O sonho da casa própria faz parte da vida da maioria dos brasileiros, e desde que o programa do Governo Federal, Minha Casa, Minha Vida, foi estabelecido, muitas pessoas conseguiram transformar esta idéia em realidade. Com esta mudança de paradigma no cotidiano, o perfil do consumo também foi afetado. A procura por apartamentos maiores e de dois dormitórios triplicou nos últimos três anos.
Agora é possível adquirir uma casa através de um financiamento seguro, com primeiro pagamento na entrega do imóvel e com comprometimento máximo de 20% da renda do indivíduo. Outro fator que facilitou a corrida pela moradia própria foi a desoneração fiscal, com redução da alíquota do Regime Especial de Tributação da Construção Civil (RET) de 7% para apenas 1%.
Maria Conceição Pinto da Rocha, empregada doméstica, foi uma das beneficiadas do programa e conta que sem ele não teria condições financeiras para se mudar. “A gente ganha pouco e acaba tendo que morar em um lugar alugado porque não consegue juntar dinheiro para ser independente. Essa ajuda do Governo simplesmente mudou a vida da minha família, agora vou poder investir na educação dos meus filhos”, diz Maria que tem sete filhos e morava em uma casa de apenas um dormitório na vila Cruzeiro, em Porto Alegre.
Com o Minha Casa, Minha Vida, o Governo estima diminuir em 14% o déficit habitacional do país. O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon/RS) afirma que o maior número de lançamentos de imóveis, esse ano, está no segmento de dois dormitórios. Em 2006, somente 128 unidades foram vendidas. No ano passado este número cresceu para 686 apartamentos, e neste ano já chega a 761, representando 14,91% dos lançamentos.
Carlos Alberto Aita, presidente do Sinduscon/RS, assegura que a situação se manterá, pois o programa chama atenção para os imóveis econômicos. “Tendência esta que deve se confirmar nos próximos lançamentos e que modificou o perfil da indústria porto-alegrense, que costumava ser dos imóveis com mais de três dormitórios”, Aita acredita ainda que é no segmento de zero a dez salários mínimos que se encontra a maior parte do déficit habitacional.
Porém, o programa não está ao alcance de todos. O gerente de construção civil da Caixa Econômica Federal, Paulo Lacerda, explica que os valores estipulados para famílias com renda de zero a três salários mínimos são insuficientes para o custo de produção no Estado. “Estamos atrasados em relação a estados como São Paulo, mas as empresas gaúchas estão buscando informações para atuarem nesse campo”, salienta Lacerda.
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