terça-feira, 30 de junho de 2009

Atraso em show da banda Ill Niño gera tumulto

No entardecer do dia 20 de junho, sábado, uma longa fila já virava a esquina da rua Antonio Luiz Valério, 93, em São Bernardo do Campo, São Paulo, para assistir o show da banda americana Ill Niño, formada em 1998. Com a abertura dos portões marcada para as 18h cerca de 3.500 pessoas se aglomeraram em frente ao Espaço Lux, local do evento, uma hora antes. Os ingressos, cujo valor ia de 50 a 100 reais, esgotaram-se na semana anterior. Com a falta de organização dos responsáveis e o conflito entre as bandas, os fãs só puderam entrar por volta das 22h, fato que causou muito tumulto e ainda mais atraso nas apresentações.
Ainda na fila, um jovem que não quis revelar o nome, passou mal depois de consumir grande volume de álcool e ficou inconsciente por volta de 30 minutos, pois a ambulância que seu amigo, Luis Henrique, chamara ficou presa em um engarrafamento. “O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) se recusou a enviar outra ambulância e nós estávamos desesperados, porque o nosso amigo estava muito mal mesmo”, conta Henrique.

Rodrigo Fernandez Valez, estudante de Direito, que estava trabalhando como funcionário do evento, viu a situação e ajudou o rapaz a telefonar novamente para o SAMU. “Omissão de socorro é um crime grave, pode dar de três meses a um ano de prisão, dependendo do caso, e nós não queríamos nos responsabilizar caso o menino falecesse ali mesmo”, Valez trabalha na função há algum tempo e conta que sempre ocorre algum problema de última hora para resolver.
A demora resultou na revolta de fãs, que jogaram lixo na frente da casa e tentaram várias vezes entrar furtivamente, dificultando o trabalho dos seguranças. Mesmo depois de liberarem os portões, os grupos de abertura, que eram seis, não podiam tocar sem que a banda principal estivesse presente. Porém, os brasileiros Cristian Machado, Daniel Couto, o multiétnico Ahrue Luster, os americanos Lazaro Pina, Diego Verduzco e o peruano Dave Chavarri que integram atualmente o Ill Niño chegaram depois das 22h e ainda tinham que passar o som.

Quanto mais o Espaço Lux lotava, mais a tensão entre o Ill Niño e as bandas independentes aumentava. “Nós não passamos som com o público dentro do local do evento”, enfatizou Cristian Machado, vocalista, que acabou arranjando confusão com a banda Libria, de Santo André, SP. Para garantir a participação do Ill Niñoe não cancelar o show, a organização do evento, feita pela Casa da Música, decidiu cortar três músicas de cada banda de abertura e expulsar o Libria do show.

Arrasados com a notícia, os integrantes decidiram ir embora em sinal de protesto, mas as 3.500 pessoas que estavam lá começaram a gritar estrondosamente o nome da banda, pedindo para que eles tocassem antes do Ill Niño. Entre um acordo e outro, o Libria acabou subindo ao palco para a felicidade dos fãs. A mistura de rock brasileiro com maracatu agradou a muitas pessoas, o próprio Cristian Machado mencionou que o som deles era inédito.

Com músicas em inglês e espanhol, mixando new metal com ritmos latinos, o Ill Niño subiu ao palco às 3h da manhã do domingo, para tocar doze letras de seus quatro álbuns: Revolution Revolución, Confession, One Nation Underground e Enigma, sendo este último lançado em 2008.

Ill Nino - If You Still Hate Me (Clip do show)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Violência Urbana

O Brasil é um dos países com maior índice de mortes por violência urbana no mundo. Uma pesquisa feita pela Organização das Nações Unidas (ONU) revelou que aqui cerca de 40 mil pessoas perdem suas vidas todos os anos vítimas da intolerância e falta de limites, mais de 11% das mortes do planeta. Associada ao comportamento da sociedade, a violência muitas vezes está ligada às drogas e a instrumentos de ação, como filmes e novelas.

Nos últimos anos, as demonstrações que acompanhamos junto com a mídia foram tão severas que muita gente fez questão de esquecer logo para não ser consumida pelo medo. Crianças arrastadas por carros, mortas pelos pais; pessoas esquartejadas e linchadas em público perante policiais que nada podem fazer viraram parte do cotidiano do povo brasileiro. Não é a toa que a Organização Mundial da Saúde (OMS) registra o Brasil como o país com a segunda maior taxa de mortalidade por agressão física do mundo, perdendo apenas para a Colômbia, nação que está em guerra civil há mais de 30 anos.

