muitas pessoas conseguiram transformar esta idéia em realidade. Com esta mudança de paradigma no cotidiano, o perfil do consumo também foi afetado. A procura por apartamentos maiores e de dois dormitórios triplicou nos últimos três anos.

Agora é possível adquirir uma casa através de um financiamento seguro, com primeiro pagamento na entrega do imóvel e com comprometimento máximo de 20% da renda do indivíduo. Outro fator que facilitou a corrida pela moradia própria foi a desoneração fiscal, com redução da alíquota do Regime Especial de Tributação da Construção Civil (RET) de 7% para apenas 1%.

Maria Conceição Pinto da Rocha, empregada doméstica, foi uma das beneficiadas do programa e conta que sem ele não teria condições financeiras para se mudar. “A gente ganha pouco e acaba tendo que morar em um lugar alugado porque não consegue juntar dinheiro para ser independente. Essa ajuda do Governo simplesmente mudou a vida da minha família, agora vou poder investir na educação dos meus filhos”, diz Maria que tem sete filhos e morava em uma casa de apenas um dormitório na vila Cruzeiro, em Porto Alegre.

Com o Minha Casa, Minha Vida, o Governo estima diminuir em 14% o déficit habitacional do país. O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon/RS) afirma que o maior número de lançamentos de imóveis, esse ano, está no segmento de dois dormitórios. Em 2006, somente 128 unidades foram vendidas. No ano passado este número cresceu para 686 apartamentos, e neste ano já chega a 761, representando 14,91% dos lançamentos.

Carlos Alberto Aita, presidente do Sinduscon/RS, assegura que a situação se manterá, pois o programa chama atenção para os imóveis econômicos. “Tendência esta que deve se confirmar nos próximos lançamentos e que modificou o perfil da indústria porto-alegrense, que costumava ser dos imóveis com mais de três dormitórios”, Aita acredita ainda que é no segmento de zero a dez salários mínimos que se encontra a maior parte do déficit habitacional.

Porém, o programa não está ao alcance de todos. O gerente de construção civil da Caixa Econômica Federal, Paulo Lacerda, explica que os valores estipulados para famílias com renda de zero a três salários mínimos são insuficientes para o custo de produção no Estado. “Estamos atrasados em relação a estados como São Paulo, mas as empresas gaúchas estão buscando informações para atuarem nesse campo”, salienta Lacerda.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Livro desvenda história da Segunda Guerra

O escritor alemão Günter Grass publica, neste mês de agosto pela Record, sua mais nova obra literária: Nas Peles da Cebola (Beim Hüten der Zwiebel, nome original em alemão). Com quase 500 páginas, Grass conta como foi parar nas fileiras da Juventude Hitlerista aos 12 anos de idade durante a Segunda Guerra Mundial. A publicação está a venda nas livrarias, em torno de R$60,00 e já agradou críticos da área.

“Grass revira seu próprio passado, desnuda sua vida em confessional e escancara, sem hipocrisia ou medo de represálias, um segredo crucial: de que serviu à tropa e ao ideal nazista”, revela Rafael Dias, crítico literário. Conhecido pelo seu romance escrito em 1956, em Paris, O Tambor, história da guerra narrada pela perspectiva de um anão, Grass conquistou um prêmio Nobel da Literatura em 1999.

Em uma quase autobiografia, Nas Peles da Cebola revela o encontro de Grass com Joseph Ratzinger, atual papa, na zona branca. No trecho retirado da obra ele descreve as características do então religioso: “aí está Joseph, fala comigo em voz impertubavelmente baixa, sim, até mesmo suave ”. Na época, Ratzinger já mencionava os dogmas e era afeito de Santo Agostinho.

Nascido em 1927, em Dantzig, na Alemanha, Grass teve uma infância difícil e conturbada pelos conflitos mundiais. Depois da guerra, em 1948, foi estudar pintura e escultura na Academia das Artes de Düsseldorf, mas acabou por se formar em 1955 na Academia Estatal de Belas-Artes de Berlim Ocidental. Apesar de ter apoiado a cauda nazista e ajudado a formar os pelotões da Waffen-SS, Grass se tornou um pacifista nos anos 70 e defende o papel dos intelectuais na construção de um mundo melhor.

domingo, 9 de agosto de 2009

Nem todo primo de peixe, peixinho é

Recebi a revista Isto É hoje, como todos os domingos, e fui logo ler a entrevista principal, minha seção favorita. O escolhido da semana é Pedro Cardoso, o ator que interpreta o personagem Agostinho no programa "A Grande Família", primo do ex-presidente da república Fernando Henrique Cardoso (FHC). E o assunto não podia ser nada mais nada menos que política.

Ignorando a falta de revisão do texto, já prevista, e impressionada com a opinião de um homem com quase meio século de vida e 30 anos de carreira na Rede Globo, eu simplesmente devorei o artigo. Nunca imaginei que um ator, primo de um político de direita pudesse ter uma disposição política tão forte. E mais, o que ele fala e faz não é alienação! Sim, ele lê e parece extremamente bem informado, pois suas críticas são cheias de embasamentos em situações reais das quais fazemos parte atualmente.

Talvez tenha sido preconceito da minha parte pensar que atores e parentes de políticos faziam parte de um circo onde os palhaços são pagos para nos entreter. Pedro Cardoso não é um palhaço. Ele é um brasileiro comum, que apesar de não ter as mesmas necessidades do povão não se cala diante da injustiça que este vive e muito menos acha que a solução é ser indiferente como toda a classe política tem agido. Com certeza um exemplo de pessoa que não se deixou levar pela fama e sucesso e teve coragem de aparecer em um veículo de grande porte e desopilar o fígado sem papas na língua, coisa que todos deveriam fazer de vez em quando.

