tag:blogger.com,1999:blog-74444757166110593842024-03-13T16:24:54.570-03:00Media Stalker'sAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.comBlogger273125tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-23955354295195026452015-08-03T08:38:00.002-03:002015-08-03T08:39:01.478-03:00É chegada a hora de dar tchauApós longos oito anos, eu tomei uma enorme decisão. O blog precisa acabar. Eu venho lutado fortemente contra a maré da vida nos últimos meses, numa posição muito difícil, longe das pessoas que eu mais amo, longe do meu país e sufocada por uma cultura estranha. Durante muito tempo eu pensei que não queria viver, que precisava da morte para acabar tudo, para sentir paz interior, porque a vida em si é muito caótica, em trânsito tende a ser infernal.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuR7m_L2GAjxrV8lPKouGJgOXeCcTcwnUMuMNSE-vBR82ISukIZltfuaWF2ca5YtOxXOrBYgKDE22QrKIiIH6TOR5hJa7qul4s1mM4aUv4riw8GocYFFdmb0WJZQ_Y05Pr7Y_zaSjSe-qu/s1600/HT_porto_Q40.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="156" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuR7m_L2GAjxrV8lPKouGJgOXeCcTcwnUMuMNSE-vBR82ISukIZltfuaWF2ca5YtOxXOrBYgKDE22QrKIiIH6TOR5hJa7qul4s1mM4aUv4riw8GocYFFdmb0WJZQ_Y05Pr7Y_zaSjSe-qu/s400/HT_porto_Q40.jpg" width="400" /></a>As relações têm me mostrado que preciso amadurecer e muito muitas ideias. Preciso recriar uma autoestima que a sociedade na minha volta fez questão de destruir. Preciso acreditar que tenho direito sim de ter amor, de querer uma família, de querer ir além e que não há nada de errado com esse pensamento. Preciso acreditar, acima de tudo, que mereço mais, que mereço melhor.<br />
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O blog não tem culpa nenhuma disso, ele é apenas parte de um processo, de uma longa caminhada que eu dei início na faculdade e que eu encerro na entrada do doutorado. Acho que, como todas as coisas da vida, teve um belo início, meio e fim. Mas como diz a banda Las pastillas del abuelo, "hay que saber quando parar".<br />
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Não é o fim da minha vida virtual, pelo contrário, acho que agora eu posso finalmente partir para uma plataforma mais política, mais voltada para o meu tempo e onde eu exponho menos a minha vida e mais o meu elaborado e refinado pensamento como comunicadora. Não é privação, afinal eu sempre fui uma pessoa mais aberta e, apesar de por muitos anos ter me sentido mal por ser assim, hoje eu percebo que é importante dividir e compartilhar.<br />
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Não vou excluir esse pedaço da minha história. As páginas daqui, que preenchem buscas do Google com o meu nome, vão seguir on-line. No entanto, eu preciso dessa pequena morte. Acho que foi Mia Couto até que disse, em algum dos muitos livros que eu já li dele, que às vezes a gente precisa se matar para seguir vivendo. É mais ou menos isso.<br />
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Depressão é um ciclo, não uma doença, não uma desculpa. É um ciclo que vai e vem e todo mundo vive e tem sua importância em viver o círculo até o fim. Mas cabe a cada um saber quando é hora de transformar a roda em reta e seguir adiante. Agora que se foi minha crise dos 6 meses, que começou a nascer em mim um desprendimento dos que estão distantes, que surgem finalmente no horizonte as novas perspectivas, agora é a minha hora.<br />
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Vou subir nesse trem antes que seja tarde. Não é uma busca por felicidade, porque feliz eu sou e muito. É aceitar que, depois de muito lutar contra as ondas de um mar bravo, a maré vai me levar se eu flutuar calma e tranquila.<br />
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Se o amor não me trouxe esse conforto, então dele que eu não posso depender ou esperar mais nada. As pessoas que me amam de verdade tem me mostrado isso a cada dia, que quando o sentimento é real, tudo se dá um jeito, sem conflitos, sem brigas, sem destruir casas e vidas. Aquilo só causa vontade de descer poço abaixo não pode ser alimentado e sim exorcizado, mesmo que aos poucos, no tempo de cada um.<br />
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Que venha mais um porto na minha vida, afinal sou amaldiçoada (ou abençoada) por cidades que têm um escape fluvial para o novo mundo. Que agora sim nasçam as amizades verdadeiras que hão de nascer em terras lusitanas, que agora venha o amor que eu tanto preciso e as novas oportunidades de ser amada como mereço. Que venham novos estudos, novos debates.<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-42843834353574221812015-07-01T11:41:00.002-03:002015-07-01T11:46:49.281-03:00Saudades<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk8EeVlojKnhWdNFqa0ZdOeLzmd0eQM-jxB_XHKWfXBFJ76ffK4uT63Xumq-SJ81neNlL2MN9vZMXuDQcmD-MdLmHgUP_l91gMvkKzyHn1Bqx-iD2ZPPn3yKWBCJDT0bYk2Oagf4gYp41U/s1600/PortoAlegre-17012006-19Graus-Chuva-0012.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk8EeVlojKnhWdNFqa0ZdOeLzmd0eQM-jxB_XHKWfXBFJ76ffK4uT63Xumq-SJ81neNlL2MN9vZMXuDQcmD-MdLmHgUP_l91gMvkKzyHn1Bqx-iD2ZPPn3yKWBCJDT0bYk2Oagf4gYp41U/s320/PortoAlegre-17012006-19Graus-Chuva-0012.jpg" width="320" /></a></div>
Pequenos pingos, chove lá fora. O cheiro de terra fresca sobe com o mormaço. O calor e as essências, que se misturam com frutas da estação e filtro solar, me lembram muito de casa. Não é saudades, é nostalgia. É acordar no meio da noite com a certeza de que se está em casa, sentido o ambiente acolhedor e imaginando que a sua mãe está na cozinha preparando café.<br />
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Sim, senhores, são quase seis meses já. Passou rápido, quem diria? Para os que fizeram suas apostas, agora é a derradeira hora de comprovar o resultado. É aqui que posso encher a boca e dizer que tenho saudades, saudades da minha casa, dos meus gatos, da minha família, dos meus amigos, de comer um churras, de beber chimas na Redença, de frequentar a Cidade Baixa, de ver um filme na Olaria, de andar de Cohab lotado, de ir ao Barra, de passear na Orla, de viver Porto Alegre ao seu máximo.<br />
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Saudades que se dá em cada ponto, em cada vírgula. Tudo começa a se transformar em motivo para lembrar de algo, alguém, uma história. Ao mesmo tempo, as histórias vão ficando cada vez mais estórias, mais vagas e nebulosas. Os amigos seguem, distantes, na tela do computador. A vida em Lisboa começa a ter um ritmo lento, parece que estabilizou, mas logo vem uma nova etapa.<br />
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Hoje está chovendo e esses são os dias, poucos, raros, em que eu me sinto mais sensível. São os dias em que eu quase confundo Lisboa com Porto Alegre, em que eu busco pelo Mercado Público e subo a Avenida da Liberdade me sentindo na Independência. Esses são os dias em que aquela dor que incomoda todos os dias se torna insuportável. Ainda bem que aqui chove uma vez por mês.<br />
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Nesses seis meses eu vivi uma vida. Eu conheci poucas pessoas, mas eu já ganhei uma família, por isso sei que se eu estivesse em Porto Alegre agora, eu sentiria o mesmo por Lisboa: saudades. Apesar de ser pouco tempo, as relações foram intensas e a cidade cresceu em mim. O país me encanta a cada dia e as raízes se formam e se fincam no chão, me prendendo a essa terra.<br />
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O peso rola na balança do voltar e ficar todas as noites. Deitada na cama eu deixo a nostalgia me guiar pelas ruas do meu Porto. Enquanto eu crio certezas de que meu lugar é aqui e devo ficar, crio incertezas sobre o futuro, sobre as mudanças por vir. E, ao mesmo tempo que se sabe tudo, não se sabe nada.<br />
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Viver fora não é uma busca pela felicidade inatingível. É, sim, uma procura constante pelo lar que se deixou para trás, é cotidianamente racionalizar o que se sente e se dividir em duas pessoas para seguir vivendo. Deixar o seu país é estar aqui sorrindo à mesa de uma casa portuguesa, mas sem deixar de pensar no que estão fazendo as pessoas que você ama do outro lado do Atlântico. É quase como ser um agente secreto, pois temos que mascarar sentimentos, mastigá-los e engoli-los boa parte do tempo.<br />
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Aprender a lidar é impossível. Não tem uma regra, ou um conjunto de regras, que explique como não surtar. A gente acumula e desaba constantemente. Aos poucos é que a gente começa a perceber que vive num ciclo, como o da lua, e que tem dias e dias. Quando chove, é inevitável não marejar os olhos e não pensar no caos da Esquina Democrática, com abulantes vendendo sombrinhas a qualquer custo.<br />
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Não tem segredo mesmo. Depende de cada um. As pessoas me perguntam hora ou outra como faz para sobreviver. Não se faz, se sobrevive apenas. A gente acaba se contentando com gostos e cheiros, com fotos e conquistas dos amigos, com uma conversa de Skype com a mãe e os gatos. As crises vem e vão, como o sol nasce e se põe.<br />
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Às vezes, vamos ter pessoas maravilhosas e compreensivas a nossa volta, para dar um colo, um abraço e dizer que está tudo bem. Outras, vamos afundar sozinhos num buraco negro de sentimentos escuros e só nós mesmos poderemos nos salvar. O importante é saber, como diz o Wander Wildner, que não se "consegue ser alegre o tempo inteiro", mesmo estando em Porto Alegre.<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="344" src="https://www.youtube.com/embed/XuG7XmQGRNE" width="459"></iframe>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-85485117556034529562015-04-08T06:59:00.000-03:002015-04-08T07:00:25.299-03:00Sobre amor e liberdade<object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" height="40" id="gsSong3370513668" name="gsSong3370513668" width="250"><param name="movie" value="http://grooveshark.com/songWidget.swf" /><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=33705136&style=metal&p=0" /><object type="application/x-shockwave-flash" data="http://grooveshark.com/songWidget.swf" width="250" height="40"><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=33705136&style=metal&p=0" /><span><a href="http://grooveshark.com/search/song?q=Hugh%20Laurie%20Let%20Them%20Talk" title="Let Them Talk by Hugh Laurie on Grooveshark">Let Them Talk by Hugh Laurie on Grooveshark</a></span></object></object><br />
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A gente sempre acha que nunca vai amar de novo. Quando fecha-se um ciclo, nossa primeira reação é pensar que <i>c'est fini</i> e colocamos em nossas cabeças que não queremos mais sentir aquilo. Isso acontece porque, muitas vezes, vemos os relacionamentos de uma maneira muito distante da realidade. Criamos expectativas em relação a alguém antes dessa pessoa existir. Quando finalmente nos envolvemos, pesamos medidas e escolhemos entre ser/estar com ele ou a nossa liberdade.<br />
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Amar não precisa ser uma escolha cheia de exigências. Eu aprendi e sigo aprendendo que é, sim, possível estar com alguém, valorizar aquilo e manter nossa liberdade. No início, eu não acreditava que isso fosse praticável, porque assim como os outros, eu fui doutrinada para a monogamia e para achar que estar com alguém é tomar posse e ter o controle. Grande erro, pois ao tomar posse de alguém, sufocamos a pessoa e nos limitamos a viver muito pouco, estragando toda e qualquer possibilidade de se ter algo mais e perdendo um tempo imenso de vida, afinal, os 20 não voltam.<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgibv_wxE4ihPg_kyUAcCoRvjWgCd9nFkSTVFiQQKAE-Gu-3pYxmcgjxZnGz4y2E9hSrjWIbxHOln51XFVfFK4jgodETp6J3_gIVE3NQmVjaFnniUYxZWKnJSPNLfuo01EznfZ4_iuK43ha/s1600/overly-attached-girlfriend-overly-attached-boyfriend-06.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgibv_wxE4ihPg_kyUAcCoRvjWgCd9nFkSTVFiQQKAE-Gu-3pYxmcgjxZnGz4y2E9hSrjWIbxHOln51XFVfFK4jgodETp6J3_gIVE3NQmVjaFnniUYxZWKnJSPNLfuo01EznfZ4_iuK43ha/s1600/overly-attached-girlfriend-overly-attached-boyfriend-06.jpg" height="287" width="320" /></a><br />