Nunca foi tão perigoso sair na rua, até mesmo ficar em casa. Temos de suspeitar de todos, inclusive do carteiro e da vizinha boazinha que nos traz o chá. As pessoas estão cada vez mais irritadas e agressivas, tudo é motivo para perder o controle e partir para cima. Isso não está certo. Não só os governos, mas a população como um todo precisa olhar para si e corrigir muitos problemas, como a diminuição da infância, por exemplo.

Precisamos tomar uma atitude antes que seja tarde demais e voltemos a viver na Idade Média. Somos civilizados e racionais, não podemos continuar nos comportando feito animais e estimulando essa atitude. Mudar é algo que só vai acontecer se um ajudar o outro, pois nem todos nascem com as mesmas oportunidades. A educação é outro ponto que precisa ser reforçado, é necessário bater na mesma tecla desde criança, explicando que podemos conseguir as coisas através da comunicação e não da guerra.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Educandário enfrenta dificuldades para se manter

No seu 70º aniversário, o Educandário São João Batista enfrenta uma época de dificuldades, problemas de infra-estrutura e falta de verba diminuem oportunidades e a esperança das crianças que o freqüentam. Fundado em 1939, a escola localizada na zona sul de Porto Alegre é uma casa de reabilitação de crianças com deficiência física e mental, sem fins lucrativos e de assistência social gratuita.

Déa César Coufal, foi a responsável pela construção da sede em 1946 na rua Tenente Coronel Mário Doernte, 200, no ponto mais alto de Ipanema, onde inicialmente a entidade só tratava de crianças com paralisia infantil. São 17.000m², sendo 1.813m² de área construída. “Ela escolheu este terreno bem no alto, porque queria que as crianças ficassem perto de Deus”, conta Suzana Rossi, dentista voluntária do instituto há 11 anos. A casa foi especialmente desenvolvida para ser um hospital-escola e conta com banheiros especiais, piscina, rampas de acesso e salas de fisioterapia.

Hoje em dia, o educandário atende mais de 40 crianças e doenças como: Artrite Reumatóide Infantil, Artrogripose Múltipla Congênita, Distrofia Muscular Progressiva de Duchenne, Encefalopatia Crônica Infantil, Hidrocefalia, Mielomeningocele, Neuropatia Periférica, Osteogenese Imperfeita, Panencefalite Esclerosante Sub-Aguda, Síndrome de Down, Síndrome de Larsen, Síndrome de Moebius, Síndrome de Turner, Síndrome de Williams, Síndromes de West, Traumatismo Cranio-Encefálico e Traumatismo Raqui-Medula. “Tratamos de pacientes de 0 a 17 anos, de ambos os sexos e com diversas condições. Alguns não têm dinheiro para fazer o tratamento adequado ou até mesmo para chegar até nós” relata Erica Brugger, pediatra da instituição desde 1998. No entanto o público já foi maior, em 2006, após passar por algumas reformas, foram registrados 14.514 atendimentos clínicos e 200 horas/aula a mais de 130 crianças e adolescentes no educandário.

A administração da casa é feita pela Congregação das Irmãs de São José de Chambery. A Ir. Maria Inês Muraro foi diretora por mais de 26 anos dentro do educandário. “A primeira vez que eu vi a fila do almoço, aquelas crianças todas juntas, algumas em cadeiras, outras se arrastando pelo chão, tive que me esconder para chorar”, natural de Flores da Cunha, ela veio para a capital em 1952 para fazer parte da equipe da entidade, e hoje com 88 anos ainda visita seus ex-internos quando pode.

No ano passado, o médico ginecologista Sérgio Eduardo Silva da Rocha foi eleito presidente, mas só comparece na instituição uma vez por semana e mandou embora boa parte dos voluntários e estagiários para reduzir gastos. Um dos convênios que foi rompido foi o com a Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) que fazia os estágios curriculares de fisioterapia, pedagogia e psicologia no local com supervisão dos professores.

A falta de pessoal e de campanhas que estimulem doações tem feito com que muitos pacientes fiquem sem a atenção requerida atrapalhando seu desenvolvimento futuro. O Funcriança é o programa de arrecadação de maior renda do educandário hoje. Pessoas físicas podem doar até 6% do valor devido ao Imposto de Renda e as empresas ou pessoas jurídicas, até 1%.

Antigamente, os pacientes eram todos internos e dormiam na casa junto com um grupo de freiras. Agora somente dez meninas continuam internas, pois moram no interior ou não possuem nenhum parente. Um dos obstáculos que os funcionários querem vencer é que ao completar 17 anos, os adolescentes são obrigados a deixar o educandário, porém nem sempre eles estão prontos para a vida adulta, muitos têm restrições físicas e necessitam de ajuda para continuar tendo uma vida saudável.