Blog do Pedro Cardoso

terça-feira, 28 de julho de 2009

De repente virou moda

LINK DA NOTÍCIA

Depois de ler o artigo acima fiquei um tanto quanto chocada. Não é de hoje que sabemos o quão cruel o ser humano pode ser com os animais, mas de uns tempos para cá a coisa tem piorado drasticamente. Agora crianças pequenas respondem a estímulos irracionais de péssimos pais e se tornam psicopatas através dos maus tratos dos animais. Começam atirando pedra em um cãozinho e terminam presas por homicídio doloso.

Nossa sociedade se preocupa demais em colocar certos problemas sociais em lustrosos papeis de novela interpretados por donzelas bonitas e vítimas de suas próprias maldades. Mas o tiro sai pela culatra sempre, em vez de as pessoas acharem as atitudes dessas pseudomegeras repugnantes, cada vez mais as crianças e adolescentes tenta imitar tal falta de compaixão com o próximo. Porém o que realmente preocupa é que se essas pessoas não conseguem ter afeto por animais fofinhos, como vão criar relacionamentos importantes mais adiante na vida?

Ensina-se, hoje, que para ser melhor precisamos passar por cima de tudo e todos, fazer mal criações e chamar a atenção o máximo possível. Não é a toa que cresce o número de programas de televisão sobre adolescentes que necessitam de controle, onde uma "baba" vai a casa das pessoas tentar impor algum limite. As pessoas perderam o rumo. Não sabem mais educar pessoas e bichos. Estimulam o caos e a guerra. Está certo que somos animais também, mas temos a dádiva do raciocínio, sabemos que matar por matar é errado e sabemos disso porque ao longo de nossas vidas isso nos foi ensinado.

Precisamos parar e prestar a atenção na geração que estamos criando, principalmente nesta que fica o dia todo na frente da televisão, sozinha e sem contato com o mundo exterior. A conversa e a aproximação através da boa convivência e da criação de relacionamentos são pontos que podem impedir uma criança de se tornar um psicopata quando chegar a fase adulta. O próprio ensino do respeito ao próximo e a delegação da responsabilidade perante a criação de um bichinho durante a infância são fatores decisivos. Interpretar o que assistimos e explicar quem é bom e mal nas novelas é essencial, pois ninguém nasce sabendo essa distinção.






Links relevantes:

Agência de Notícias de Direitos Animais
Direitos Animais
Sociedade União Internacional Protetora dos Animais
Rede Psicologia - Psicopatia

terça-feira, 30 de junho de 2009

Atraso em show da banda Ill Niño gera tumulto

No entardecer do dia 20 de junho, sábado, uma longa fila já virava a esquina da rua Antonio Luiz Valério, 93, em São Bernardo do Campo, São Paulo, para assistir o show da banda americana Ill Niño, formada em 1998. Com a abertura dos portões marcada para as 18h cerca de 3.500 pessoas se aglomeraram em frente ao Espaço Lux, local do evento, uma hora antes. Os ingressos, cujo valor ia de 50 a 100 reais, esgotaram-se na semana anterior. Com a falta de organização dos responsáveis e o conflito entre as bandas, os fãs só puderam entrar por volta das 22h, fato que causou muito tumulto e ainda mais atraso nas apresentações.
Ainda na fila, um jovem que não quis revelar o nome, passou mal depois de consumir grande volume de álcool e ficou inconsciente por volta de 30 minutos, pois a ambulância que seu amigo, Luis Henrique, chamara ficou presa em um engarrafamento. “O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) se recusou a enviar outra ambulância e nós estávamos desesperados, porque o nosso amigo estava muito mal mesmo”, conta Henrique.

Rodrigo Fernandez Valez, estudante de Direito, que estava trabalhando como funcionário do evento, viu a situação e ajudou o rapaz a telefonar novamente para o SAMU. “Omissão de socorro é um crime grave, pode dar de três meses a um ano de prisão, dependendo do caso, e nós não queríamos nos responsabilizar caso o menino falecesse ali mesmo”, Valez trabalha na função há algum tempo e conta que sempre ocorre algum problema de última hora para resolver.
A demora resultou na revolta de fãs, que jogaram lixo na frente da casa e tentaram várias vezes entrar furtivamente, dificultando o trabalho dos seguranças. Mesmo depois de liberarem os portões, os grupos de abertura, que eram seis, não podiam tocar sem que a banda principal estivesse presente. Porém, os brasileiros Cristian Machado, Daniel Couto, o multiétnico Ahrue Luster, os americanos Lazaro Pina, Diego Verduzco e o peruano Dave Chavarri que integram atualmente o Ill Niño chegaram depois das 22h e ainda tinham que passar o som.

Quanto mais o Espaço Lux lotava, mais a tensão entre o Ill Niño e as bandas independentes aumentava. “Nós não passamos som com o público dentro do local do evento”, enfatizou Cristian Machado, vocalista, que acabou arranjando confusão com a banda Libria, de Santo André, SP. Para garantir a participação do Ill Niñoe não cancelar o show, a organização do evento, feita pela Casa da Música, decidiu cortar três músicas de cada banda de abertura e expulsar o Libria do show.

Arrasados com a notícia, os integrantes decidiram ir embora em sinal de protesto, mas as 3.500 pessoas que estavam lá começaram a gritar estrondosamente o nome da banda, pedindo para que eles tocassem antes do Ill Niño. Entre um acordo e outro, o Libria acabou subindo ao palco para a felicidade dos fãs. A mistura de rock brasileiro com maracatu agradou a muitas pessoas, o próprio Cristian Machado mencionou que o som deles era inédito.