Não existe segredo, a verdade é que é preciso se desprender de si mesmo e aceitar que somos TODOS livres, homens, mulheres, todos mesmo. Quanto mais liberdade você exige e oferece, menos você realmente precisa dela e mais vontade você tem de estar na gaiola do amor. A certeza de que você pode simplesmente levantar, sair e fazer o que quiser, é o que te dá confiança numa relação. Não o oposto, como a maioria pensa.<br />
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As pessoas complicam demais e tiram conclusões precipitadas. Também tem o fato de que vivemos ainda em uma sociedade extremamente machista e a liberdade sexual da mulher só ocorre num plano de luta. Sofremos com isso, uma vez que somos constantemente repreendidas por pessoas que nos cercam. Entretanto, não podemos nos deixar abalar com isso e fazer o que esperam de nós. Aliás, expectativa é algo que se pode abolir do vocabulário, se você quiser ser feliz. Em qualquer sentido!<br />
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Quanto menos você esperar da vida, mais ela te surpreende e mais possibilidades ela te oferece. Não é ser pessimista, é não ser otimista. É aproveitar aquele instante com aquela pessoa e ESTAR com ela, de fato. Se deixar envolver sem prender e prender-se. Aquela história de deixar a gaiola aberta que o passarinho volta é verdade. Coloque em prática, ame a você mesmo antes de tudo e não trate as pessoas como insubstituíveis, pois ninguém é, em nenhuma plataforma da vida.<br />
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Não existe nada melhor do que deitar e rolar com alguém sem saber o que será do amanhã, sem planos futuros. É o famoso "sem compromisso". Mas veja bem, não é assim por medo de ter algo sério, tudo pode se transformar em algo sério um dia. É justamente o contrário, assumir que hoje é sem compromisso, porque amanhã pode ser com. É permitir que o outro tenha o mesmo que você, é igualdade e respeito. Isso é amor. É querer sempre o melhor para ambos os lados e não apenas um anel no dedo e um papel assinado.<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-64658202828872667302015-03-23T14:15:00.002-03:002017-01-13T16:06:59.572-02:00Drama?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://assets.scumbagsteve.com/hashed_silo_content/63e/b3b/328/resized/makes-food-everyday-doesn-t-wash-dishes-495a05.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://assets.scumbagsteve.com/hashed_silo_content/63e/b3b/328/resized/makes-food-everyday-doesn-t-wash-dishes-495a05.jpg" height="320" width="316" /></a></div>
Nos últimos dias eu estou vendo na prática como é ter 20 poucos anos e ser consciente disso. Vou explicar: recebi uma super educação da minha mãezinha. No grito ou não, ela me ensinou a cuidar das minhas coisas, a viver num ambiente limpo, a valorizar as pequenas doações em prol de um cotidiano melhor. Eu cresci levantando cedo todo dia e arrumando minha cama, guardando minha roupa, fazendo meu próprio nescau. O legal de sair de casa é que você percebe o quão único você se torna porque você realmente lava a louça, cozinha, lava roupa, sabe usar material de limpeza e, pior, gosta de viver num ambiente que segue pequenas regras.<br />
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Morar com uma galera é engolir toda a sua boa educação em seco, fechar os olhos, respirar fundo e regredir muitos anos da sua vida. Num primeiro momento você tenta estabelecer um raciocínio, tenta mostrar vantagens, mas logo é vencido pelo cansaço e uma pilha de louça que ocupa a pia da cozinha há 3 ou 4 dias. Mesmo tendo um excelente relacionamento com algumas pessoas da casa, você não se sente em casa. E nunca vai! Porque você é o problema. Meu estopim foi hoje, ao ouvir que estou fazendo drama. Claro, a situação se deu por problemas mais graves que uma louça, entretanto, me fez parar para pensar, se eu que sou mimada, ou eles que são relaxados demais.<br />
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Como eu disse para um grande amigo meu, o que me deixa mais triste é saber que pessoas que jogam lixo em qualquer lugar, cagam e andam pro meio ambiente, vivem na sujeira e acham limpeza perda de tempo, são o futuro da nossa humanidade. Sim, esses são os jovens de 20 e poucos anos que em breve, muito breve, vão tomar o mundo. Vovó já dizia que a convivência fode as relações, mas pelo que eu estou vivendo, eu posso admitir que para os jovens de hoje, não existem relações, porque é uma idiota como eu fazendo tudo e o resto de boa, achando que o melhor é "ver no que dá".<br />
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Acho essa atitude mesquinha e brochante, quase tão péssima quanto a tentativa da <a href="http://lugardemulher.com.br/homenzinhos-de-merda-ganham-esmalte/" target="_blank">Risqué de fazer uma linha de esmaltes femininos agradecendo aos homens pela "ajudinha no cotidiano"</a>. Essa publicidade péssima ilustra muito do que eu estou dizendo. Lavar uma louça e fazer um jantar não é um favor e não deve ser agradecido. Limpar, cozinhar, estar presente é fazer parte de relacionamento, seja amizade, seja mais que isso, é se comprometer com os outros, se colocar no lugar deles e, principalmente, não fazer o que você não gosta que façam para você.<br />
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Morar em grupo te faz perceber o quanto as pessoas são egoístas e pensam só na sua situação. Quando some algo delas é que elas abrem a boca e reclamam, é quando elas querem impor regras. Quando você reclama de papel no vaso sanitário ou cabelo no ralo você é fresca. Quando desaparece algo do bem comum, as pessoas dão de ombros, acham soluções temporárias (lê-se: gambiarras) e seguem suas vidas. Quando alguém tem que ligar para algum serviço (água, luz, gás, assistências técnicas no geral) é aquela lamentação com lamúria do "pra quê se está bom assim?". Dá uma depressão ver gente que não consegue ter um mínimo senso de autoliderança querendo dominar o mundo.<br />
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Como lidar? Não sei, minha válvula de escape tem sido rir disso tudo, lavar mais louças e seguir a vida. Também preciso eu aprender a relevar um pouco mais. A única coisa que me preocupa é me tornar uma dessas pessoas, <i>jamais</i>.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-11352682529280113162015-03-20T08:24:00.003-03:002015-03-20T08:24:35.579-03:00HAHAHA só que não!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://scontent-mad.xx.fbcdn.net/hphotos-xfp1/v/t1.0-9/10355744_789334807824665_1257688050922648100_n.jpg?oh=9c37fa484dc1e7529e0dc4c928220138&oe=55828AA4" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://scontent-mad.xx.fbcdn.net/hphotos-xfp1/v/t1.0-9/10355744_789334807824665_1257688050922648100_n.jpg?oh=9c37fa484dc1e7529e0dc4c928220138&oe=55828AA4" width="261" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Passei rindo, nos últimos dias, da ignorância que marchou às ruas do Brasil. Mas hoje, parando para pensar com mais clareza, eu percebi que a gente não deveria mesmo rir e desmoralizar quem protesta sem saber o motivo, o tom e a que lado pertence. Por pior que sejam as pérolas, esse desconhecimento generalizado, tanto da história brasileira, como da constituição, não deveria ser motivo de riso e essas pessoas não deveriam ser ridicularizadas. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Ao rir desses indivíduos, nos tornamos tão ignorantes quanto, pois nos rebaixamos a um nível em que não somos mais capazes de entregar conhecimento e, na nossa, arrogância, nos convencemos que somente nós podemos governar a todos. Grande mentira, não só porque não está ao nosso alcance, como também não é e nunca será nosso direito. Vindo de um sistema democrático, devemos sempre, em qualquer ocasião, respeitar a opinião alheia, mesmo que ela choque, mesmo que ela coloque o dedo na ferida, isso é liberdade de expressão. Sim, existe uma linha tênue entre ela e o preconceito, entre ela e a calúnia. Mas dissecando as manifestações, ao rirmos dos ignorantes de classe média alta que, com seu conhecimento de escola particular, não conseguiram demonstrar um mínimo discernimento dos fatos, nós endorsamos um péssimo discurso e aumentos o conflito entre "direita" e "esquerda", "norte" e "sul", 99% e 1%. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Esse gap já é gigante e debochar dos outros só faz aumentar. Por que não tomar uma posição de, ao invés de ridicularizar, educar, explicar, mostrar, sem deboche, que existe uma história, uma série de leis, um sistema a ser seguido? Por que não utilizar isso para repensar a educação brasileira? O que mais me deixou pasma nesses protestos foi exatamente isso, o nível do nosso ensino escolar. Gente, até a Globo, que manipula em favor da direita há anos, já fez uma série de filmes detonando a ditadura militar (entre eles cito Batismo de Sangue e O Ano em que meus Pais Saíram de Férias, que são bem fortes). A internet está aí também, com uma série de materiais sobre o quão duro foi aquele período. E não é só isso, fico perplexa com a falta de conhecimento sobre a economia mundial. As pessoas pedindo irracionalmente para a Dilma baixar o preço do dólar. </span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://scontent-mad.xx.fbcdn.net/hphotos-xap1/v/t1.0-9/10430854_789054617852684_454264953126420162_n.jpg?oh=c5871293b144e2d3d0d2001fc340eb7e&oe=55B94506" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://scontent-mad.xx.fbcdn.net/hphotos-xap1/v/t1.0-9/10430854_789054617852684_454264953126420162_n.jpg?oh=c5871293b144e2d3d0d2001fc340eb7e&oe=55B94506" width="320" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Precisamos voltar àquele tempo em que se ensinava na segunda série a preencher cheques, porque educação monetária e econômica era importante. Hoje as crianças saem do ensino fundamental sem nem saber ler, pois nessa adoção do 9º ano permitimos que o ensino decaísse, valorizamos demais a meritocracia e a decoreba pra passar no vestibular. É isso que dá, formamos indivíduos que conseguem fazer uma prova com 90 questões interpretativas em 5h, mas que não conseguem processar as informações, discuti-las e formar opinião própria embasada sobre qualquer assunto. Parem e pensem, não é questão de ensinar a constituição nas escolas, como quer o Romário, mas de mostrar que ela existe, que ela contém nossos direitos e DEVERES como cidadãos e que elas está disponível para nós em múltiplas plataformas. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">Não é exigir que uma criança saia da primeira série lendo e fazendo cálculos, é mostrar pra essa criança, desde cedo, a vantagem de saber ler, de saber interpretar e opinar criticamente. É incentivar as pessoas a irem além das suas capacidades e, não, aceitar simplesmente que se passem todos de ano sem saber os conteúdos básicos para sobreviver, por simples pena da autoestima da criança. Não é rodar também, é ensinar de verdade, ao ponto que não se precise rodar, que não se precise decorar pra passar no vestibular, e, mais ainda, que não se precise ouvir tanta asneira nas ruas em tempos atuais.</span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-49756977293212441332015-03-06T09:39:00.001-03:002015-03-06T09:47:21.597-03:00Geração mind the gap<object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" height="40" id="gsSong308193178" name="gsSong308193178" width="250"><param name="movie" value="http://grooveshark.com/songWidget.swf" /><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=30819317&style=metal&p=0" /><object type="application/x-shockwave-flash" data="http://grooveshark.com/songWidget.swf" width="250" height="40"><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=30819317&style=metal&p=0" /><span><a href="http://grooveshark.com/search/song?q=Mind%20the%20Gap%20Smile%20Back%20At%20You" title="Smile Back At You by Mind the Gap on Grooveshark">Smile Back At You by Mind the Gap on Grooveshark</a></span></object></object><br />
