Às sete horas da noite, horário previsto para apresentação do filme, o auditório já se encontrava cheio de alunos, professores e visitantes. Kiefer aproveitou o momento e sorteou cinco livros da nova edição de Valsa para Bruno Stein. Após problemas técnicos com o equipamento audiovisual, iniciou-se a mostra. Oitenta e oito minutos que retratam a história de uma família interiorana de colonização alemã, cuja vida das mulheres gira em torno de Bruno Stein - pai, marido, avô e amante.
Finalizada a apresentação, os convidados se dirigiram ao palco para realização de um debate e responder a perguntas da platéia presente. Paulo Nascimento começa o suposto debate comentando sua emoção em “ver Carmem Silva pela primeira vez desde sua morte” e que a filmagem foi sua última participação nas telas. Kiefer revela que ele e Nascimento estão há 12 anos preparando em parceria esta adaptação cinematográfica.
Um dos fatos mais marcantes do filme é o cenário, que fica entre Caçapava e Bagé, no interior do Rio Grande do Sul, a 80 km de qualquer cidade. A casa do filme foi construída pela produção em sete dias e hoje é um museu deste. “Foi uma imersão total (...), porque ambiente era fundamental nesse filme, o ambiente é um personagem (...), era essa coisa da imensidão, do vazio (...)”, diz o diretor.
Paulo Nascimento ainda fala sobre as técnicas utilizadas para confecção do filme, que é o seu segundo longa-metragem. “No filme entra tudo o que no livro não está escrito (...) o objetivo era contar uma história que poderia se passar em qualquer lugar do mundo”, declara explicando os contrastes de claro e escuro em determinadas cenas. Uma das dificuldades que eles contam da realização do filme foi encontrar um ator que se encaixasse como Bruno Stein. Wagner Moura acabou assumindo o papel. O elenco conta também com Ingra Liberato, Marcos Verza, e Yonara Karam.
Kiefer diz que esse filme, gravado no mês de janeiro de 2007, especificamente “é um cinema brasileiro diferente, um cinema mais literário”. Segundo ele, “o filme não tem nada de cinema brasileiro, na verdade, é um filme europeu, é um filme lento (...) não tem um monte de chavões do cinema brasileiro”. O diretor e o escritor falaram bastante de sua relação com o projeto de adaptação do livro. Nascimento conta que o relacionamento surgiu através da produtora executiva do filme, Marilaine Castro da Costa, que leu o livro na época e disse a ele que o livro daria um ótimo filme. “Já li escalando o elenco”, conta.
A pré-estréia tinha por objetivo observar as reações do público, assim como feito anteriormente em Toronto, Canadá e Montevidéu, Uruguai. Patrocinado, principalmente, pelo Ministério da Cultura e pela Petrobras, o filme tem lançamento nos cinemas dia 6 de junho juntamente com Indiana Jones, O Homem de Ferro e Crônicas de Nárnia.
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