Com músicas em inglês e espanhol, mixando new metal com ritmos latinos, o Ill Niño subiu ao palco às 3h da manhã do domingo, para tocar doze letras de seus quatro álbuns: Revolution Revolución, Confession, One Nation Underground e Enigma, sendo este último lançado em 2008.

Ill Nino - If You Still Hate Me (Clip do show)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Violência Urbana

O Brasil é um dos países com maior índice de mortes por violência urbana no mundo. Uma pesquisa feita pela Organização das Nações Unidas (ONU) revelou que aqui cerca de 40 mil pessoas perdem suas vidas todos os anos vítimas da intolerância e falta de limites, mais de 11% das mortes do planeta. Associada ao comportamento da sociedade, a violência muitas vezes está ligada às drogas e a instrumentos de ação, como filmes e novelas.

Nos últimos anos, as demonstrações que acompanhamos junto com a mídia foram tão severas que muita gente fez questão de esquecer logo para não ser consumida pelo medo. Crianças arrastadas por carros, mortas pelos pais; pessoas esquartejadas e linchadas em público perante policiais que nada podem fazer viraram parte do cotidiano do povo brasileiro. Não é a toa que a Organização Mundial da Saúde (OMS) registra o Brasil como o país com a segunda maior taxa de mortalidade por agressão física do mundo, perdendo apenas para a Colômbia, nação que está em guerra civil há mais de 30 anos.

Nunca foi tão perigoso sair na rua, até mesmo ficar em casa. Temos de suspeitar de todos, inclusive do carteiro e da vizinha boazinha que nos traz o chá. As pessoas estão cada vez mais irritadas e agressivas, tudo é motivo para perder o controle e partir para cima. Isso não está certo. Não só os governos, mas a população como um todo precisa olhar para si e corrigir muitos problemas, como a diminuição da infância, por exemplo.

Precisamos tomar uma atitude antes que seja tarde demais e voltemos a viver na Idade Média. Somos civilizados e racionais, não podemos continuar nos comportando feito animais e estimulando essa atitude. Mudar é algo que só vai acontecer se um ajudar o outro, pois nem todos nascem com as mesmas oportunidades. A educação é outro ponto que precisa ser reforçado, é necessário bater na mesma tecla desde criança, explicando que podemos conseguir as coisas através da comunicação e não da guerra.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Educandário enfrenta dificuldades para se manter

No seu 70º aniversário, o Educandário São João Batista enfrenta uma época de dificuldades, problemas de infra-estrutura e falta de verba diminuem oportunidades e a esperança das crianças que o freqüentam. Fundado em 1939, a escola localizada na zona sul de Porto Alegre é uma casa de reabilitação de crianças com deficiência física e mental, sem fins lucrativos e de assistência social gratuita.

Déa César Coufal, foi a responsável pela construção da sede em 1946 na rua Tenente Coronel Mário Doernte, 200, no ponto mais alto de Ipanema, onde inicialmente a entidade só tratava de crianças com paralisia infantil. São 17.000m², sendo 1.813m² de área construída. “Ela escolheu este terreno bem no alto, porque queria que as crianças ficassem perto de Deus”, conta Suzana Rossi, dentista voluntária do instituto há 11 anos. A casa foi especialmente desenvolvida para ser um hospital-escola e conta com banheiros especiais, piscina, rampas de acesso e salas de fisioterapia.

Hoje em dia, o educandário atende mais de 40 crianças e doenças como: Artrite Reumatóide Infantil, Artrogripose Múltipla Congênita, Distrofia Muscular Progressiva de Duchenne, Encefalopatia Crônica Infantil, Hidrocefalia, Mielomeningocele, Neuropatia Periférica, Osteogenese Imperfeita, Panencefalite Esclerosante Sub-Aguda, Síndrome de Down, Síndrome de Larsen, Síndrome de Moebius, Síndrome de Turner, Síndrome de Williams, Síndromes de West, Traumatismo Cranio-Encefálico e Traumatismo Raqui-Medula. “Tratamos de pacientes de 0 a 17 anos, de ambos os sexos e com diversas condições. Alguns não têm dinheiro para fazer o tratamento adequado ou até mesmo para chegar até nós” relata Erica Brugger, pediatra da instituição desde 1998. No entanto o público já foi maior, em 2006, após passar por algumas reformas, foram registrados 14.514 atendimentos clínicos e 200 horas/aula a mais de 130 crianças e adolescentes no educandário.

A administração da casa é feita pela Congregação das Irmãs de São José de Chambery. A Ir. Maria Inês Muraro foi diretora por mais de 26 anos dentro do educandário. “A primeira vez que eu vi a fila do almoço, aquelas crianças todas juntas, algumas em cadeiras, outras se arrastando pelo chão, tive que me esconder para chorar”, natural de Flores da Cunha, ela veio para a capital em 1952 para fazer parte da equipe da entidade, e hoje com 88 anos ainda visita seus ex-internos quando pode.

No ano passado, o médico ginecologista Sérgio Eduardo Silva da Rocha foi eleito presidente, mas só comparece na instituição uma vez por semana e mandou embora boa parte dos voluntários e estagiários para reduzir gastos. Um dos convênios que foi rompido foi o com a Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) que fazia os estágios curriculares de fisioterapia, pedagogia e psicologia no local com supervisão dos professores.

A falta de pessoal e de campanhas que estimulem doações tem feito com que muitos pacientes fiquem sem a atenção requerida atrapalhando seu desenvolvimento futuro. O Funcriança é o programa de arrecadação de maior renda do educandário hoje. Pessoas físicas podem doar até 6% do valor devido ao Imposto de Renda e as empresas ou pessoas jurídicas, até 1%.

