O escritor alemão Günter Grass publica, neste mês de agosto pela Record, sua mais nova obra literária: Nas Peles da Cebola (Beim Hüten der Zwiebel, nome original em alemão). Com quase 500 páginas, Grass conta como foi parar nas fileiras da Juventude Hitlerista aos 12 anos de idade durante a Segunda Guerra Mundial. A publicação está a venda nas livrarias, em torno de R$60,00 e já agradou críticos da área.
“Grass revira seu próprio passado, desnuda sua vida em confessional e escancara, sem hipocrisia ou medo de represálias, um segredo crucial: de que serviu à tropa e ao ideal nazista”, revela Rafael Dias, crítico literário. Conhecido pelo seu romance escrito em 1956, em Paris, O Tambor, história da guerra narrada pela perspectiva de um anão, Grass conquistou um prêmio Nobel da Literatura em 1999.
Em uma quase autobiografia, Nas Peles da Cebola revela o encontro de Grass com Joseph Ratzinger, atual papa, na zona branca. No trecho retirado da obra ele descreve as características do então religioso: “aí está Joseph, fala comigo em voz impertubavelmente baixa, sim, até mesmo suave ”. Na época, Ratzinger já mencionava os dogmas e era afeito de Santo Agostinho.
Nascido em 1927, em Dantzig, na Alemanha, Grass teve uma infância difícil e conturbada pelos conflitos mundiais. Depois da guerra, em 1948, foi estudar pintura e escultura na Academia das Artes de Düsseldorf, mas acabou por se formar em 1955 na Academia Estatal de Belas-Artes de Berlim Ocidental. Apesar de ter apoiado a cauda nazista e ajudado a formar os pelotões da Waffen-SS, Grass se tornou um pacifista nos anos 70 e defende o papel dos intelectuais na construção de um mundo melhor.
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