Nasci em 1989, um pouco antes da queda do muro de Berlim. No Brasil, primeiras eleições diretas desde os anos 60. Minha geração é a geração do <i>gap</i>, ou seja, a que mais sofreu mudanças de contexto ao longo do tempo, na minha opinião. Crescemos a última infância na rua, dentro das cidades. Assistimos praias quase desertas serem transformadas em centros urbanos de costas para o mar. Somos filhos da democracia, vivemos mais tempo em sistemas políticos de esquerda do que os nossos pais, no entanto, a maioria de nós é de direita.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGmmRDNY0z5IR0h9KgAJaYfaAha3hctjjFCSZzXjXIToeWa6WTDgYyRRbR2Sro-UE_76j1IlyWgmtPkc4e3lfdZenk1eBxnpibiCxxGC1W124JO-qbn2q_q0ZrJr-KXNfP0bOEC9uC6_9R/s1600/youre-only-a-true-90s-kid-if.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGmmRDNY0z5IR0h9KgAJaYfaAha3hctjjFCSZzXjXIToeWa6WTDgYyRRbR2Sro-UE_76j1IlyWgmtPkc4e3lfdZenk1eBxnpibiCxxGC1W124JO-qbn2q_q0ZrJr-KXNfP0bOEC9uC6_9R/s1600/youre-only-a-true-90s-kid-if.jpg" height="195" width="320" /></a>Nós encerramos a era dos analógicos. Fomos os últimos a usar celular sem internet, a ter fotos impressas e conhecer o processo de impressão proveniente do filme. Quem nasceu em 1989, tem um <i>gap </i>nos álbuns de fotos, aliás. Provavelmente os seus vão até 2002, depois tudo se tornou digital. Muitos de nós não têm registros da transição, afinal o filme acabou antes que se tivesse dinheiro para comprar máquinas tecnológicas, ou ter computador.<br />
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Fomos nós que tivemos que aprender como se vive fora de regimes e ensinamos nossos pais a votar, a agir politicamente. Nós, intermediários de um mundo de papel e algoritmos, que demos início a revolução digital. Nós mudamos o ensino, agora é proibido bater e apanhar. Tudo é no diálogo, mesmo que seja on-line.<br />
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Nossa geração é a primeira a debater abertamente o aborto, a legalização das drogas, a pena de morte. Nossa geração não tem medo da fome, nem de bala perdida, convive demais com a violência. Queremos todos mudar o mundo, mas não sabemos nem mudar nós mesmos. Somos pouco gananciosos, queremos que o mundo nos tome e não que nós tenhamos de tomá-lo.<br />
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Somos filhos de pais separados. Reinstauramos o amor livre, não queremos compromisso, mas amamos tudo e todos. Somos todos indignados, mas não aguentamos um debate com mais de 30 minutos.<br />
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Tivemos de aprender a ler de novo na fase adulta. A ler fragmentado, a escrever com apenas 140 caracteres. Mudamos a forma de se comunicar e perdemos o controle disso para as gerações milenares.<br />
<br />
Somos frustrados porque nascemos na época errada. Invejamos os anos 80. Somos nostálgicos do que nem se quer vivemos.<br />
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Esquecemos como era legal escrever uma carta em um papel colorido, como jogar cartas fazia o tempo passar mais rápido que o Facebook e que, quando faltava luz, a gente se divertia e não se entediava. Viemos do tempo em que o tédio não era uma preocupação real.<br />
<br />
Os nossos problemas não foram curados com remédios, mas com educação, em uma época em que pais e escolas se uniam em prol dos nossos futuros. O nosso mundo foi menos competitivo, os que vem atrás precisam se esforçar cada vez mais para tudo. Nós ainda somos perdoados, afinal estamos no <i>gap</i>.<br />
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-26276179062300772072015-02-19T09:50:00.000-02:002015-02-19T09:50:46.350-02:00Identidade de viagem - PARTE 230 dias. Era cilada gente. Ao desembarcar aqui conheci o amor da minha vida. A convivência e a intolerância destruíram qualquer possibilidade de florescer esta paixão. Cometi uma série de erros comuns também, como acreditar e confiar numa pessoa que conheci ontem e não sei de onde vem, para onde vai. Normal, quando viajamos, os conceitos de tempo e laços são totalmente diferentes. Viver um dia pode ser muito mais intenso que viver um ano. Mas errar é humano, pena que não é muito perdoável. Também eu não soube perdoar, ainda. É incrível como nos magoamos e decepcionamos fácil e rapidamente com as pessoas. O bom disso tudo é que eu vejo que estou amadurecendo emocionalmente, finalmente, pois percebi que minha situação era absurda e soube sair no momento certo. Perdi um amor, uma amizade e alguns euros, mas saí com dignidade e não deixei de viver a minha vida por ninguém.<br />
<br />
25 anos, não é idade pra ser mãe. Não foi isso que eu vim fazer na Europa. Uma coisa que nos escapa ao fazer intercâmbio é o que estamos de fato fazendo. Em parte pelo deslumbre da novidade, em parte porque simplesmente estamos ocupados aprendendo tudo, fazendo tudo e conhecendo tudo. No entanto, é importante sentar e refletir, de tempos em tempos (pode ser um exercício diário), quais os nossos reais objetivos, não só do intercâmbio, mas da vida daqui pra frente, já que este momento incerto pode mudá-la pra sempre. Quando me perguntam quanto tempo vou ficar em Lisboa, dou de ombros, não sei, a vida toda e eu pensava isso de Porto Alegre também.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBXAtoH0JDh3hZ8u7HcUvwxw8wIoNWi8N7LzXgtYi71i3zrFex7c8WhxQFicEg1N2UdiEKnDrR4UdYolZp4IpUXDzLWiee3pPOZ2N5Dtp5BxGgsnD2z77UIeZz1x8q9jsB81X4XdycJofh/s1600/10550975_866400926745986_2449255558235604219_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBXAtoH0JDh3hZ8u7HcUvwxw8wIoNWi8N7LzXgtYi71i3zrFex7c8WhxQFicEg1N2UdiEKnDrR4UdYolZp4IpUXDzLWiee3pPOZ2N5Dtp5BxGgsnD2z77UIeZz1x8q9jsB81X4XdycJofh/s1600/10550975_866400926745986_2449255558235604219_n.jpg" /></a></div>
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Aí vem outra tarefa, desgarrar-se e aceitar que agora somos apenas nós duas, eu e minha consciência. Não é que não se possa ter alguém, claro que se pode e deve, mas este alguém (ou estes) vai surgir com o tempo, aos poucos, com as pequenas coisas, com conhecimento. Confiança é algo que só se dá assim, <i>on daily basis</i>, com provas cotidianas de que é possível entregar sua vida a alguém e vice-versa. E não estou falando de romance, não, minha gente. Isto vale para amizades também, vale para tudo. Até porque, e repito isso para mim mesma em alto e bom som todos os dias, não somos obrigados, NUNCA, a lidar com os problemas alheios. Não precisamos pagar pelos erros dos outros cometidos no passado. Por isso eu sei que ainda não estou pronta para encarar uma vida em família da noite para o dia, porque eu ainda não desejei isto e não me aconteceu por acidente. Eu soube me cuidar para chegar nos meus 25 anos e poder ser livre para viajar, tomar um porre, sair num dia de semana e ter um certo limite de irresponsabilidade que eu ainda considero natural ao meu ser.<br />
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Cada um com o seu dilema. Está aí um bom mantra. Não lidar com a merda alheia não quer dizer ser irracional ao ponto de desrespeitar os outros. Isso é outra coisa que estou aprendendo nesta viagem: respeito é mútuo e essencial entre culturas. Desde que cheguei já fui considerada muitas coisas ridículas porque sou diferente e venho de uma cultura <i>way </i>mais liberal. No início fui muito tolerante e compreensiva, afinal sou eu que estou invadindo estas terras. Mas aí me lembrei que respeito nem sempre quer dizer submissão. Não importa onde eu estiver, tem certas coisas que eu não vou e não quero nunca me calar diante, entre elas estão desrespeito com o corpo da mulher e violência contra crianças. Aliás, violência de uma maneira geral. Quando não existe respeito pela condição alheia, não existe relação bem-sucedida.<br />
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E o mais importante de tudo é viver as experiências, absorver o que houve de bom e exorcizar o mal porta a fora. Não existe depois pior que o antes, isto tem que ser inaceitável a toda a gente. Como dizia mamãe: "depois de cair, levanta, sacode a poeira e vamos embora!". E é bem isso, porque a vida não é o que nos resta, pelo contrário, a vida é uma excelente oportunidade de começar de novo a cada nascer e pôr do sol.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-50841080278727423792015-02-09T12:07:00.001-02:002015-03-13T14:17:00.893-03:00ParanauêsQuando você pousa em terras lusitanas, sua vida corre o risco de se tornar um inferno da burocracia. Eu aprendi isso a duras penas, vivendo todas as experiências e fazendo para desfazer. Como sou uma pessoa legal, vou dividir com você algumas dicas importantes!<br />
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A primeira coisa que você tem que fazer ao chegar é o NIF, uma espécia de CPF. Como fazer? Muito simples, você pega seu passaporte/visto e convoca um português que more com você ou no mesmo bairro (isto é muito importante) e vai até uma Financeira. Fica pronto na hora, custa em torno de 10 euros. Vão dizer que você precisa de contrato de trabalho e mil documentos, mentira. Com o seu passaporte, e os documentos do português que resida com você (BI), fica pronto na hora. É apenas um papel com um número, mas o valor é inestimável, vão te pedir NIF para tudo.<br />
<br />
Segundo passo é embarcar no metro (aqui eles pronunciam métro) e ir até a estação Marquês do Pombal (linhas azul e amarela) para fazer o cartão Viva. Com este cartão, você anda livremente no transporte público com uma carga de 35 euros/mês. Se você não fizer o cartão, vai pagar por trecho e gastará fácil 20 euros em 5 dias. Para o cartão, você precisa do papel que te dão na estação mesmo, duas fotos 3x4 e seu passaporte. Se tiveres o NIF, melhor, mas senão, não tem problema.<br />
<br />
Depois disso, você precisa colocar seu PB4 em prática. Lembra dele? O seguro saúde que você tirou no Brasil para fazer o visto. Exatamente, ele não funciona aqui sem o Cartão Utente. Como fazer? Parte chata, o NIF tem que estar no seu endereço de residência, aí você junta todos os documentos que tem, todos mesmo, e vai no Centro de Saúde da sua freguesia. Eu moro na Ameixoeira, minha freguesia é a Santa Clara, mas meu Centro de Saúde é o Lumiar. Sim! Complicado, mas aqui vai um link que ajuda.<br />
<br />
Feitos estes paranauês, hora de sair e tomar uma cerveja. Mas, e sempre tem um mas, cuidado com o que você fala, não esqueça que o português daqui é outra língua, então aqui vai uma lista de coisas que são importantes ter conhecimento:<br />
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1) NUNCA, em hipótese alguma diga "fazer um bico", bico = sexo oral.<br />
2) Malhar quer dizer transar, aqui academia se chama ginásio e se treina. Em vez de musculação, eles "usam as máquinas".<br />
3) Percebe quer dizer entende. Sempre vão te perguntar "percebes?"<br />
4) Pica aqui não é pênis não! Pica é gíria para vontade, por exemplo, "que pica de ir ao shopping", sim, bizarríssimo.<br />
5) Pila, a moeda gaúcha, aqui é pênis.<br />
6) Sandes = sanduíche<br />
7) Tudo em Portugal vem com café ou com sopa, sempre que perguntarem, diga sim, mas lembre-se de perguntar se está incluso no menu, ou vai tomar um susto com a conta<br />
8) Eles usam mais "adoro-te" que "eu te amo"<br />
9) Os nomes dos filmes são ditos em inglês<br />
10) Puto é menino, ok, essa todo mundo sabe. Gajo(a) é gíria para guri(a). E, miúdo(a) é criança<br />
11) O 6 eles dizem 6, não "meia". E as horas é em quartos, por exemplo, 19h45 é "um quarto para as 20h"<br />
12) "Deitar fora" quer dizer jogar coisas no lixo<br />
13) Prepare bem a mala de remédios, aqui corticoide e antibiótico só com receita médica LOCAL e a dipirona é proibida em território português, sim, chateadíssima<br />
14) Sumo = suco ou refrigerante<br />
15) Qualquer biboca aqui tem guaraná<br />
16) O VTM (Visa Travel Money) não é aceito em qualquer lugar, aliás, é pouco aceito<br />
17) Não existe telentrega de farmácia por aqui D:<br />
18) Piada = graça, por exemplo, fazer algo engraçado tem piada, ou seja, tem graça... Sim, vá entender?<br />
19) Para os alérgicos de plantão: gamba aqui é camarão!!!<br />
20) No futebol, eles dizem penalt (pronuncia penááált) em vez de pênalti e dizem "fora da linha de jogo" para impedimento (não conhecem essa expressão)<br />
21) Por mais gratuito que tenha sido seu PB4, qualquer coisa que acontecer com você, se você for parar no hospital, já marchará em 20 euros de consulta médica e todos os exames/medicamentos serão cobrados também. O interessante é que você não é obrigado a pagar na hora, pode escolher pagar numa data futura :)<br />