Antigamente, os pacientes eram todos internos e dormiam na casa junto com um grupo de freiras. Agora somente dez meninas continuam internas, pois moram no interior ou não possuem nenhum parente. Um dos obstáculos que os funcionários querem vencer é que ao completar 17 anos, os adolescentes são obrigados a deixar o educandário, porém nem sempre eles estão prontos para a vida adulta, muitos têm restrições físicas e necessitam de ajuda para continuar tendo uma vida saudável.

FOTOS:




PROPAGANDA CRIADA PARA ARRECADAR FUNDOS:

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Mamãe, vou fazer medicina

Links:

UOL notícias
Revista VOTO

Acordei hoje com a fala aguçada de Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), comparando a profissão de jornalista com a de um cozinheiro de restaurante de fast food. Achei que estava sonhando ainda, mas não. Era o Bom Dia Rio Grande, dando uma ótima notícia - momento de sarcasmo - depois de 20 anos de luta, os políticos conseguiram derrubar a exigência do diploma de jornalismo para exercer a função.

Afinal qualquer imbecil pode escrever. Todo mundo sabe o que é lead, calhau e boneco, não é? Pois é, editar vídeo é como fritar bife, fácil, fácil. É porque não é o Mendes que precisa viver disso. Sem diploma não há mais piso salarial, o empregador pode pagar um salário mínimo pro cara trabalhar feito escravo por "40h" semanais.

Bom, já que é assim, não há muita diferença entre um açougueiro e um cirurgião. Por que não derrubar o diploma de todos os cursos de uma vez? Vamos logo para a anarquia generalizada! A gente já sai despreparado do Ensino Médio (EM), perdido e jovem demais para escolher o futuro. Ainda assim somos obrigados a escolher uma profissão e ingressar nela. Ralar estudando por pelo menos 4 anos para pegar em um canudo. E vou te contar que faculdade, tem muitos problemas que desestimulam as pessoas... De qualquer maneira, quando estamos na metade do caminho, quase nos acostumando à idéia vem um maluco dizer que escrever dá no mesmo que preparar um hamburguer. Revoltante, mas melhor não se estressar.

De agora em diante, só vou cursar profissões que com certeza sempre vão exigir diploma, porque nada pode ser mais degradante do que perder 4 anos, gastar 100 mil reais para ganhar o mesmo que um Zé Mané que terminou o EM e acha que escreve bem.

Profissionais visitam universitários para falar de carreira

Na primeira terça-feira de junho (02), os jornalistas Luiz Antônio Duarte e Sérgio Lagranha visitaram os alunos de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul da disciplina de Assessoria de Imprensa para falar sobre comunicação empresarial e suas jornadas profissionais. Sócios da empresa ComEfeito Comunicação Estratégica, uma assessoria criada no ano passado em conjunto com o jornalista Carlos Alberto de Souza, Duarte e Lagranha iniciaram suas carreiras na redação de veículos locais, logo depois de pegarem o diploma.
“Na época em que nós trabalhávamos como repórteres, o assessor era discriminado por ser vinculado ao governo militar. Eles eram apelidados de ‘chapa-branca’ e muitas vezes tinham apoio do ditatorialismo para o qual trabalhavam, o que justificava o preconceito”, Duarte comenta sobre a dificuldade de se trabalhar com assessoria nos anos de chumbo, quando o campo era extremamente ligado à política e seu sistema ilegítimo no país. Por isso, a maioria dos jornalistas buscava emprego em jornais e rádios.
Só mais adiante, nos anos 70, que os assessores viraram a mesa e começaram a crescer no mercado de trabalho. Em parte para melhorar a comunicação das organizações, em parte para realmente fazer a comunicação das mesmas. Os profissionais mais experientes migraram para o novo ramo, enquanto que a nova geração de recém formados ia povoar as redações midiáticas. Mas nem tudo se consagrou com esse processo, segundo Lagranha, o processo provocou um desfalque nos veículos de pessoas com conhecimento histórico, momento do qual as matérias passaram a perder em conteúdo.
Então, surgiu espaço também para o empreendedorismo na comunicação e jornalistas, hoje em dia, têm a possibilidade de ter um negócio próprio. “É importante integrar todas as áreas da comunicação em uma assessoria”, ressalta Duarte, que acha que a abrangência é o caminho para fazer parcerias com outras áreas da comunicação. O conteúdo agora é prioridade, e já não importa mais o meio de divulgação. Lagranha complementa: “por isso é necessário que o profissional se adapte às particularidades de cada cliente”.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Logo-Rallye de Escrita Criativa

Texto escrito a partir das frases em negrito...


Ele chegou à porta, ligou a lanterna e deu um suspiro. Mais uma vez esquecera da conta de luz. Não era de hoje que ela vinha lhe infernizando a vida com suas loucuras literárias. Para sossegá-la, prometeu compra-la um Cervantes de capa dourada e pagar a conta vencida. Enquanto isso, ela observava os livros diante de uma vitrine iluminada. Cedo ela teve uma intuição: se comprasse o James Joyce, jamais ganharia o Cervantes. E deveria poupar o dinheiro, pois sabia que ele não poderia pagar os débitos com a companhia elétrica naquele mês.

Acabou desistindo do Joyce. Sabia que era muito cedo para começar a ler sobre outros assuntos. Saiu andando ladeira acima. Logo na primeira esquina encontrou um cachorro, um labrador surrado, magro e sarnento. Quis levá-lo consigo, mas refutou a idéia. O cão revelou-se indigno de sua raça. Chegou em casa, acendeu velas, colocou as pantufas, beijou o marido na face amornada e fez o jantar. Os dois dormiram antes do horário. Acabaram a noite sem mais surpresas.