FOTOS:




PROPAGANDA CRIADA PARA ARRECADAR FUNDOS:

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Mamãe, vou fazer medicina

Links:

UOL notícias
Revista VOTO

Acordei hoje com a fala aguçada de Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), comparando a profissão de jornalista com a de um cozinheiro de restaurante de fast food. Achei que estava sonhando ainda, mas não. Era o Bom Dia Rio Grande, dando uma ótima notícia - momento de sarcasmo - depois de 20 anos de luta, os políticos conseguiram derrubar a exigência do diploma de jornalismo para exercer a função.

Afinal qualquer imbecil pode escrever. Todo mundo sabe o que é lead, calhau e boneco, não é? Pois é, editar vídeo é como fritar bife, fácil, fácil. É porque não é o Mendes que precisa viver disso. Sem diploma não há mais piso salarial, o empregador pode pagar um salário mínimo pro cara trabalhar feito escravo por "40h" semanais.

Bom, já que é assim, não há muita diferença entre um açougueiro e um cirurgião. Por que não derrubar o diploma de todos os cursos de uma vez? Vamos logo para a anarquia generalizada! A gente já sai despreparado do Ensino Médio (EM), perdido e jovem demais para escolher o futuro. Ainda assim somos obrigados a escolher uma profissão e ingressar nela. Ralar estudando por pelo menos 4 anos para pegar em um canudo. E vou te contar que faculdade, tem muitos problemas que desestimulam as pessoas... De qualquer maneira, quando estamos na metade do caminho, quase nos acostumando à idéia vem um maluco dizer que escrever dá no mesmo que preparar um hamburguer. Revoltante, mas melhor não se estressar.

De agora em diante, só vou cursar profissões que com certeza sempre vão exigir diploma, porque nada pode ser mais degradante do que perder 4 anos, gastar 100 mil reais para ganhar o mesmo que um Zé Mané que terminou o EM e acha que escreve bem.

Profissionais visitam universitários para falar de carreira

Na primeira terça-feira de junho (02), os jornalistas Luiz Antônio Duarte e Sérgio Lagranha visitaram os alunos de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul da disciplina de Assessoria de Imprensa para falar sobre comunicação empresarial e suas jornadas profissionais. Sócios da empresa ComEfeito Comunicação Estratégica, uma assessoria criada no ano passado em conjunto com o jornalista Carlos Alberto de Souza, Duarte e Lagranha iniciaram suas carreiras na redação de veículos locais, logo depois de pegarem o diploma.
“Na época em que nós trabalhávamos como repórteres, o assessor era discriminado por ser vinculado ao governo militar. Eles eram apelidados de ‘chapa-branca’ e muitas vezes tinham apoio do ditatorialismo para o qual trabalhavam, o que justificava o preconceito”, Duarte comenta sobre a dificuldade de se trabalhar com assessoria nos anos de chumbo, quando o campo era extremamente ligado à política e seu sistema ilegítimo no país. Por isso, a maioria dos jornalistas buscava emprego em jornais e rádios.
Só mais adiante, nos anos 70, que os assessores viraram a mesa e começaram a crescer no mercado de trabalho. Em parte para melhorar a comunicação das organizações, em parte para realmente fazer a comunicação das mesmas. Os profissionais mais experientes migraram para o novo ramo, enquanto que a nova geração de recém formados ia povoar as redações midiáticas. Mas nem tudo se consagrou com esse processo, segundo Lagranha, o processo provocou um desfalque nos veículos de pessoas com conhecimento histórico, momento do qual as matérias passaram a perder em conteúdo.
Então, surgiu espaço também para o empreendedorismo na comunicação e jornalistas, hoje em dia, têm a possibilidade de ter um negócio próprio. “É importante integrar todas as áreas da comunicação em uma assessoria”, ressalta Duarte, que acha que a abrangência é o caminho para fazer parcerias com outras áreas da comunicação. O conteúdo agora é prioridade, e já não importa mais o meio de divulgação. Lagranha complementa: “por isso é necessário que o profissional se adapte às particularidades de cada cliente”.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Logo-Rallye de Escrita Criativa

Texto escrito a partir das frases em negrito...


Ele chegou à porta, ligou a lanterna e deu um suspiro. Mais uma vez esquecera da conta de luz. Não era de hoje que ela vinha lhe infernizando a vida com suas loucuras literárias. Para sossegá-la, prometeu compra-la um Cervantes de capa dourada e pagar a conta vencida. Enquanto isso, ela observava os livros diante de uma vitrine iluminada. Cedo ela teve uma intuição: se comprasse o James Joyce, jamais ganharia o Cervantes. E deveria poupar o dinheiro, pois sabia que ele não poderia pagar os débitos com a companhia elétrica naquele mês.