22) Malta é a gíria para "gurizada" e eles têm até um drinking game com isso<br />
23) Várias palavras aqui são femininas, ao contrário do Brasil, como a carne vazia (que equivale mais ao nosso patinho, mas é uma tentativa de vazio)<br />
24) Eles dizem registar, em vez de registrar e eu sempre, SEMPRE rio incontrolavelmente :/<br />
25) E, na minha opinião, a pior de todas, eles pensam MESMO que no Brasil a selva amazônica está por tudo, que é sempre quente e que há um risco iminente de ser metralhado por um motoqueiro ao andar na rua (?)<br />
<!--3--><!--3--><!--3--><!--3-->Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-79993417789978575112015-02-04T15:04:00.002-02:002015-02-04T15:20:18.799-02:00Identidade de viagem - PARTE 1<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBaSdB5EG1Pqe5Z_C8GOH8tbil75fO1TuPPIJaxFpF009UVGxkT5s51qNNE1Zx44ysNtM3KucpD7pbDVqqO1PLByMtbc50VPZWJ14s-zOjvsMYb3GBxWQI2l2iH376Aez0M8kMGL-Z7C7p/s1600/01g.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBaSdB5EG1Pqe5Z_C8GOH8tbil75fO1TuPPIJaxFpF009UVGxkT5s51qNNE1Zx44ysNtM3KucpD7pbDVqqO1PLByMtbc50VPZWJ14s-zOjvsMYb3GBxWQI2l2iH376Aez0M8kMGL-Z7C7p/s1600/01g.jpg" height="188" width="320" /></a></div>
Fazer intercâmbio significa ir muito além da mudança física. Ao me inserir neste contexto, eu pude reparar como somos frágeis e influenciáveis seres humanos. Dias antes de viajar, uma viagem que ainda não tinha confirmações, pois meu visto estava sendo processado, até o último minuto, eu iniciei um processo espiritual de preparação para o embarque. Não, não é medo de avião. É que eu me dei conta, ao fazer as malas, que ir para outro país nos exige uma cultura, uma identidade local que será esperada com bastante expectativa do outro lado do mundo. Foi neste momento, que eu descobri que eu não tinha pátria, nunca fui brasileira, não tinha camiseta nem bandeira para ostentar meu nacionalismo, não tinha nada que representasse meu Estado, exceto por uma cuia de chimarrão.<br />
<br />
Para construir-se é preciso matar-se sem morrer, e eu passei a última semana em crise existencial, jogando fora partes de uma personagem, que sai de cena, e adquirindo peças para montar uma nova pessoa. Não é tarefa simples, principalmente quando somos conscientes do feito. Viajar é mudar a cada segundo, é levar o mundo nas costas, estar no ponto de chegada e perceber que não se é mais dono de nada e que por alguns dias você não existe em cadastro ou sistema nenhum. É não ter com quem chorar e rir, é saber que há um vazio, mas um vazio proposital para que novas memórias e laços de afeto sejam criados.<br />
<br />
A saída é um desprendimento que se dá aos pouco, cada documento feito, cada coisa que vai encontrando seu lugar e significando mais um dia riscado no calendário. São dias sem dormir e preocupações com as coisas mais inúteis. Chegar também não é fácil. Há uma nova família te esperando, de amigos, de relações ainda frescas e por moldar. Eu cheguei em uma casa onde tudo literalmente está por ser construído, da cama aos laços, tudo precisa de muito trabalho. Essas coisas dão vontade de desistir, até que você a oportunidade que a vida te da de usar isso em benefício próprio. Afinal, fazendo que se aprende.<br />
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Como lidar com aquela sensação de não pertencer quando você pisa num país xenofóbico e em forte crise econômica e sente que é aqui que você deve passar o resto da vida? Ainda não sei ao certo. Apesar da construção gaúcho-brasileira, me sinto mais europeia cada dia que passa. Defendo esta terra como meu lar, mesmo ainda não tendo estabelecido isto aqui. Há saudades, mas também existe uma nostalgia do que eu ainda nem vivi aqui.<br />
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Não posso negar, tive sorte. Encontrei amor em terras lusitanas, ou quase isso. Não importa onde a gente vá, sempre buscamos algo ou alguém que nos dê força para seguir em frente e levantar da cama todos os dias. E eu tinha esquecido como podia mesmo ser boa essa letargia da paixão. Como amar pode nos fazer bem, se a gente deixar o medo de lado. Tarefa difícil a parte, quando a gente consegue, tudo fica mais bonito, mais leve, mais fácil. E é isso aí, minha gente, agora é só sorrisos.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-80229078735185023342014-12-18T12:37:00.000-02:002015-01-30T09:11:20.460-02:002015 free<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
De outubro para cá vivi 10 anos em 90 dias. Larguei meu emprego, passei num processo seletivo para ir trabalhar num estágio profissional em Portugal, pela AIESEC. Iniciei um pedido de visto, eterno, que ainda não chegou. Larguei a vida saudável, bebi, fumei, saí, dormi demais, dormi de menos, parei de correr, parei de comer, voltei a comer, roí as unhas. Amei, pela terceira vez na vida, mais uma pessoa errada. A desilusão foi rápida, pelo menos isso. Encontrei tantos outros, tantos poucos, tão insignificantes que já nem lembro o nome e o endereço. Conheci gente maravilhosa, que vou levar pra sempre no coração.<br />
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Nestes três meses, fiz amizades mais intensas que as que tenho de anos. Aprendi a me apegar à distância e me desapegar de perto. Passei por um susto com a minha saúde, depois com a da minha mãe. Muitas coisas deram errado, muitos planos foram riscados, cansei de fazer listas, listas são para pessoas que não querem viver, só sonhar. Cansei de sonhar também, meti os pés na realidade e fui indo. A ansiedade me levou até São Paulo, num primeiro momento egoísta, pensando só no visto, na minha garantia de ir logo para Lisboa fazer a vida. Mas como esses dias foram intensos, em 15 minutos tudo mudou. Tive a minha primeira experiência de liderança na AIESEC, fui staff de comunicação no Youth to Business Brazil. Entrei ontem na organização e quando vi já estava numa oportunidade nacional. Apaixonei.<br />
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Uma semana e fiz outra família, irmãos de Estados que ainda tenho que conhecer. Me perdi e me achei em São Paulo, achei amor, fica na Paulista, num lugar chamado Livraria Cultura, pertíssimo de um Banrisul. Comi doce de feijão direto da Liberdade. E que liberdade foi essa! Não consigo acreditar no medo que eu tinha de ir embora, como estou pronta para voar e me jogar ao destino. Não é o fim, ao contrário, 2015 é o começo de tudo. Tudo que eu vivi até aqui não foi nada, nem se quer um teste de sobrevivência. Agora que começa, sem planejamento, sem certezas, sem motivos para ansiedade, sem ter o quê buscar, apenas um caminho para seguir e seguir da maneira que eu desejar.<br />
Acho que agora eu posso dizer que entendi o valor da minha liberdade, em todos os sentidos.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-59503836577337952772014-09-29T15:26:00.000-03:002014-09-29T15:26:58.417-03:00Por que AIESEC?Passei meu último final de semana emergida numa conferência local da organização não governamental que faço parte, AIESEC. Várias coisas boas aconteceram nessa atividade, conheci muita gente, descobri muita coisa que eu ainda não sabia sobre a entidade e saí de lá muito motivada a fazer mais e fazer melhor. Acho incrível essa sensação, não de que eu posso mais, mas de que faço parte do mundo e sou MUITO responsável pelo andamento dele. Me assusta, só que o choque é necessário para que eu saiba por onde começar e é isso que a AIESEC é para mim, um <i>start </i>para um legado que eu vou ter muito orgulho de dizer que fiz parte.<br />
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Cheguei nesta segunda-feira exaustiva no trabalho e abri canais de notícia, como faço rotineiramente. Vi fatos absurdos ocorrendo por aí, como as notícias abaixo:<br />
<a href="http://oglobo.globo.com/mundo/mulher-estuprada-duas-vezes-em-menos-de-uma-hora-em-nova-york-14078505?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo" target="_blank">Mulher é estuprada duas vezes em menos de uma hora em Nova York - Vítima foi pedir ajuda a um homem depois do primeiro abuso e foi violentada mais uma vez</a><br />
<a href="http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,sequestrador-pede-extradicao-de-battisti-diz-policia,1567958" target="_blank">Homem armado mantém refém em hotel de Brasília - O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei</a><br />
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As pessoas estão vivendo no limite. Principalmente no limite das suas vontades. É o niilismo tomando conta. Mas eu não entrei em pânico, porque eu voltei desse final de semana inspirada e sei que existem soluções e elas estão dentro de cada um. Acreditar, mesmo quando parece impossível, é ferramenta essencial. E, pensando nisso, percebi que tem fatos bons ocorrendo, concomitantemente:<br />
<a href="http://www.cartacapital.com.br/internacional/novo-presidente-toma-posse-e-coloca-fim-a-crise-politica-no-afeganistao-7814.html?utm_content=bufferc96dd&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffer" target="_blank">Novo presidente toma posse e coloca fim à crise política no Afeganistão</a><br />
<a href="http://politica.estadao.com.br/blogs/radar-politico/grupo-organiza-beijaco-na-paulista-em-resposta-a-fidelix/" target="_blank">Grupo organiza ‘beijaço’ LGBT na Paulista em resposta a Fidelix</a><br />
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Dizem que as pessoas inteligentes são as que vivem e se alimentam de dúvidas e questionamentos. Nestes dois dias que se passaram, eu me perguntei se a AIESEC cumpre seu propósito de liderança, paz mundial e mudança por meio dos jovens que atinge. Minha conclusão foi que sim, entretanto quem faz isso acontecer, não é a organização e sim nós. Cada um de nós, é isso que forma a AIESEC e refletir que ela existe há mais de 60 anos e já impactou 1 milhão de pessoas é emocionante.<br />
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Não estou escrevendo esse texto para fazer propaganda da instituição. É apenas algo que eu quis dividir, mesmo sabendo que as pessoas só entendem o que eu estou dizendo quando vivem isso. Eu ainda não me apliquei para nenhum intercâmbio com a AIESEC, mas já rodei uma parte do mundo e posso dizer que a multiculturalidade exerce um poder indescritível sobre quem tem mente e coração abertos. Estou rumo a uma aventura dessas, em breve, na América Latina e antes de ir já posso dizer que recomendo, que tenho certeza que vai ser top, porque eu vou estar lá, eu vou exigir isso de mim, eu vou fazer a minha trajetória de impacto e a minha experiência vai ser demais.<br />
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Pensem nisso, nas experiências que vivem. Pensem no quanto ainda tem por fazer e onde vocês se encaixam na mudança. Sejam resilientes e agentes do futuro que buscam para todos.<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/RnK8BIuLzPM" width="420"></iframe>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-69545897887087917302014-09-04T11:31:00.002-03:002014-09-04T11:50:37.505-03:00Sobre bullyingEstou aqui sentada, com febre, me estressando com causas aleatórias ao invés de descansar. Mas é que eu vejo coisas que as pessoas na minha volta custam a perceber, e isso me inquieta de uma maneira que consome meu fígado, mesmo sem beber um gole de álcool. Acho que sou mais humana do que eu gostaria. A verdade é que sim, fui vítima de bullying. Durante seis anos que estudei no Colégio Israelita Brasileiro, meus colegas (os mesmos que me ameaçaram recentemente pelo post sobre Gaza) me chamavam cruelmente de “Debby Vassorão”, porque eu tinha cabelo comprido, cacheado e volumoso. Fora as muitas gracinhas que eu ouvi, de sobrenomes grandes da comunidade gaúcha, por ser pobre num colégio de ricos, coisas do tipo que o tênis que a minha mãe parcelou em 12 vezes para me dar era falso. Enfim, minha história de vida já ocupa muito espaço neste blog e o que eu quero dizer é que eu entendo o sofrimento de certas pessoas.<br />