No dia seguinte, ele amanheceu febril. Ela estava desde cedo colada ao rádio ouvindo atentamente sobre a morte da princesa inglesa. Ela foi trabalhar e pagar a luz, ele voltou a dormir. A TV, na sala deserta e escura, transmitia para as moscas da princesa; ele, entretanto, apenas agonizava. Mais tarde, quando ela retornou, ele estava mais disposto. Ficaram juntos debaixo dos cobertores como não faziam há muito tempo. O Governador, nesse dia, baixou um decreto instituindo uma nova condecoração. Para eles não fez diferença, eram, mais uma vez, um casal de namorados.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Cresce o número de intolerantes à lactose

Pouco discutida, a inabilidade de produzir enzimas para quebrar o açúcar do leite é um dos distúrbios que afeta pelo menos cinqüenta por cento da população mundial, segundo organizações de saúde como o International Foundation for Functional Gastrointestinal Disorders (Fundação Internacional de Distúrbios Gastrointestinais).
Na realidade, o homem foi originalmente preparado para alimentar-se com leite apenas nos primeiros anos de vida, por isso a diminuição da produção da enzima lactase é comum conforme a pessoa se desenvolve. Mas com a domesticação do gado e o crescimento da indústria, o ser humano sofreu uma mutação genética para que o corpo se adaptasse àquela nova realidade. Hoje, a doença pode ser tanto adquirida como nata e seus sintomas são variados e prejudiciais, podendo causar doenças como perda de peso excessivo, anorexia nervosa, depressão, tumores gastrointestinais e até mesmo a morte.

A doutora Themis Reverbel da Silveira, Coordenadora do Laboratório Experimental de Gastroenterologia e Hepatologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), alerta para a importância de um rápido diagnóstico e controle da doença: “a pessoa que tem fortes prisões de ventre, cólicas, gases, refluxo, diarréia repetidamente deve procurar um gastroenterologista”. O tratamento consta da ingestão de enzimas produzidas em laboratório e dieta.

Mas nem tudo é tão simples, no país existem poucos produtos disponíveis no mercado, com enzimas ou totalmente livres de lactose. Até mesmo medicamentos, tais como pílulas contraceptivas, não podem ser fabricados sem lactose. “Nos Estados Unidos as enzimas são vendidas nos supermercados, existem produtos específicos e os cardápios dos restaurantes mostram o que há em cada prato”, conta Suzana Rossi, 54 anos, cirurgiã-dentista, que é intolerante a lactose há um ano. Em Porto Alegre, alguns restaurantes já adotaram a prática, o Substância é um dos que oferece diversos pratos, incluindo doces, sem adição de leite ou derivados. E sites a exemplo do Sem Lactose, contendo receitas e dicas culinárias, circulam na internet.

O diagnóstico também era muito complexo, principalmente para as crianças. O principal exame usado até o meio de 2008 era o teste de tolerância, onde o paciente ingere em jejum um líquido com dose concentrada de lactose e durante duas horas obtêm-se várias amostras de sangue para medir o nível de glicose, que reflete a digestão do açúcar do leite. Agora o HCPA é o segundo centro brasileiro a oferecer a Análise Molecular de Hipolactasia Primária, um teste genético para descobrir a deficiência.

“Este exame é realizado por meio de uma coleta de sangue para análise de DNA, onde se verifica se o indivíduo possui ou não uma mutação no gene LCT, responsável pela síntese da enzima lactase-florizina hidrolase (enzima lactase)”, explica a professora Themis que teve um artigo publicado sobre assunto. O teste molecular é rápido e não necessita jejum, nem causa o desconforto da ingestão de uma sobrecarga de lactose, e o resultado sai em até 7 dias úteis. São dois os possíveis genótipos: CC - não-persistência da enzima lactase (intolerante à lactose); e CT ou TT - persistência da enzima lactase (tolerante à lactose). O exame ainda não é coberto por convênios de saúde e o valor é R$ 120,00 (custo de pesquisa) sendo realizado somente com solicitação médica.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

terça-feira, 21 de abril de 2009

O desrespeito rola solto

Que exemplo os 40 diplomatas da ONU deram ontem na conferência sobre racismo, em Genebra, durante o discurso do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. Se os brasileiros aprendessem com isso, talvez a política andasse melhor por aqui. Falando nisso, vocês viram a última propaganda do PPS? Falando que o Lula vai meter a mão nas poupanças como fez o senhor Collor? Isso só serve para gerar pânico e crise econômica.

Não entendeu? Vou resumir: o dinheiro que a gente coloca na poupança vai para o financiamento da casa própria, não fica lá paradinho na sua conta não. E não é de hoje para amanhã que um banco consegue entregar/devolver todas as poupanças de todas as pessoas, afinal a grana está em circulação.

Não que isso tenha algo a ver com o Irã, mas é uma ótima maneira de ver pessoas usarem o poder para causarem o pânico geral. Esse país asiático, pequenino e assolado durante anos pelas disputas políticas tem um arsenal suficiente para destruir a Europa e por isso os grandes dirigentes morriam de medo de enfrentá-lo. Mas se todos se calam, todos consentem, é assim que funciona.

Não estou dizendo também que devemos atear fogo nas ruas... Isso é errado. Protesto significa se opor a uma ideia de maneira educada e objetiva, ou seja, sabendo o que se está fazendo. E foi exatamente isso que fizeram os diplomatas ontem, saíram calados da reunião e se recusaram a ouvir as baboseiras de mais um homem com o poder da persuasão. Ah se o povo brasileiro conseguisse desligar a televisão e ouvisse sua própria consciência uma vez que outra...

Por Deborah Cattani

domingo, 19 de abril de 2009

Texto realizado em aula para a cadeira de Escrita Criativa...

