quarta-feira, 26 de maio de 2010

ABJ pede o fim do registro de jornalista no Ministério do Trabalho

Notícia:


Entidade pede o fim do registro de jornalista no Ministério do Trabalho
Anderson Scardoelli

A Associação Brasileira dos Jornalistas (ABJ) protocolou nesta segunda-feira (24/05) uma representação no Ministério Público Federal solicitando o fim do registro de jornalista no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) é contra.
O presidente da ABJ, Antônio Vieira, informou que o acórdão da decisão do Supremo Tribunal Federal, que decidiu pela não obrigatoriedade do diploma para jornalistas, transforma a exigência de registro inconstitucional e discriminatória. Desde o começo do ano, o ministério tem concedido registro a profissionais sem diploma, mas os classifica como “Decisão STF”.
“Lutamos durante dez anos para ter essa liberdade de exercício profissional. O registro do MTE vai contra a liberdade, é do tempo da ditadura, queremos acabar com ele por causa disso”, analisa Vieira.
A Fenaj se opõe ao término da emissão do registro profissional para jornalistas. Para o presidente da entidade, Sérgio Murillo de Andrade, sem o registro, os profissionais de jornalismo vão perder em capacitação e terão os salários reduzidos. “O registro foi a única coisa que nos sobrou. Se tirarem o registro é melhor acabar com a profissão de jornalista”, disse Andrade.




E agora pessoal?

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A mesma notícia, três versões

Correio do Povo
Zero Hora
R7

As três matérias são sobre uma professora que foi esfaqueada em um curso de inglês no centro da Capital, sábado a tarde. Mas, o mais interessante é que, nenhuma das versões dos jornalistas bate. Em duas das notas, ZH e Correio, está escrito que o rapaz teria tentado se matar. Na reportagem do R7, o fato não é mencionado. Nem as idades e o número de facadas é o mesmo de texto para texto.
Onde está a apuração desses jornalistas? O evento aconteceu no sábado e foi publicado entre ontem (domingo) e hoje (segunda-feira). Havia tempo suficiente para buscar informações como essas. E a ética e o compromisso com a sociedade? Tudo isso é em nome do furo?

terça-feira, 11 de maio de 2010

Associados do Clube dos Editores debatem futuro do livro


      Hoje, dia 11 de maio, a EDIPUCRS sediou um encontro dos associados doClube dos Editores do Rio Grande do Sul (CE/RS) com o objetivo de debater o futuro dos livros eletrônicos e o crescente mercado digital. O evento ocorreu na PUCRS e contou com cerca de 20 editores gaúchos. Entre os participantes estavam o presidente da Câmara Rio-grandense do Livro, João Carneiro, e a presidente do CE/RS, Annete Baldi.
      O diretor da editora, Jerônimo Braga, abriu o evento e introduziu a primeira palestra "E-books da EDIPUCRS", ministrada pelo coordenador do setor de Publicações Eletrônicas, professor Gilberto Keller. "Começamos sem saber direito o que era exatamente um e-book", enfatizou Keller ao exemplificar o trabalho da EDIPUCRS nesse meio, que começou oficialmente em 2007. O professor falou sobre a inovação, que apesar de estar presente na internet, ainda assusta algumas pessoas. "Todos desconfiam muito do e-book. A resistência foi grande, mas em 2009 o número de publicações eletrônicas superou o de impressas".
      Atualmente a editora trabalha com toda a editoração do livro. Desde o recebimento do arquivo em editores de texto até a publicação. O uso de diversos códigos e programas não tem mais limite, algumas publicações são simples PDF's outras são complicados processos que envolvem Flash e HTML. Keller crê que o método de criação é parecido com o impresso, até o momento em que esse segue para gráfica. "O nosso custo, antes da publicação, é igual ou maior ao do impresso. O que difere é que no digital nós gastamos alguns megabytes só", brincou.
      Dando continuidade as idéias de Keller, o Editor-chefe da EDIPUCRS, Jorge Campos comentou sobre a crise dos impressos na conferência "O livro na cultura digital". "De 2005 para cá, nós estamos enfrentando essa mudança para a cultura digital sem nenhum conflito", disse. Para explicar a afirmação, Campos citou Marshall Mc Luham (1911-1980) e Umberto Eco, dois formadores de opinião que previram essa transição midiática da comunicação mundial. "O livro em papel foi feito para o papel. Jogar ele puro na internet é um desrespeito à cognição de leitura", exclamou o professor. Segundo ele, a antecipação da pesquisa e a busca por novas tecnologias são fundamentais para evitar o retrocesso.
      Em sua opinião, o conflito não é do livro impresso em si, mas sim da escrita. Ele acredita que com a disseminação de vídeos, a escrita e a leitura estão cada vez menos valorizadas. "O cérebro formata a leitura e se adéqua para interpretar a informação", disse. O professor comentou sobre o diálogo virtual, conceito que caracterizou como "virtuálogo", fato onde a comunicação se encontra, em maior, parte na internet e acaba por adaptar-se a esta. "Nunca a cultura foi tão repartida e compartilhada. As pessoas têm uma necessidade de informação impressionante", ponderou.
      Finalizando o encontro, o representante da Fundação Dorina Nowill, Ricardo Soares, apresentou o formato Daisy, aplicativo de leitura para texto escrito e falado. Criado na Suécia há cinco anos, o Daisy surgiu para facilitar a leitura de deficientes visuais. "O programa permite que o cego consiga navegar, anotar, marcar e até mesmo salvar um trecho do texto", revelou Soares. Comandos por teclado fazem com que o texto seja lido ao internauta, com voz sintetizada onde a velocidade pode ser controlada pelo leitor.
      "A qualidade do som para deficientes precisa ser alta, pois eles não têm memória visual. As siglas e abreviações são lidas por extenso pelo programa, assim como a pronuncia das palavras estrangeiras é feita de acordo com a original", diz Soares. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 15% da população mundial têm alguma deficiência física, dentre os quais 2,5% são completamente cegos. O coordenador garante que o formato já está causando uma revolução no mercado.

Matéria publicada no site da EDIPUCRS no link NOTÍCIAS