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Tenho visto por aí uma série de eventos que me chamam atenção. Por exemplo, a menina que praticou o ato racista no jogo de futebol que culminou na expulsão do Grêmio da Copa do Brasil. Tudo bem, ela errou feio e temos leis e justiça que vão fazer com que ela seja punida por seus atos. Aliás, não só ela, não vamos nos esquecer que ela foi uma das poucas reconhecidas em câmera, pois muitos outros gritaram junto e caminham livres por aí. O que me incomoda neste caso é a prepotência das pessoas em ver nela toda a punição de um preconceito que todos carregamos conosco e que é histórico. O que me incomoda é ver ela sofrer uma consequência muito maior do que o ato dela, que não vai ser educativa, porque com toda certeza ela deve estar com muita raiva no coração agora, assim como muita gente que usa ela de pivô também está. O que me incomoda é ver ela sendo chamada de vadia e as pessoas que chamam ela assim não serem igualmente rechaçadas.<br />
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Outro caso que me tomou de súbito e ferveu meu sangue foi a disseminação, com tom de ironia, obviamente, da candidatura de um ex-colega de faculdade. Todos, que estudamos com ele, sabemos que ele sofre de diversos problemas que não cabe a mim julgar. Já ouvi várias histórias sobre ele, todas muito tristes. O menino é obeso, sozinho e tem dificuldade de se comunicar, sendo às vezes até agressivo. É mais um infeliz na busca por aceitação. Se ele quer se candidatar a deputado federal e eu não concordo com a campanha dele, me basta escolher outro candidato, não preciso ridicularizar. Achei incrível que um veículo de comunicação gaúcho fez uma entrevista com ele, ironizando na cara dura. A gente sabe que eleições é um tópico delicado e que envolve muita gente estranha, mas vamos "se respeitar". Se você é contra isso, quem sabe se candidata e cria uma lei que impeça esse tipo de coisa? Mas seja sério a respeito do assunto, bullying é bullying em qualquer lugar ou nível.<br />
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Acho que as pessoas têm vivido uma época em que bullying e assédio moral ficaram tão comuns que já não é mais evidente e talvez por isso estamos sempre na defensiva. Somos uma geração que cresceu ouvindo piadinhas de pobre, gordo, gay e preto. Isso tem que parar e o único jeito de parar isso é cada um se conscientizar e deixar a justiça agir conforme as leis que nós mesmo sustentamos. Essa menina do caso do Grêmio vai ter que mudar de Estado, de nome, de vida. Será que ela realmente merece uma punição tão a ferro e fogo? Será que ela merece pagar por uma dívida que é da sociedade? Ou você já se esqueceu que já riu de piada de preto, que já chamou colorado de macaco, que a sua empregada provavelmente é negra e você não se sente mal com isso?<br />
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Mais do que nunca, estamos num ponto em que precisamos rever certos conceitos e preconceitos com urgência, principalmente se queremos criar gerações livres de ódio, de bullying e de conflitos.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8Gh8DdLXyrUbZYgcPqoBGcucukWBCZS7MS8G_5Jy-wLXNIK7I6BwwLmXd0qg0Q-dVP8GJqAJz4krs9WMOoliL6-TVdYTdwmYENX4WaOJmC0DE3KwKepK64hngTOHMTnsJSRHLkiGwa_eG/s1600/panda-racism.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8Gh8DdLXyrUbZYgcPqoBGcucukWBCZS7MS8G_5Jy-wLXNIK7I6BwwLmXd0qg0Q-dVP8GJqAJz4krs9WMOoliL6-TVdYTdwmYENX4WaOJmC0DE3KwKepK64hngTOHMTnsJSRHLkiGwa_eG/s1600/panda-racism.jpg" /></a></div>
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-9445245784088849382014-08-22T16:49:00.000-03:002014-08-22T16:50:16.973-03:00Blá blá blá balde de geloDas coisas mais absurdas que tenho visto acontecer em 2014, o Desafio do Balde de Gelo passou a ocupar o número um do meu top 10. Em época de seca, falta de água e escassez drástica de recursos naturais no Brasil, o método utilizado para levantar fundos para uma entidade norte-americana de portadores Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) não poderia ser mais irracional. A iniciativa é simples: você se filma levando um balde de água gelada (sim, isso mesmo), depois indica mais três amigões para encarar o desafio. A moral? Levantar fundos para os pacientes com ELA.<br />
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Eu até consigo entender a justificativa, eles se basearam na <a href="https://www.youtube.com/watch?v=gw0Lvr4eK-k" target="_blank">Corrente do Bem</a>, e essa metodologia de ir de um para três é ótima. Mas aí você se pergunta sobre o tal do método da metodologia e eu te digo: o balde era o pior de todos. Ponto número um: no momento que esta imbecilidade viralizou, o efeito foi o contrário ao desejado pela entidade sem fins lucrativos, pois as pessoas aderiram pela visibilidade e <a href="http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/noticia/2014/08/entidade-que-promoveu-desafio-do-balde-com-gelo-aguarda-doacoes-dos-famosos-4579020.html" target="_blank">não pela boa ação</a>. Ponto número dois: 2014 tem sido um ano <i>zicado</i> e obviamente o evento envolveu fatos bizarros como, por exemplo, <a href="http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/08/criador-do-desafio-do-balde-de-gelo-morre-afogado-nos-estados-unidos.html" target="_blank">o criador da campanha morrer afogado</a>. Ponto número três: os brasileiros das regiões afetadas pela estiagem, que já dura meses, se sentiram <a href="http://virgula.uol.com.br/famosos/rede-social/sem-agua-em-balde-rafinha-bastos-convida-politicos-participarem-do-desafio-que-virou-febre-entre-famosos" target="_blank">ofendidos pelo desperdício de água</a>, e com razão, oras, água não é um recurso inesgotável. Ponto número quatro: as pessoas começam a exagerar quando se trata de aparecer na mídia e coisas como isto acontecem, "<a href="http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/08/desafio-do-balde-de-gelo-da-errado-e-deixa-bombeiros-feridos-nos-eua.html" target="_blank">Desafio do balde de gelo dá errado e deixa bombeiros feridos nos EUA</a>".<br />
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O que eu sugiro? Quer fazer uma boa ação? Faça! Independente dos outros, dos recursos, vá você mesmo até alguém com necessidade e resolva um problema que você pode resolver. Existem inúmeras organizações precisando de doações, não só financeiras. Se você contribuir para alguém/algo próximo de você, já estará compartilhando um mundo melhor.<br />
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-34238903157289821462014-07-23T21:14:00.000-03:002014-07-23T21:21:12.046-03:00AprendiEstou aqui sentada escrevendo de caso pensado, ao contrário que da última vez. Escrevo porque aprendi diversas coisas esta semana e achei estas coisas tão absurdas que preciso por pra fora e compartilhar com vocês. Aliás, esse texto cheio de amor no coração vai causar ódio a grande parte das pessoas, já aviso.<br />
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<a href="https://www.facebook.com/deborahcattani/posts/900248976658298">Post</a> by <a href="https://www.facebook.com/deborahcattani">Deborah Cattani</a>.</div>
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Minha vida passou por um recente reboliço em função deste texto acima. Recebi elogios, ameaças, xingamentos e todo o tipo de reação possível. Não esperava, não esperava nada disso e por diversos momentos cheguei a odiar essa exposição. As palavras que eu vomitei na rede social não foram palavras de ódio e, sim, de um desespero de quem vê vidas humanas sendo massacradas de uma maneira inexplicável e quase inacreditável. Mas eu não vim aqui explicar o que eu sinto sobre o grande conflito no Oriente (nem tão) Médio.<br />
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Das coisas que eu aprendi, a mais importante foi que não temos liberdade de expressão. É uma ilusão, uma falácia, dizer que as redes sociais nos permitem atingir o mundo com todo o tipo de opinião. Podemos até atingir, mas temos que nos lembrar que o mundo nos atingirá de volta. Na verdade, ouvi, nos últimos dias, uma infinidade de gente me dizer que eu jamais deveria ter exposto o que eu sentia. Estamos em pleno século XXI, falamos livremente de sexo, de condição social, de política, no entanto, certos assuntos seguem sendo "certos assuntos".<br />
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Aprendi que pessoas, que se dizem bem informadas, vieram dolorosamente me criticar, se utilizando de links provenientes de veículos como Veja, Brasil 247 (desconheço) e Wikipedia. Aprendi que nunca tive verdadeiros amigos nos colégios de educação judaica, pois 99% deles acha que o meu texto foi um ataque pessoal aos anos de bullying que sofri na infância e adolescência. Aprendi que meu sentimento é fruto de algum recalque ou trauma que sofri no passado, afinal, nenhuma pessoa em sã consciência diz de verdade o que pensa. Aprendi que a minha página pessoal não é minha, que não posso controlar o que se passa nela, pois cada vírgula descontenta. Aprendi valiosamente que posso mover montanhas com alguns toques de teclado, mesmo que inocentemente.<br />
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Aprendi que existe muitos como eu e acho que essa foi uma das melhores coisas que aprendi. Aprendi que qualquer frase negativa contendo qualquer palavra que remeta ao judaísmo é uma tentativa de antissemitismo. Aprendi que as pessoas não sabem escrever antissemitismo, tão pouco a gravidade do significado da palavra. Aprendi que o ódio nasce ao contrário: quanto mais você aponta uma atividade inescrupulosa, mais apontam para você e te chamam de inescrupulosa.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-80790146219760465502014-07-06T19:50:00.003-03:002014-07-06T20:26:25.690-03:00Sobre exoesqueleto, jornalistinhas, progresso e coitadismos*Antes de criticar a crítica, leia o texto completo :) <br />
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Mais um jornalistinha, que jogou anos de estudo e um diploma no lixo, vomitou pela boca. Na ânsia ridícula de escrever um texto romanceado para um jornal, cujo perfil não é este, nem de público, nem de produto, Itamar Melo cometeu um erro comum na imprensa brasileira: a ignorância. Numa tentativa vã de se utilizar de <a href="http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/noticia/2014/07/o-que-explica-meninos-como-getulio-superarem-expectativas-medicas-4544296.html" target="_blank">uma história sobre um menino com paralisia cerebral</a>, ele descaracterizou e humilhou o cientista Miguel Nicolelis, criador do primeiro exoesqueleto bem-sucedido do mundo.<br />
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Além do texto ser uma merda, literalmente, porque transita entre o tom triunfante de um ex-cadeirante que se auto-superou e o tom jocoso de qualquer cadeirante possa fazê-lo, há uma imensidade de questões opinativas que demonstram a falta de pesquisa na hora de escrever a matéria. Para não ser uma pessoa que só critica pelo bel prazer de falar mal dos outros, eis um exemplo crucial:<br />
<blockquote class="tr_bq">
A história incrível e emocionante que era esperada em São Paulo, mas não aconteceu, acabou por se desenrolar de surpresa em Porto Alegre, na última segunda-feira, no jogo entre Alemanha e Argélia. Getúlio Felipe Fernandes da Silva, nove anos, perdeu praticamente todos os movimentos do corpo devido à paralisia cerebral que o acometeu horas depois do parto. Aos três anos, não conseguia sequer ficar de pé. Mas entrou no gramado do Beira-Rio caminhando de mãos dadas com seu ídolo, o goleiro alemão Neuer. O menino de Alvorada não chegou lá auxiliado por uma engenhoca com tecnologia de ponta, mas devido a longos anos de árduo esforço. Venceu uma Copa do Mundo particular e comoveu meio mundo.</blockquote>
A engenhoca, a qual se refere Melo, se trata de uma conquista única da comunidade científica. Não só por trazer a possibilidade de movimento para tetraplégicos (que não é o caso do menino Getúlio, basta uma rápida pesquisa no Google para saber a diferença entre tetraplegia e disfunções cognitivas causadas por paralisia cerebral), como também por ser muito mais eficiente que a fisioterapia tradicional. Sem deixar de levar em consideração a história de Nicolelis, né? O cara saiu do país para estudar, décadas atrás, porque aqui não tinha nem bolsas de estudo, nem programas de incentivo na área. Não é a toa que ele promove os governos petistas, afinal, foram os que mais investiram em educação e na captação de corpo científico no Brasil, inclusive a criação do Ciências sem Fronteiras é uma maneira de possibilitar a educação em campi estrangeiros, desde que a criatura volte para atuar em solo nacional.<br />