Desde criança Alan gostava de escrever seu nome na sola dos sapatos. Essa lembrança nostálgica lhe vinha à cabeça quando se tornava muito difícil suportar a dor. Agora mais do que nunca, pensava no seu primeiro All Star, que acabou por render-lhe uma surra de sua mãe após ser encontrado autografado por ele mesmo. Alan era aquele tipo de perdedor que nunca chora.

Na ausência de luz, observava os pés de sua mãe, talvez ela tivesse sido a pessoa que mais o odiara no mundo todo, pensou. De qualquer maneira, nunca desistiu da árdua tarefa de impressioná-la. Hoje já não podia mais fazê-lo, mas fez questão de escolher o melhor caixão, no melhor cemitério paulista. Ele mesmo vestiu o corpo, como numa espécie de ritual de despedida.

Nas últimas palavras do padre, antes da terra invadir as entranhas dela, ajoelhou-se e beijou seus pés mais uma vez. Ao levantar-se, virou por só um momento, seu coração parou, não conseguiu pensar e achou que seria arrancado da terra como uma flor murcha é, por um jardineiro. Naquele instante, deixou de ser um perdedor.

19 de abril, por quê?

Antes era bandeirinha, cocar, chocalho pra todo lado nas escolas. Primeiras séries pintavam figuras de indiozinhos sapecas e todos usavam listrinhas nas bochechas gordinhas para simbolizar esta data pouco compreendida. Se perguntar para um criança de hoje o que há de importante no dia 19 de abril, ela vai te questionar se é a volta do coelhinho da Páscoa. As crianças de antes sabiam bem que essa data significava o dia do índio, mas também não sabiam mais do que isso. Quem decretou essa data comemorativa no país foi Getúlio Vargas, em 1943, três anos depois do I Congresso Indigenista Interamericano. Esse congresso visava melhorar a convivência entre "brancos" e índios. Receosos, os índios não compareceram nos primeiros dias, até que entenderam o propósito do mutirão. A primeira vez, então, que os índios apareceram neste congresso, foi em 19 de abril de 1940. Por isso essa data é comemorada na América como o dia do índio.


"Antes que os homens aqui pisassem
Nas ricas e férteis terraes brazilis
Que eram povoadas e amadas por milhões de índios
Reais donos felizes
Da terra do pau Brasil
Pois todo dia, toda hora, era dia de índio
Pois todo dia, toda hora, era dia de índio

Mas agora eles só têm um dia
Um dia dezenove de abril
Mas agora eles só têm um dia
Um dia dezenove de abril"
Jorge Ben Jor - Curumim Chama Cunhatã Que Eu Vou Contar (Todo Dia Era Dia De Índio)


Por Deborah Cattani

sábado, 18 de abril de 2009

Como é que é?

Leia a notícia aqui!

Alguém anda acompanhando a situação da greve dos ferroviários no Rio de Janeiro? Essa história já passou dos limites. Vão esperar até quando para tomar uma providência real? Até morrer gente?
Olha, geralmente eu não gosto muito das matérias feitas pelo G1, mas essa última vale a pena ler, tem gráficos, vídeos... Tudo bem, o texto podia ser melhor construído, mas é o G1 não, é?!
Inteirem-se do caso, poderia ser em qualquer lugar, o ser humano é terrível.

Deborah Cattani

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Heróis da medicina, depois de 15 temporadas eles dizem adeus


Quando falamos de super-heróis, facilmente vem no pensamento a imagem do Homem-aranha ou Wolverine. Mas, com a disseminação da televisão e a criatividade a solta não é difícil encontrar em seriados e desenhos sobre o cotidiano, mártires da vida real. Há 15 anos, o programa E.R. (Plantão Médico, no Brasil) vem trazendo ao publico da Warner Channel a história de um hospital fictício da cidade de Chicago (Estados Unidos), o County General Hospital.

O recorde de audiência das 15 temporadas prova que é possível sim ver nas pessoas normais um Q de heroísmo. Afinal, médicos que trabalham em uma sala de emergência lidam com tudo, tudo mesmo. E.R. começou com um plano considerado falido. Seu roteiro original tinha sido escrito como um filme e com pretensões de ser dirigido por Steven Spielberg. No entanto, a pré-produção não seduziu o grande cineasta que parecia mais entusiasmado com outro projeto de Michael Crichton, Jurassic Park.

Quando o piloto da série médica foi ao ar inovando a televisão americana, com seus planos cortados trazendo de volta a câmera-olho, Spielberg viu que o programa tinha futuro e voltou para a equipe.  Foram 22 prêmios Emmy. Naquela época a falta de grana era tanta que o demo foi gravado em um hospital de verdade para cortar gastos com cenário. Na verdade, esse episódio está no papel desde 1974, quando Crichton teve a idéia baseando-se em seu trabalho em um pronto-socorro.

O conjunto de elementos agradou ao público. Até mesmo a música de James Newton Howard na abertura se tornou um ícone na televisão. O último encontro dos médicos com os fãs foi em outubro, numa final de 3 horas de duração com direito a entrevistas, choro e um remake de despedida do piloto. Sem contar na homenagem ao criador de E.R., que faleceu em novembro do ano passado de câncer.

Sem casamentos nem finais felizes, o fim foi um momento de reflexão e desencontros. Quase sem conclusão, pensando bem, pois nenhuma das histórias chegou a fechar seu ciclo. Não é revelado se o Dr. John Carter (Noah Wyle) se acerta com a mulher, Kem (Thandie Newton). A Dra. Elizabeth Corday (Alex Kingston), que deixou a série em 2004, continua sem namorado após a morte do marido, Dr. Mark Greene (Anthony Edwards). Cerca de 16 milhões de pessoas, nos Estados Unidos, acompanharam o evento.

