quinta-feira, 11 de março de 2010

Já faz dois anos


E nada aconteceu. Culpados não foram julgados, nem detidos. O tempo passou, e mistério nenhum foi resolvido. A morte dessa menina, Isabella Nardoni, que completa dois anos no dia 28 deste mês, causou um dos maiores impactos midiáticos no Brasil. A cobertura durou cerca de três meses e só se deteve quando a justiça começou a burocratizar o caso. A partir desse evento a imprensa não parou mais por aqui e inclusive causou polêmica sobre sua atuação. Em outubro de 2008, ocorreu o sequestro Eloá. Talvez um dos quais mais se falou nos últimos anos. Até hoje a polícia culpa os cinegrafistas da Globo que se intrometeram na negociação, enquanto que os jornalistas culpam a polícia que esperou tempo demais para invadir o medíocre apartamento. Depois tivemos uma série de eventos dramáticos que, lógico, as empresas jornalísticas não tiveram a mínima vergonha de transformarem em “pão e circo”. Porém, nem sempre a cobertura desse tipo de acontecimento é antiética e parcial. Muitas vezes uma notícia pode salvar a vida de alguém. Há pouco tempo atrás uma cabeleireira foi morta pelo ex-marido. Ela já tinha registrado na polícia oito boletins de ameaças e agressão. Se um jornalista experto tivesse obtido essa informação junto com as assessorias da Polícia Civil, poderia ter feito uma reportagem sobre violência doméstica e provavelmente esse covarde teria sido preso antes de ter a chance de assassinar a moça. É sempre assim, se a coisa é feita de um jeito atrapalha, se é feita de outro morre alguém. Mas, existem cursos para jornalistas investigativos, para que esses aprendam como enfrentar uma pauta polêmica sem deixar sua opinião atrapalhar o andamento dos fatos. É impossível ser completamente imparcial, porém podemos tentar colocar a ética em primeiro lugar enquanto estamos ocupando uma posição profissional. Assim como nos cabe, dentro da nossa perspectiva de civis e despidos de nossas câmeras e crachás, denunciar crimes e lutar por um mundo melhor.