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Mas voltando à bizarrice que vomitou nosso amigo Melo, da Zero Hora. Desde quando que uma pessoa com qualquer tipo de dificuldade motora ou cognitiva precisa se auto-superar? Quem disse isso? Por que essa exaltação de que a pessoa com deficiência precisa se esforçar para parecer normal? Porque este é o tom da matéria, aplaudir o menino Getúlio, que graças a um esforço doloroso, consegue parecer uma criança como as outras e agir como um ser humano qualquer. Qual o fucking problema em ser deficiente? Pensando nisso e digerindo esta informação sem sentido, me vi revendo um vídeo do programa do Huck, transmitido ontem, onde ele pedia (veja bem, PEDIA) para Lais Souza (aquela atleta que fez uma lesão grave nas Olimpíadas de Inverno, na Russia, este ano) mandar uma mensagem de apoio a Neymar, que atualmente sofre de coitadismo.<br />
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A nossa imprensa é engraçada, não vê progresso em casos como o exoesqueleto, no entanto se debruça aos pés de um jogador que, na minha opinião, não deu o melhor de si nesta Copa do Mundo. Tudo bem, ele sofreu uma falta e uma lesão mediana, que requer cuidados. Só que as possibilidades dele deixar de andar são nulas, em seis semanas ele volta pro campo. O quão justo é pedir para uma menina jovem que teve a vida interrompida, após perder o movimento do corpo todo, falar para o Neymar que tudo vai ficar bem?<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-JsYOFfSiTf9kZ-CGPQNsuMIItIJYWXelSGw80a8PIQ2EsI0c2j5ErfEp_z0clzSBi3P4Cm0Y_adUeUBY7cbZhSsc03WSEELXF6qODsEFTc5_ne4p64SbeZ-VOt4j4ltpmyYwi3xkofVJ/s1600/484457_401480213243722_1896002174_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-JsYOFfSiTf9kZ-CGPQNsuMIItIJYWXelSGw80a8PIQ2EsI0c2j5ErfEp_z0clzSBi3P4Cm0Y_adUeUBY7cbZhSsc03WSEELXF6qODsEFTc5_ne4p64SbeZ-VOt4j4ltpmyYwi3xkofVJ/s1600/484457_401480213243722_1896002174_n.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
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Não sei quem vomita mais bobagens sobre assuntos médicos por aqui, só sei que fico com raiva desses casos. Não, Neymar, não "tamo junto" como a mídia diz, tu vais te recuperar e voltar com o corpo mole pra Seleção, além de estar podre de rico rindo da nossa cara. É uma pena que ninguém tenha se comovido assim por pessoas como a Lais, que além de estar correndo atrás de assistência financeira para sobreviver, afinal foi-se a carreira dela, não vai saber NUNCA mais o que é pisar numa grama molhada, sentir a onda do mar no calcanhar, correr... E não, Melo, não é por falta de esforço dela, é porque não importa o que ela faça, acabou. Pedir para que pessoas como ela sejam fortes e lutem é injusto, tanto quanto exaltar um progresso que é óbvio e humilhar uma ciência para nós desconhecida.<br />
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Antes de publicar, senhor jornalista, pesquise, o mínimo que seja. Por mais dramática e romanceada que seja a sua história, se ela for produto jornalístico ainda carecerá de imparcialidade, do desenvolvimento de dois lados.<br />
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Deixo aqui um <a href="http://blogs.estadao.com.br/link/ninguem-associa-ciencia-com-soberania/" target="_blank">texto do Estadão sobre o Nicolelis</a>, bem rasoável, o vídeo ridículo do <a href="http://gshow.globo.com/programas/caldeirao-do-huck/O-Programa/noticia/2014/07/lais-souza-comenta-lesao-de-neymar-quando-eu-vi-me-assustei.html" target="_blank">Caldeirão do Huck</a>, e <a href="http://esportes.estadao.com.br/noticias/geral,ideias-de-jerico-imp-,1524316" target="_blank">um texto FANTÁSTICO</a> sobre essa exaltação com o Neymar.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-56168324653222545272014-06-25T09:51:00.000-03:002014-06-25T10:00:12.935-03:00Sobre pessoas, empatia e moradores de ruaNunca desviei o olhar, mesmo quando criança. Apesar das histórias do velho do saco, nunca tive medo de morador de rua. Pelo contrário, gostava de conversar com eles e muitas vezes questionava minha mãe sobre porque eles não tinham casa para morar e o que de tão ruim eles tinham feito para estarem ali. Ser mendigo, pedinte, morador de rua, ou qualquer outro sinônimo, nunca me pareceu uma opção de vida. Sei porque já vivi situações limítrofes. Passar frio, fome, dor, raramente é uma opção pessoal do tipo: "ah, vou ali sofrer um pouco e já volto."<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6ikAhHeaYymrK3DAsflDcHSFkyZ1PN0HGy-gGtEQUXdwATX_6yvXemKzvvZaTM-xDOp-2WW_sX9JQjqJsYSSsJaX5BWGDO85Om8bGMqSSCLqpIp7-C-D0vGpGEXSUssoBs1ZbN61qym0d/s1600/empathy.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6ikAhHeaYymrK3DAsflDcHSFkyZ1PN0HGy-gGtEQUXdwATX_6yvXemKzvvZaTM-xDOp-2WW_sX9JQjqJsYSSsJaX5BWGDO85Om8bGMqSSCLqpIp7-C-D0vGpGEXSUssoBs1ZbN61qym0d/s1600/empathy.jpg" height="266" width="400" /></a></div>
<br />O que eu tenho ouvido de gente, de tudo que é idade, mas principalmente da minha (vinteepoucosanos), dizendo que mendigo tem mais é que se ralar, é algo impressionante. Não sei se fui educada demais, ou se a compaixão sempre foi um valor importante para mim, mas não consigo simplesmente desviar o olhar deste problema social e fingir que ele é de algum governo qualquer que não o meu individual (não vou entrar em questões acadêmicas, porque ficará longo e cansativo). Se voto, logo existo e pertenço à sociedade. Se pertenço, é problema meu sim. E cabe a mim cuidar do mais vulnerável. Essa é a minha lógica de vida, independente das minhas visões espirituais.<br />
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Agora está na moda ser saudável, ser gentil, ser "cool", mas só com que merece. As pessoas compartilham mensagens de vibrações positivas, de estímulo ao bem, mas não querem pagar os 10% do garçom, não dão esmola, não se enaltecem com uma alma carente pedindo cobertor para passar uma noite fria e chuvosa de inverno. "Gentileza gera gentileza", no entanto, quem reproduz a máxima raramente coloca a mesma em prática. As pessoas ficam esperando que a gentileza venha para que daí então seja retribuída.<br />
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Não digo isso porque passei mal num ônibus coletivo essa semana e ninguém me ofereceu o lugar. Não é rancor, é uma observação, quase uma incredulidade de como estamos cada vez mais bárbaros, com discursos felizes e otimistas. É fácil ser vegetariano e passar por um animal abandonado e não fazer nada. É fácil achar que todo restaurante tem esquema para roubar os 10% do garçom e achar que aqueles 3 reais a mais na conta não vão ajudar uma pessoa que recebe salário mínimo. É fácil falar mal de lixeiro, afinal ele é concursado, logo ele escolheu limpar o cocô do cachorro do seu vizinho do chão, porque, para ele, essa era a escolha. Só pode ser isso. As pessoas enlouqueceram e eu não vi quando isso aconteceu.<br />
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Talvez eu me sensibilize porque eu nasci no dia do gari. Talvez seja porque a área da empatia do meu cérebro é muito grande e eu me sinto mal quando quem está na minha volta está mal. Sou justiceira social por natureza, por instinto de sobrevivência. Não é questão de salvar todos os moradores de rua e dormir com a consciência tranquila, é questão de entender o problema, saber que se faz parte dele, que se pode tentar melhorar ele com as próprias mãos/atitudes, que é, sim, possível mudar o mundo e só depende de nós mesmos.<br />
<br />
Eu espero que seja uma fase. Que isso passe. Que as pessoas voltem a conversar umas com as outras e conheçam as suas histórias de vida antes de pensar que a situação delas foi apenas uma escolha ruim. Espero que essa geração mude, cresça e veja que para gerar gentileza não se pode sentar e esperar, é necessário correr atrás, atrás dos outros, favorecer o oprimido, facilitar vidas SEM ESPERAR um retorno disso.<br />
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Deixo no fim deste post duas coisas essenciais, uma matéria sobre <a href="http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2014/06/morador-de-rua-cuida-da-limpeza-de-estadio-da-copa-em-porto-alegre.html" target="_blank">um morador de rua que está trabalhando na Copa do Mundo</a> para sobreviver mais uns dias e um vídeo que deveria ser passado no jardim da infância para fins de universalidade da palavra empatia.<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="//www.youtube.com/embed/1Evwgu369Jw" width="480"></iframe>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-10206747717430880802014-04-30T19:15:00.003-03:002014-04-30T19:15:47.329-03:00VolteiCansei, Calei<br />
Fugi, Cresci<br />
Andei e andei<br />
Até que desapareci<br />
<br />
Na solidão me econtrei<br />
Me vigiei<br />
Até que entendi<br />
Fiquei, fiquei<br />
Até que sorri<br />
<br />
De novo sou<br />
O que deixei de ser<br />
Quando esqueci<br />
Que era amor<br />
Para pertencer<br />
<br />
Agora a dor<br />
Ei de apagar<br />
E toda história<br />
RE<br />
CO<br />
ME<br />
ÇAR...<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-20368502855207246222014-03-27T13:20:00.003-03:002014-03-27T13:20:32.191-03:00Eu nunca mais liguei o chatPerdi a vontade de falar com as pessoas.<br />
São sempre os mesmos assuntos, sempre as mesmas pessoas.<br />
Discussões infinitas sobre "política", sexo e a pegada da semana passada.<br />
Até as músicas do momento são artificiais. É tudo tão pré-estabelecido, pré-calculado... Chega a ser plastificado, às vezes. Do que a gente come, ao que a gente fala e sente.<br />
As pessoas na minha volta são todas iguais ou seguem todas os mesmos padrões, têm as mesmas opiniões, mesmos estilos, mesmas vontades.<br />
Todos falam em liberdade. É tanta liberdade que me sufoca.<br />
Se não concordamos, não fazemos parte. É errado questionar, a não ser que se questione a oposição.<br />
A oposição quem é? Os militares, a polícia, os políticos que cortam árvores.<br />
Não podemos falar que não estamos contentes. Não podemos ser diferentes, a não ser que sejamos parte de minorias.<br />
Somos julgados por nossas aparências. Porque sou mulher branca tenho que ostentar uma vida feliz.<br />
Se encontramos algo inédito somos burros, ingênuos ou estamos enfrentando nosso antecessores.<br />
Se defendemos uma ideia que não é a de todos, somos fracassados, somos egoístas.<br />
Falar se resumiu em dizer: "Oi, tudo bem?"<br />
E as respostas são sempre as mesmas, porque é proibido dizer que não está tudo bem. A não ser que seja sobre a política, as obras da Copa ou a economia.<br />
Não podemos mais ser humanos.<br />
E é por isso que eu não ligo mais o chat, é por isso que eu descarto amigos e relacionamentos como se fossem de papel. Porque são de papel. Porque eu não quero mais gastar caracteres para dizer mais do mesmo. Porque eu vou enfrentar, afrontar e crescer se eu falar. E tudo isso é errado e não faz parte deste tempo.<br />
<br />
Por isso que eu vou viver no meu silêncio de agora em diante.<br />
<br />
Distante.<br />
Obstante.<br />
<br />
Amém.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-79973932995464543312014-02-19T19:04:00.000-03:002014-02-19T19:04:53.193-03:00Sobre como me tornei uma "sexista intolerante"Estava a toa na vida quando realizei que havia me tornado uma "sexista intolerante". Das piores, porque me depilo, porque uso batom. Tenho 24 anos, uma graduação, estou finalizando um mestrado e sou bem-sucedida em termos de carreira. Meu problema? Nenhum, do meu ponto de vista. Para os outros, eu deveria estar namorando, casando, tendo filhos. Não estou, não porque não quero, mas porque simplesmente isto não vai acontecer para mim e cada vez mais eu compreendo isso. O motivo? Meu "sexismo intolerante".<br />
<br />
Não é de hoje que tenho "dedo podre" para homem e tendência em repetir padrões (recomendo a leitura <a href="http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2014/02/bdedob-podre.html" target="_blank">deste texto</a> do Ivan Martins sobre o assunto). Mas antes eu aceitava isso e sobrevivia. Agora, eu simplesmente não consigo mais. Levar uma relação adiante? Um sacrifício! Os caras só querem saber de amor livre e pegar geral. Não tenho nada contra, acho bonito, porém não é o que eu preciso. Abre parênteses aqui: preciso e, não, quero, porque a gente sabe, quando se conhece, que tipo de amor serve pra si.<br />