O pediatra interpretado por George Clooney, salvador das crianças em estado terminal, vai ficar para sempre em nossas memórias. Para driblar esse vazio, o jeito foi criar outro seriado sobre medicina. Trauma estreou a pouco na Warner, uma mistura de ação com hospital que promete revelar os perigos de ser um paramédico. Criada por Peter Berg, Jeffrey Reiner, e Dario Scardapane, a série terá como atores principais Anastasia Griffith, Derek Luke, Cliff Curtis, Jamey Sheridan, Taylor Kinney e Kevin Rankin.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Glórias!

Como o semestre voltou e ando correndo feito louca, acabei não tendo tempo para parabenizar esse maravilhoso time gaúcho que é o Internacional. Ao completar seus 100 anos de história se mostra cada vez mais merecedor de suas conquistas. Parabéns colorado, pelas 100 velinhas sopradas no dia 4 de abril; pelos 100 gre-nais no Beira-Rio e pelo 100º gol em gre-nais comemorados no dia seguinte; e pelos 40 anos de estádio novo que se completam hoje mesmo.
INTERNACIONAL tu és campeão de tudo!!!
E que pena que o Roth não ficou :(
Hahaha.

site dessa grandeza: http://www.internacional.com.br/home.php

Por Deborah Cattani (óbvio)

quarta-feira, 25 de março de 2009

Steven Pinker traz seu bom-humor à Porto Alegre

Nesta última segunda-feira (23), o canadense Steven Pinker abriu a série de cinco conferências do Fronteiras do Pensamento Brasken 2009, em Porto Alegre. Numa entrevista coletiva no Hotel Intercity, antes da grande palestra no Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o psicólogo e lingüista introduziu suas ideias, cujo objetivo é casar a psicologia com a engenharia e a informática. Segundo Pinker, a psicologia é a engenharia reversa do pensamento humano.

Autor de obras como “Do que é Feito o Pensamento” (2008), “Tabula Rasa” (2004) e “Como a Mente Funciona” (1997), Pinker defende a psicologia evolucionista e a teoria computacional da mente. O professor de Harvard expõe suas teorias da linguagem como uma janela da natureza humana que intercala linguagem direta e indireta nas relações pessoais. Participaram da coletiva jornalistas de vários veículos e universidades da capital e região metropolitana.

Assista o vídeo sobre Steven Pinker abaixo (em inglês)



Por Rossana Cattani e Deborah Cattani


quarta-feira, 11 de março de 2009

As desvantagens da internet...

Autoridade indiana defende censura ao Google Earth
Fonte: http://www.opiniaoenoticia.com.br/interna.php?id=22524&gid=twitter

O vice-ministro do Interior do estado indiano de Maharashtra, Naseem Khan, advertiu sobre o uso da ferramenta da Google -- que oferece imagens por satélite, mapas e buscas geográficas -- em atentados terroristas como o de Mumbai, antiga Bombaim, que matou quase 180 pessoas em novembro do ano passado.

Khan disse que o uso da ferramenta para planejar atentados é um motivo para controlar o acesso ao Google Earth e apagar alguns lugares dos mapas exibidos pelo serviço. "Queremos censurar o Google Earth", afirmou o vice-ministro à agência IANS.

Khan ressaltou que as autoridades indianas estão preocupadas desde que souberam que o comando terrorista que atacou o sul da capital financeira da Índia utilizou imagens do Google Earth. A expectativa das autoridades é de que ao menos os lugares mais suscetíveis a ataques, como instalações militares de defesa, sedes do governo e zonas portuárias, sejam retirados dos mapas do Google Earth.

E as vantagens:

Google Earth ajuda polícia a descobrir plantação de maconha na Suíça

Graças ao software Google Earth, a polícia suíça identificou uma plantação de maconha, onde foram presas 16 pessoas e encontrada 1,2 tonelada da droga, além de cerca de US$ 780 mil.

A plantação tinha 7.500 m² e estava camuflada por um milharal. A polícia suíça acredita que os bandidos tenham comercializado cerca de sete toneladas da droga entre 2004 e 2008.

A plantação foi descoberta no estado de Thurgau no fim de 2008, durante uma investigação maior sobre tráfico de drogas.

Por Deborah Cattani

Quando acho que já vi demais, eu não vi nada ainda

Link das notícias:

Cliente é obrigado a tirar sapatos para entrar em banco de Jundiaí

Vídeo mostra mulher tirando a blusa para entrar em banco no interior de SP

Você sabe o quão árduo pode ser uma ida ao banco?! Levantar cedo, esperar em filas, separar contas, ver o dinheiro se esvair, mas nada mais chato do que passar pela porta giratória. Pois é, esse exato momento constrangedor onde você tem que tirar da sua bolsa o que possui metal deixando todo mundo bem alerta que você tem mp3, carteira, celular, entre outras coisas que você não quer sair por aí exibindo, esse momento é o pior. Pense um pouquinho, quando foi que uma roleta dessas impediu alguém de atirar dentro de uma agência? Ou até mesmo de assaltá-la com tudo que se tem direito?! Nunca. NUNCA! Daí, essas monstruosas máquinas de metal apitantes só servem pra te humilhar, passar vergonha, ter que tirar o cinto porque a fivela é de metal ou coisa do gênero. Só que ultimamente a neura é tanta que as coisas passaram do limite no estado de São Paulo. Uma mulher teve que tirar até a blusa para acessar uma agência do Banco do Brasil, e um homem precisou entrar sem os sapatos em outra agência por estes serem de material metálico. É um absurdo que ninguém tenha dado importância para notícias como essas duas acima. Eu encontrei ambas escondidas no G1 durante uma aula de Jornalismo Online, olha que eu procurei, heim! Isso é capa de jornal, abuso dos direitos individuais à privacidade, quebra de conduta ética e moral. São coisas pequenas como essas que acontecem todos os dias e são ignoradas pela mídia, por serem vistas como banais ou por não afetarem pessoas importantes. São coisas que, com certeza, precisam mudar.

