terça-feira, 23 de junho de 2009

Educandário enfrenta dificuldades para se manter

No seu 70º aniversário, o Educandário São João Batista enfrenta uma época de dificuldades, problemas de infra-estrutura e falta de verba diminuem oportunidades e a esperança das crianças que o freqüentam. Fundado em 1939, a escola localizada na zona sul de Porto Alegre é uma casa de reabilitação de crianças com deficiência física e mental, sem fins lucrativos e de assistência social gratuita.

Déa César Coufal, foi a responsável pela construção da sede em 1946 na rua Tenente Coronel Mário Doernte, 200, no ponto mais alto de Ipanema, onde inicialmente a entidade só tratava de crianças com paralisia infantil. São 17.000m², sendo 1.813m² de área construída. “Ela escolheu este terreno bem no alto, porque queria que as crianças ficassem perto de Deus”, conta Suzana Rossi, dentista voluntária do instituto há 11 anos. A casa foi especialmente desenvolvida para ser um hospital-escola e conta com banheiros especiais, piscina, rampas de acesso e salas de fisioterapia.

Hoje em dia, o educandário atende mais de 40 crianças e doenças como: Artrite Reumatóide Infantil, Artrogripose Múltipla Congênita, Distrofia Muscular Progressiva de Duchenne, Encefalopatia Crônica Infantil, Hidrocefalia, Mielomeningocele, Neuropatia Periférica, Osteogenese Imperfeita, Panencefalite Esclerosante Sub-Aguda, Síndrome de Down, Síndrome de Larsen, Síndrome de Moebius, Síndrome de Turner, Síndrome de Williams, Síndromes de West, Traumatismo Cranio-Encefálico e Traumatismo Raqui-Medula. “Tratamos de pacientes de 0 a 17 anos, de ambos os sexos e com diversas condições. Alguns não têm dinheiro para fazer o tratamento adequado ou até mesmo para chegar até nós” relata Erica Brugger, pediatra da instituição desde 1998. No entanto o público já foi maior, em 2006, após passar por algumas reformas, foram registrados 14.514 atendimentos clínicos e 200 horas/aula a mais de 130 crianças e adolescentes no educandário.

A administração da casa é feita pela Congregação das Irmãs de São José de Chambery. A Ir. Maria Inês Muraro foi diretora por mais de 26 anos dentro do educandário. “A primeira vez que eu vi a fila do almoço, aquelas crianças todas juntas, algumas em cadeiras, outras se arrastando pelo chão, tive que me esconder para chorar”, natural de Flores da Cunha, ela veio para a capital em 1952 para fazer parte da equipe da entidade, e hoje com 88 anos ainda visita seus ex-internos quando pode.

No ano passado, o médico ginecologista Sérgio Eduardo Silva da Rocha foi eleito presidente, mas só comparece na instituição uma vez por semana e mandou embora boa parte dos voluntários e estagiários para reduzir gastos. Um dos convênios que foi rompido foi o com a Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) que fazia os estágios curriculares de fisioterapia, pedagogia e psicologia no local com supervisão dos professores.

A falta de pessoal e de campanhas que estimulem doações tem feito com que muitos pacientes fiquem sem a atenção requerida atrapalhando seu desenvolvimento futuro. O Funcriança é o programa de arrecadação de maior renda do educandário hoje. Pessoas físicas podem doar até 6% do valor devido ao Imposto de Renda e as empresas ou pessoas jurídicas, até 1%.

Antigamente, os pacientes eram todos internos e dormiam na casa junto com um grupo de freiras. Agora somente dez meninas continuam internas, pois moram no interior ou não possuem nenhum parente. Um dos obstáculos que os funcionários querem vencer é que ao completar 17 anos, os adolescentes são obrigados a deixar o educandário, porém nem sempre eles estão prontos para a vida adulta, muitos têm restrições físicas e necessitam de ajuda para continuar tendo uma vida saudável.

FOTOS:




PROPAGANDA CRIADA PARA ARRECADAR FUNDOS:

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