<br />
Pois então, não é que eu esteja cansada das festas ou da vida noturna. Não é que eu ache ficar por ficar ruim ou sexo banal. Todos precisamos destas coisas em algum ponto da vida e não vamos cuspir nos pratos que nos serviram e servem tão bem. É que eu não entendo mais como podem as pessoas se tratarem só e sempre como objetos o tempo todo e nunca quererem alguém pra si (quantos advérbios!).<br />
<br />
Eu já fiz mil textos neste blog sobre o amor, não vou entrar no mérito disto agora. Estou claramente em depressão nos últimos meses, sei do fato e venho buscando alternativas contra isto. No entanto, tenho ouvido cada uma dos homens que venho saindo que não tem como não piorar, como desacreditar nesta vida de "casada, com filhos e família". Cada vez me vejo mais solteira e menos tolerante a ficar com alguém (seja por uma noite, seja pra eternidade).<br />
<br />
E, pasmem, tenho saído com intelectuais, homens estudados, que se dizem até feministas. Mesmo assim, eles têm a indecência e a cara de pau de comparar mulher a frango e dizer que não conseguem ficar sem "comer mais de um por vez". Sim, vou pagar meus pecados com este texto, mas é chegada a hora de por pra fora o que eu estou sentindo.<br />
<br />
Eu sou uma vítima de abuso sexual. Eu nunca comento isso, raras exceções. Não por vergonha, apesar de já ter sido inúmeras vezes ridicularizada. Simplesmente porque eu vivo numa paranoia de que nunca vão acreditar em mim ou vão esperar que eu seja uma pessoa com uma certa postura de vida que eu não represento.<br />
<br />
Eu tenho marcas (virtuais) que são pra vida toda, não tem terapia ou remédio que cure ou amenize esse sofrimento, o que torna ainda mais difícil a minha tolerância ao sexo oposto. Mesmo assim, eu faço um esforço para participar. Abre o segundo parênteses aqui: um dos motivos pelos quais estou falando tudo isso publicamente é porque me identifiquei com um personagem de um livro, o Charlie, do<i> The Perks of Being a Wallflower</i> (Stephen Chbosky). A obra é de 1999 e conta a história de um adolescente no início dos anos 1990 tentando sobreviver esta fase da vida. Ele fala muito em "participar" e não apenas observar "what's going on".<br />
<br />
Eu sempre fui agitada e muito extrovertida, só que, agora, eu percebo que eu participo muito pouco. Estou na esquina, assistindo e não faço questão de me envolver. Hoje em dia, menos ainda. Me envolver pra quê? Pra ser comparada a uma coxinha? Já é duro que, para conseguir conquistar o olhar de alguém, eu preciso me submeter a uma ditadura da moda, eu preciso ser "bonita" e eu preciso sofrer com isso. Eu quero parar de me expor.<br />
<br />
E como participar sem se expor? Como conquistar um futuro que eu possa me orgulhar de ser assim?<br />
Dizem que eu preciso me valorizar. Me dizem coisas do tipo: "você está certa, não tem que tolerar mesmo, tem mais que bloquear." E assim eu vou, bloqueando uma vasta lista de ex-alguma-coisa-que-poderia-ter-sido. Ou apenas esquecendo, deixando de lado, vendo de vez em quando. Ou pior, arranjo um novo caso para me distrair. E na minha triste visão de "sexista intolerante", nenhum presta, nenhum nunca vai prestar, "são todos iguais".<br />
<br />
Como acreditar? Como ter esperança? Eu estou numa busca constante de sentir, sentir qualquer coisa, para ter certeza de que não estou observando, que saí da esquina. Não é coisa do meu tempo, eu sei, eu deveria ser a favor do amor livre e estar pegando geral e achando tudo isso lindo. Só que alguém esqueceu de me explicar como se anulam certas coisas no caminho, o que se faz com o apego? Eu até confesso que pratico o desapego, depois que está tudo acabado. E é incrível o número de relacionamentos que eu acabo antes de começar.<br />
<br />
Sabem, acho que o texto em si não é nem um desabafo, é mais um pedido de ajuda, um desespero de achar alguém que se sinta assim, que tenha uma fórmula mágica para mudar tudo. Sim, sou grandinha e sei que não existe tal coisa. Existe apenas o seguir vivendo e aprendendo e errando e se ferrando (para não dizer mais feio).<br />
<blockquote class="tr_bq">
<i>Ninguém percebeu como a rapariga escapava dos seus afazeres, nuns minutos de cada vez, para se ir insinuar ao rapaz com um amor baralhado, magoado, encurralado, sem ter mais para onde ir. E o rapaz reiterava o desprezo. Já não a queria. Dizia que ela o traíra acusando-o aos seus pais. Já não a queria. Dizia que ela era feia, que entretanto estava com dezoito anos de velha e que as raparigas mais livres começavam a aparecer pela praça ele ia lá colhê-las como das árvores. É só pegar e deitar-lhes a boca, porque foram feitas para os rapazes. As raparigas fora feitas para os rapazes, dizia ele mil vezes. A Isaura, crescendo toda, dava-lhe tudo se ele quisesse. Mas ele pensava que ela era um problema. Pensava que, afinal, não queria comprometer-se tão novo porque as raparigas livres abundavam e ele queria abundar na sorte de as ter por perto. [...] Ela entristecia de tal modo, e tanto se mostrava de vítima, que achava poder apelar a alguma piedade do rapaz. Ele, por outro lado, achava mais e mais que a Isaura era uma coitada, e que já era sorte que ele a usasse para o prazer. Porque usá-la assim já era dar-lhe o amor a que ela tinha direito. O único amor que teria direito. O amor dos infelizes.</i> </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
Valter Hugo Mãe, O filho de mil homens, páginas 48-49.</blockquote>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-39544880915872431262014-01-29T12:51:00.003-02:002014-01-29T12:54:30.673-02:00Matérias publicadas no Jornal do ComércioSeguem as duas últimas matérias que eu publiquei no caderno Empresas & Negócios do JC.<br />
<br /><div align="center">
<iframe width="400" height="536" src="//e.issuu.com/embed.html#1959921/6520513" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
<br />
<iframe width="400" height="536" src="//e.issuu.com/embed.html#1959921/6520494" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-34085495129286848832013-12-10T09:16:00.000-02:002014-04-15T17:04:21.315-03:002013 revisitado<span style="font-family: Trebuchet MS, Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="line-height: 18px;">Lista de 2013 e vejamos o que eu cumpri:</span></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="line-height: 18px;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">1- Postar nesse blog diariamente, começando AGORA!</span><br />
<strike><span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">2- Perder mais uns quilinhos haha</span></strike><br />
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">3- Voltar a acreditar no amor ♥</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">4- Conhecer Cáceres. Sim, tenho uma coisa com esse lugar :P</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">5- Passar na seleção de doutorado (vai ser no fim do ano, mas vamos que vamos)</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><strike>6- Trabalhar mais :D</strike></span><br />
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">7- Realizar o sonho da casa própria</span><br />
<strike><span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">8- Correr uma maratona \o/</span></strike><br />
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">9- Entrar no Beira-Rio e ver o primeiro jogo da minha vida</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">10- Ser feliz, porque é importante sempre!</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Gente, estou bem! Consegui cumprir três coisas de 10 hahaha, ótimo, só que não.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Que venha 2014 e suas 10 prioridades (não necessariamente na ordem):</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">1- Postar nesse blog diariamente, começando AGORA!</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">2- Viver mais, me divertir mais, sair mais... PIRAR!</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">3- Nunca mais acreditar no amor!</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">4- Conhecer o Uruguai, a Espanha, os EUA, o fim do mundo e um pouco mais :)</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">5- Passar na seleção de doutorado, de preferência bem longe de Porto Alegre</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">6- Sair de OVO Alegre pra não voltar</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">7- Tirar visto americano \o/</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">8- Comprar uma bike</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><strike>9- Entrar no Beira-Rio e ver o primeiro jogo da minha vida (já tem data, 06/04/13)</strike></span><br />
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">10- Aprender espanhol</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi16g9HugjntuOh21xFsAtL-lqVtl38sZuNUxjYVoCrbaI-FHO82vAhJ9eFXedotbZFqSmoc_JksZGUEt1DLNJFp_TB9nRzjrT1R4M1WoqdW-5oNRWcVE4o7qblKXzAznjsvxMjWTlGLfPB/s1600/1463003_573104332775042_715398475_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi16g9HugjntuOh21xFsAtL-lqVtl38sZuNUxjYVoCrbaI-FHO82vAhJ9eFXedotbZFqSmoc_JksZGUEt1DLNJFp_TB9nRzjrT1R4M1WoqdW-5oNRWcVE4o7qblKXzAznjsvxMjWTlGLfPB/s320/1463003_573104332775042_715398475_n.jpg" height="320" width="294" /></a></div>
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-15895934221361111212013-09-11T14:14:00.000-03:002013-09-11T14:14:16.110-03:00Dream is destiny<i>Life is yours to creat</i>, ou na tradução, <i>a vida é sua para criar</i>. Essa, e tantas outras frases brilhantes, eu tirei do filme <a href="http://www.imdb.com/title/tt0243017/?licb=0.06862403359264135" target="_blank">Walking Life</a> (2001). Não tem uma história, porém tem linearidade. A obra retrata o universo de sonhos vividos por um rapaz. O estilo não é comum, lembra animação (parece impressionismo), pois foi editado com uma técnica chamada <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Rotosc%C3%B3pio" target="_blank">rotoscópio</a>, arte de desenhar sobre a película.<br />
<a href="http://www.imdb.com/name/nm0000500/?ref_=tt_ov_dr" itemprop="url">Richard Linklater</a> é o responsável pelo texto e direção do filme. O nome e a técnica soam familiar? É porque em 2006, Linklater fez outro longa no mesmo estilo, <a href="http://www.imdb.com/title/tt0405296/?ref_=tt_rec_tt" target="_blank">O Homem Duplo</a>, com o ator Keanu Reeves. Sabe aquela narrativa que você termina e repensa toda a sua vida? Walking Life é isso. Não tem explicação, só assistindo para compreender o poder que as palavras podem ter.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/uk2DeTet98o" width="420"></iframe></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-92009807662238287962013-08-30T17:40:00.002-03:002013-08-30T17:40:39.086-03:00Ela e ele<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxylEen9MafH_l1BpGsYkLSDMNr0VTZ9jLf0cJ4A3Tf4CBLaFaHQfOCy20Ed_QZqewmNd0SiQOLScDM2lEvn7UbdL3-ZiQbYjOtPsdp1tpktbh0kjwgIeQS5ShzUQehe3gsvi9WJerH2iz/s1600/533617_487838194633221_1603586167_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxylEen9MafH_l1BpGsYkLSDMNr0VTZ9jLf0cJ4A3Tf4CBLaFaHQfOCy20Ed_QZqewmNd0SiQOLScDM2lEvn7UbdL3-ZiQbYjOtPsdp1tpktbh0kjwgIeQS5ShzUQehe3gsvi9WJerH2iz/s200/533617_487838194633221_1603586167_n.jpg" width="190" /></a></div>
Uma brisa agradável deslocou uma mecha de cabelo dela para frente dos olhos. Em um movimento rápido ela devolveu os fios ao conjunto, descortinando a visão. Os olhos se encontraram de soslaio. Um sorriso iluminou o rosto dela. Ele seguiu sério e sisudo.<br />
Um turbilhão de pensamentos invadiu a mente dele. Ela se sentiu traída e corou de raiva. Ele, obviamente, nem percebeu. Estava resistindo aos sentimentos que brotavam mais que as gotículas de suor na sua testa. Tão juntos e tão distantes...<br />
A raiva se dissipou e ela pousou sua mão sobre a dele. Estava fria, "como seu coração", pensou. A mão dele esquivou-se lentamente, como quem quer e não quer viver o que sente. "Não seja bobo", disse ela num rompante.<br />
A noite era quente, mas não tanto quanto o dia havia sido. As estrelas brilhavam opacas e distantes. Nenhum carro na rua.