Acabou desistindo do Joyce. Sabia que era muito cedo para começar a ler sobre outros assuntos. Saiu andando ladeira acima. Logo na primeira esquina encontrou um cachorro, um labrador surrado, magro e sarnento. Quis levá-lo consigo, mas refutou a idéia. O cão revelou-se indigno de sua raça. Chegou em casa, acendeu velas, colocou as pantufas, beijou o marido na face amornada e fez o jantar. Os dois dormiram antes do horário. Acabaram a noite sem mais surpresas.

No dia seguinte, ele amanheceu febril. Ela estava desde cedo colada ao rádio ouvindo atentamente sobre a morte da princesa inglesa. Ela foi trabalhar e pagar a luz, ele voltou a dormir. A TV, na sala deserta e escura, transmitia para as moscas da princesa; ele, entretanto, apenas agonizava. Mais tarde, quando ela retornou, ele estava mais disposto. Ficaram juntos debaixo dos cobertores como não faziam há muito tempo. O Governador, nesse dia, baixou um decreto instituindo uma nova condecoração. Para eles não fez diferença, eram, mais uma vez, um casal de namorados.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Cresce o número de intolerantes à lactose

Pouco discutida, a inabilidade de produzir enzimas para quebrar o açúcar do leite é um dos distúrbios que afeta pelo menos cinqüenta por cento da população mundial, segundo organizações de saúde como o International Foundation for Functional Gastrointestinal Disorders (Fundação Internacional de Distúrbios Gastrointestinais).
Na realidade, o homem foi originalmente preparado para alimentar-se com leite apenas nos primeiros anos de vida, por isso a diminuição da produção da enzima lactase é comum conforme a pessoa se desenvolve. Mas com a domesticação do gado e o crescimento da indústria, o ser humano sofreu uma mutação genética para que o corpo se adaptasse àquela nova realidade. Hoje, a doença pode ser tanto adquirida como nata e seus sintomas são variados e prejudiciais, podendo causar doenças como perda de peso excessivo, anorexia nervosa, depressão, tumores gastrointestinais e até mesmo a morte.

A doutora Themis Reverbel da Silveira, Coordenadora do Laboratório Experimental de Gastroenterologia e Hepatologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), alerta para a importância de um rápido diagnóstico e controle da doença: “a pessoa que tem fortes prisões de ventre, cólicas, gases, refluxo, diarréia repetidamente deve procurar um gastroenterologista”. O tratamento consta da ingestão de enzimas produzidas em laboratório e dieta.

Mas nem tudo é tão simples, no país existem poucos produtos disponíveis no mercado, com enzimas ou totalmente livres de lactose. Até mesmo medicamentos, tais como pílulas contraceptivas, não podem ser fabricados sem lactose. “Nos Estados Unidos as enzimas são vendidas nos supermercados, existem produtos específicos e os cardápios dos restaurantes mostram o que há em cada prato”, conta Suzana Rossi, 54 anos, cirurgiã-dentista, que é intolerante a lactose há um ano. Em Porto Alegre, alguns restaurantes já adotaram a prática, o Substância é um dos que oferece diversos pratos, incluindo doces, sem adição de leite ou derivados. E sites a exemplo do Sem Lactose, contendo receitas e dicas culinárias, circulam na internet.

O diagnóstico também era muito complexo, principalmente para as crianças. O principal exame usado até o meio de 2008 era o teste de tolerância, onde o paciente ingere em jejum um líquido com dose concentrada de lactose e durante duas horas obtêm-se várias amostras de sangue para medir o nível de glicose, que reflete a digestão do açúcar do leite. Agora o HCPA é o segundo centro brasileiro a oferecer a Análise Molecular de Hipolactasia Primária, um teste genético para descobrir a deficiência.

“Este exame é realizado por meio de uma coleta de sangue para análise de DNA, onde se verifica se o indivíduo possui ou não uma mutação no gene LCT, responsável pela síntese da enzima lactase-florizina hidrolase (enzima lactase)”, explica a professora Themis que teve um artigo publicado sobre assunto. O teste molecular é rápido e não necessita jejum, nem causa o desconforto da ingestão de uma sobrecarga de lactose, e o resultado sai em até 7 dias úteis. São dois os possíveis genótipos: CC - não-persistência da enzima lactase (intolerante à lactose); e CT ou TT - persistência da enzima lactase (tolerante à lactose). O exame ainda não é coberto por convênios de saúde e o valor é R$ 120,00 (custo de pesquisa) sendo realizado somente com solicitação médica.