Por Deborah Cattani

domingo, 8 de março de 2009

Quem mede a justiça?

Lula diz que caso de menina de 9 anos grávida mostra 'degradação' da sociedade

Menina de 9 anos estuprada interrompe gravidez de gêmeos em Recife (PE)

Igreja critica aborto feito por menina de 9 anos violentada em PE; veja repercussão internacional

Nessa última semana mais um caso de violência assolou o país. Mas o que mais abalou as estruturas não foi o ocorrido e sim a solução. Impressionante ver a igreja perder o momento de calar a boca. Já saíram excomungando quem estava no caminho para defender o direito de duas vidas que nem tinham chegado no mundo. A menina, a mãe, a grávida em questão, que com 9 anos de idade foi estuprada pelo padrasto tinha POR LEI o direito de interromper a gravidez, mas ao receber a notícia a igreja não se conteve e disse que isso era blasfêmia, que uma vida não justifica a outra, ou seja, não importava se a pobre morresse no parto ou de infecções depois deste. Sem falar na última justificativa e, na minha opinião, a pior e mais escrupulosa: "aborto é pior que estupro". Desde quando violar um corpo é pior do que interromper uma blástula de se transformar em duas crianças que provavelmente seriam dadas para adoção ou virariam fruto de um rancor sem tamanho e terminariam suas vidas através das drogas e da violência. Essa é a minha opinião, cada corpo é um corpo, sem mencionar que a lei diz que quando uma mulher é estuprada ela tem direito a curetagem (aborto, em outros termos). Não sei porque tanto tabu em cima deste assunto afinal. Botar alguém no mundo para sofrer não é uma bênção, muito menos um milagre, não se pode medir o sofrimento das pessoas. Não se pode medir justiça. Crime é crime, e deve ser julgado conforme as leis de maneira ética e correta, e não conforme uma religião. Cada cultura tem suas crenças, se essas crenças forem absorvidas pela constituição, isso vira uma anarquia absoluta. Mas o meu ponto era desde o início dizer que cada um sabe o que faz, se existe um Deus, duvido que ele pense como os seus discípulos da igreja atual (que na verdade ainda é muito medieval).
Aliás, não sou só eu que carrego esse pensamento, o teólogo Hans Küng em entrevista para a ISTO É fala sobre isso neste LINK.

Por Deborah Cattani

domingo, 15 de fevereiro de 2009

200 anos poéticos e evolutivos

O ano mal começou e dois bicentenários importantes já sopraram velinhas: Edgar Allan Poe e Charles Darwin. O escocês Poe (19 de Janeiro de 1809 — 7 de Outubro de 1849), filho de um médico com uma atriz, ficou órfão aos dois anos depois de ser abandonado pelo pai e de sua mãe ser acometida por tuberculose, um dos males do século. Acolhido pela família Allan que lhe cedeu o sobrenome, o poéta cresceu e se tornou um exímio boêmio. Depois de se desentender com seus pais adotivos e arrumar várias dívidas de jogo, Poe lançou seu primeiro livro, em 1827, Tamerlane and Other Poems. Daí em diante mudou o rumo da literatura americana. Darwin (12 de Fevereiro de 1809 — 19 de Abril de 1882), bem mais comportado que Poe, segiu os passos do pai e se dedicou aos estudos da natureza descobrindo a teoria da seleção natural, mudando não só o rumo da ciência como também da religião. Dois grandes pensadores que fizeram a diferença e completaram esse ano 200 anos de vida, pois pra sempre continuarão vivos em nossos livros escolares, nossa ciência, nosso pensamento, nossas vidas.

Site dos eventos da PUCRS em homenagem aos 200 anos de Darwin:
http://www3.pucrs.br/portal/page/portal/pucrs/Capa/Noticias?p_itemid=1349465

Por Deborah Cattani

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Adeus Abelardo

Na tarde desta sexta-feira (13), o produtor, diretor, empresário e figurinista Abelardo Figueiredo se despediu dos palcos aos 77 anos após uma isquemia cerebral.

Natural de Niterói, Rio de Janeiro (RJ), nasceu dia 27 de novembro de 1931. Cedo já foi apresentado aos palcos, sua avó realizava apresentações com as netas em pequenos musicais. Por pouco não se tornou diplomata, trocou a gravata pelo teatro e se envolveu com a Secretaria de Teatro e Arte do RJ, onde conheceu Fernanda Montenegro e Nicete Bruno.
Seu nome passou a ser frequentemente mencionado nos jornais e logo se tornou um revolucionário dos espetáculos musicais. Trabalho na televisão integrando elencos como os da TV Tupi, TV Rio, TV Excelsior, TV Continental e TV Bandeirantes. Como coordenador do Balett do IV Centenário, trabalhou ao lado de Lazar Segall e Cândido Portinari, unindo arte e a cultura brasileira para mostrar as belezas do Brasil.
Apresentou-se ao lado de nomes como de Elis Regina, Wilson Simonal, Tony Ramos, Suzana Vieira, Regina Duarte, Norma Bengel, Marlene Dietrich e Rachel Welch. E lançou outros como os grandes artistas: Rosemary, Adriana Lessa, Eduardo Conde, Samantha Caracante, Alcione, Fafá de Belém, Pery Ribeiro, Célia, Maria Alcina e Noite Ilustrada. Com a ajuda de sua filha Mônica Figueiredo e da jornalista Helô Machado, Abelardo lançou o livro "O Show Não Pode Parar", em 25 de março de 2008.
Por Debora Cattani