Mais uma vez os olhos se encontraram. As bocas se aproximaram. Um roubava o ar morno do outro. Os corações descompassados batiam alto. Os lábios se encostaram gentilmente causando uma onda de alívio nela.<br />
Ele virou o rosto bruscamente.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<object classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" height="40" id="gsSong2456510431" name="gsSong2456510431" width="250"><param name="movie" value="http://grooveshark.com/songWidget.swf" /><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=24565104&style=metal&p=0" /><object type="application/x-shockwave-flash" data="http://grooveshark.com/songWidget.swf" width="250" height="40"><param name="wmode" value="window" /><param name="allowScriptAccess" value="always" /><param name="flashvars" value="hostname=grooveshark.com&songID=24565104&style=metal&p=0" /><span><a href="http://grooveshark.com/search/song?q=CAKE%20Never%20There" title="Never There by CAKE on Grooveshark">Never There by CAKE on Grooveshark</a></span></object></object></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-42193842114678817912013-07-30T15:56:00.000-03:002013-07-30T17:02:25.405-03:00Sobre Grenal, futebol e amor<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhL8WYdA0XV3Q2kjTtVSaJh6sny-vqUamoRLAPF3sjuylQesyY7L2ERkmd5yUKxSO-NQNlwRn56gaPTRDPqbtVoDG2yDwtMwQXyzBC2GpDQaAclMZtBq-GvbsAgukMKeSthM8LINHvhbbUu/s1600/1016836_134772923398346_100465044_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhL8WYdA0XV3Q2kjTtVSaJh6sny-vqUamoRLAPF3sjuylQesyY7L2ERkmd5yUKxSO-NQNlwRn56gaPTRDPqbtVoDG2yDwtMwQXyzBC2GpDQaAclMZtBq-GvbsAgukMKeSthM8LINHvhbbUu/s320/1016836_134772923398346_100465044_n.jpg" width="320" /></a></div>
<div>
Nunca fui apaixonada pelo futebol (graças a deus e a minha mãe que me criou para ser um ser humano decente). Não tenho nada contra quem "ama" o esporte e dedica sua vida a ele. Porém com os eventos da última semana me sinto obrigada a desabafar sobre o assunto.</div>
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Recentemente namorei um fanático. Sim, eu. Sempre fui contra qualquer tipo de fanatismo, contudo nem as convicções, nem a vivência na hostilidade israelense me impediram de cometer essa burrice. É incrível ver como as pessoas são doentes por determinados temas. O futebol é um dos piores. Os sintomas incluem agressões das mais variadas espécies.</div>
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Aliás, o fim do envolvimento com o rapaz se deu por causa de um time de futebol. Não pela rivalidade entre nós, que praticávamos o clássico Grenal em casa, mas sim por eu me sentir obrigada a competir com o maldito time. Afinal, uma bola rolando na grama e um monte de homem suado gritando com outros montes de homens suados deve ser realmente mais empolgante que o amor de alguém. </div>
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A situação de confusão mental em que eu estou só piora, pois Porto Alegre é palco de uma guerra midiática sobre violência nos estádios e chegamos ao ponto de ter jogos com <a href="http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=130650" target="_blank">torcida única</a>, para evitar <a href="http://videos.clicrbs.com.br/rs/zerohora/video/video-minuto/2013/07/veja-trecho-coletiva-koff-olimpico/32733/" target="_blank">confrontos</a>. Sempre achei que o circo (de pão e circo) existisse para nos divertir/distrair e não para nos consumar. Não consigo entender as pessoas que choram por seus times como se chorassem por outro ser humano. Não me entra na cabeça que muitos vão para uma partida de futebol tendo em mente a violência e não a confraternização.</div>
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Quando numa briga tórrida surgiu a questão: "ou ele ou eu", veio a tona a resposta: Grêmio. Fiquei perplexa. Não que eu não quisesse que ele tivesse seus hobbies, só que nunca imaginei que ele realmente fosse achar o time mais importante do que "seja lá deus o que a gente tinha". Fora toda a função em que eu me submetia a agendar tudo sempre de acordo com o calendário dos campeonatos em voga.</div>
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Pensando em um exemplo tão próximo e ao mesmo tempo tão distante - porque eu finalmente me dei o respeito e decidi seguir a vida mais leve - eu gostaria que todos amassem mais, sabe? Eu fico divagando, às vezes a gente se dedica mais a uma coisa do que a alguém. E isso é triste, já que as coisas não podem nos devolver o que investimos de sentimento nelas. Podemos nos confortar num jogo, num pote de sorvete, num episódio de seriado, mas isso nunca vão se equivaler a um carinho de verdade. Eu tenho pena de quem pensa o contrário.</div>
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Espero que essa história toda de violência nos esportes nos sirva de lição para levar as coisas mais na esportiva e menos a sério. Ninguém precisa morrer ou entrar em depressão quando seu time perde ou porque não pôde ver aquele golaço. Existe vida além disso.</div>
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/06135891658739221537noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7444475716611059384.post-45820429369284481592013-07-26T11:40:00.001-03:002013-07-26T11:40:58.455-03:00Impressões sobre uma Buenos Aires europeia<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOtuIsA2o3L7UsZVpbPpwLOTXbSKUZDe2rSb4l2zbX-LBUyJPKmLP5Rj3gbnXVHo2MMhkcGmNfm_aBv0oDhM5HwOMitFhauRgcJzQ3fO3fhlsKvQ2y45ZNkWcJm93l_KgO_aKg2SRwjL9w/s1600/1005755_684355458247652_992174668_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOtuIsA2o3L7UsZVpbPpwLOTXbSKUZDe2rSb4l2zbX-LBUyJPKmLP5Rj3gbnXVHo2MMhkcGmNfm_aBv0oDhM5HwOMitFhauRgcJzQ3fO3fhlsKvQ2y45ZNkWcJm93l_KgO_aKg2SRwjL9w/s200/1005755_684355458247652_992174668_n.jpg" width="200" /></a><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">Desci do avião. Dia turvo, literalmente. A capital argentina não poderia me surpreender mais: o clima europeu, a cidade recheada de teatros e cafés, os sebos... Ah, os sebos. Tive que abrir mão do gauchismo e me deixar levar pelos hermanos. Incrível como somos vizinhos de um povo tão peculiar, culto e diferente da gente e ainda assim insistimos em denegri-los!</span><br />
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Buenos Aires não é uma cidade perfeita. Seu centro é sujo, caótico e os mendigos se multiplicam a cada esquina. Mas os cheiros de frituras, café e baunilha dominam as artérias urbanas que cortam pequenos bairros. As construções antigas dividem espaço com monstros de aço e vidro tornando a paisagem ainda mais encantadora. Puerto Madero é um mundo a parte. A névoa grossa que se põe sobre o La Plata no inverno dá um ar de mistério ao lugar.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgP4JOb1_A98LN32d8pPZgiKwv8tCF1OVgraR4wQZLyr2R2-TZ1f4PcywJvEyM37bHnkhbR1i-zorV0cCaDYw_Oexoxqqd3h3nR3hgC_DjUv_TwAMCgA4ELalSQT8yRV8Twll5C42eoMatA/s1600/1003277_684210251595506_1693498743_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgP4JOb1_A98LN32d8pPZgiKwv8tCF1OVgraR4wQZLyr2R2-TZ1f4PcywJvEyM37bHnkhbR1i-zorV0cCaDYw_Oexoxqqd3h3nR3hgC_DjUv_TwAMCgA4ELalSQT8yRV8Twll5C42eoMatA/s200/1003277_684210251595506_1693498743_n.jpg" width="200" /></a>Até as pombas são diferentes! Mais robustas, mais petulantes também. Há uma umidade incessante que não estraga o passeio, pois todos os lugares, todos mesmo, têm calefação. É um bota e tira casaco. Cidade plana de fácil exploração, Buenos Aires é uma mini Paris, Lisboa, Londres, Madri... São tantas as culturas que ali se chocam que muitas vezes já não se sabe mais que língua se escuta e com qual responder.</div>
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Os hermanos? Extremamente hospitaleiros e sorridentes. Tudo bem, a economia deles não permite que eles recusem turistas, mas não é só isso. As pessoas te atendem com prazer, te agradam e são solícitas. Não da vontade de ir embora.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmkiYKqIsqn8huyI1S3xYdwzTcyPoWyouhUH6vJ8ZYCOEhWRmKEMrIKI0sPdvUxdANQnKgAEPwJfecozsPjJppErqJTwAZp06BVnxDOZLGwRJbl2AzdptTX0UoRjabfkxREMZW6pvITvCt/s1600/995113_684209948262203_1785896952_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmkiYKqIsqn8huyI1S3xYdwzTcyPoWyouhUH6vJ8ZYCOEhWRmKEMrIKI0sPdvUxdANQnKgAEPwJfecozsPjJppErqJTwAZp06BVnxDOZLGwRJbl2AzdptTX0UoRjabfkxREMZW6pvITvCt/s200/995113_684209948262203_1785896952_n.jpg" width="200" /></a>Os museus têm entrada gratuita e poucas linhas amarelas. As obras são interativas e convidam o público para uma nova jornada pela arte, tanto moderna como também contemporânea. Nos teatros, filas imensas. Espetáculos para todos os gostos e estilos, famosos ou não. As vitrines dos cafés exibem o poder do imaginário do dulce de leche desafiando qualquer dieta.</div>
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Ir par lá é mais do que viajar. É inserir-se em um ambiente rico e se deixar contaminar pelo novo e pelo velho também. A visita vale cada centavo.</div>
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Mais fotos <a href="https://www.facebook.com/deborahcattani/media_set?set=a.684209358262262.1073741833.100000196117270&type=3" target="_blank">aqui</a>.</div>
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