Que manchete é essa, meu deus?
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
domingo, 20 de novembro de 2011
2012 countdown
Sei que é cedo para fazer listas de tarefas de ano novo. Mas já que, na teoria maia, o ano que vem é o último e eu estou sofrendo de depressão de domingo, vamos aos projetos futuros:
0 - ARRANJAR UM EMPREGO!
1- Me consagrar no teatro, afinal eu acho que nasci para a coisa.
2- Reformar o banheiro, porém decentemente, com uma construtora e pedreiros de verdade, nada de embromations ou tapa-buracos.
3- Fazer minha tattoo de gatinho, estou decidida.
4- Ser mais criativa, principalmente na decoração de ambientes e largar a preguiça de lado para pôr as mãos à obra.
5- Escrever aquele livro que eu comecei e nunca terminei.
6- Voltar a tocar, porque só depende de mim (e de cordas novas).
7- Me libertar de certos dogmas hahaha.
8- Viajar pelo mundo (sempre).
9- Arranjar um namorado: estou aceitando lenhadores canadenses e uruguaios latinlovers com barba style.
10- Ter uma vida financeira estável. (impossível)
11- Ser AINDA MAIS paciente.
12- Ser mais saudável e deixar os doces para os finais de semana.
13- Voltar a nadar.
14- Aprender dança do ventre e tango. (?)
15- Plantar mais árvores, uma só é muito pouco para o tempo de vida humano.
16- Ter ou ajudar com mais frequência uma ONG em prol dos animais.
17- Perder mais uns 5kg. (falta pouco)
18- Me atualizar no mundo musical e das artes.
19- Tirar a carteira e ter um carro. (se depender do sistema, estou ralada)
20- Ser feliz!
Estão aí, os 20 mais glamurosos projetos do meu próximo e talvez último ano. HAHAHA
Ok, preciso parar de pensar no fim do mundo. A culpa é da mídia.
E vocês, o que querem fazer?
0 - ARRANJAR UM EMPREGO!
2- Reformar o banheiro, porém decentemente, com uma construtora e pedreiros de verdade, nada de embromations ou tapa-buracos.
3- Fazer minha tattoo de gatinho, estou decidida.
5- Escrever aquele livro que eu comecei e nunca terminei.
6- Voltar a tocar, porque só depende de mim (e de cordas novas).
9- Arranjar um namorado: estou aceitando lenhadores canadenses e uruguaios latinlovers com barba style.
10- Ter uma vida financeira estável. (impossível)
12- Ser mais saudável e deixar os doces para os finais de semana.
13- Voltar a nadar.
14- Aprender dança do ventre e tango. (?)
15- Plantar mais árvores, uma só é muito pouco para o tempo de vida humano.
19- Tirar a carteira e ter um carro. (se depender do sistema, estou ralada)
20- Ser feliz!
Estão aí, os 20 mais glamurosos projetos do meu próximo e talvez último ano. HAHAHA
Ok, preciso parar de pensar no fim do mundo. A culpa é da mídia.
E vocês, o que querem fazer?
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
A pele que habito
Mais do que uma crise de identidade. A pele que habito é uma metamorfose kafkiana. Um retrato da pós-pós-modernidade. Talvez até da hipermodernidade. Bauman deve estar morrendo de inveja de Almodóvar. O sucesso do filme como tal é estrondoso e não se dá pelo mistério que o cerca. Na verdade, o longa é bastante óbvio. Mas o que fascina é a audácia de Almodóvar de trazer o enredo ao ponto máximo da individualidade. Assim como Saramago, em O ensaio sobre a cegueira, o cineasta espanhol detona com o ser humano, regredindo-o ao animal que é.
Saí do cinema em estado de êxtase. Para ser sincera, é o segundo filme dele que eu gosto. O primeiro foi Volver, uma história apaixonante e muito verdadeira em diversos aspectos. Porém, A pele que habito superou seus outros trabalhos. Misturando elementos da psicologia e do cinema, indo desde a ficção científica até o universo particular da homossexualidade. Almodóvar mostrou que é capaz, não só de fazer bons filmes, como também de ler aquilo que se passa na mente do espectador.
O estado de vigília no escuro da sala é inevitável. Somos transportados para El cigarral (local onde se passa o enredo) e obrigados a pensar como Robert (Antonio Banderas), protagonista. O conflito ético nos banha da mesma maneira que ao personagem. Aos poucos, a história vai se encaixando e as diferentes reações do público, aparecendo. Muitas pessoas, atordoadas com a petulância do filme, deixaram o cinema indignadas antes do gran finale. Outras permaneceram interessadas.
Antonio Bandeiras também não deixa a desejar. É o legítimo médico-monstro, sempre brigando com suas duas personalidades. E, meus deus, como Vera (Elena Anaya) se parece com Vicente (Jan Cornet). Fiquei convencida que eram a mesma pessoa. Uma obra prima do cinema, como não se via há tempos. Carregada na simbologia e nas mensagens entrelinhas. Enfim, é um filme para ver e pensar.
Saí do cinema em estado de êxtase. Para ser sincera, é o segundo filme dele que eu gosto. O primeiro foi Volver, uma história apaixonante e muito verdadeira em diversos aspectos. Porém, A pele que habito superou seus outros trabalhos. Misturando elementos da psicologia e do cinema, indo desde a ficção científica até o universo particular da homossexualidade. Almodóvar mostrou que é capaz, não só de fazer bons filmes, como também de ler aquilo que se passa na mente do espectador.
O estado de vigília no escuro da sala é inevitável. Somos transportados para El cigarral (local onde se passa o enredo) e obrigados a pensar como Robert (Antonio Banderas), protagonista. O conflito ético nos banha da mesma maneira que ao personagem. Aos poucos, a história vai se encaixando e as diferentes reações do público, aparecendo. Muitas pessoas, atordoadas com a petulância do filme, deixaram o cinema indignadas antes do gran finale. Outras permaneceram interessadas.
Antonio Bandeiras também não deixa a desejar. É o legítimo médico-monstro, sempre brigando com suas duas personalidades. E, meus deus, como Vera (Elena Anaya) se parece com Vicente (Jan Cornet). Fiquei convencida que eram a mesma pessoa. Uma obra prima do cinema, como não se via há tempos. Carregada na simbologia e nas mensagens entrelinhas. Enfim, é um filme para ver e pensar.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Sobre um tal metrô em Porto Alegre
Desde que essa história de metrô em Porto Alegre foi anunciada e confirmada que eu venho falando do absurdo que é. A começar pelo investimento: quase dois bilhões de reais. Sendo, desse valor, R$ 1 bilhão "doado" pelo governo federal. Dinheiro mais do que suficiente para: construir umas 3 escolas, reformar um hospital, comprar milhares de medicamentos ausentes no Sistema Único de Saúde (SUS), entre outras coisas.
Meu problema com o metrô não é apenas de cunho financeiro. Simplesmente não vejo necessidade dele. Pelo menos não no local onde o projeto será aplicado. Quem será beneficiado com um metrô que vai da Fiergs ao centro? Um número pequeno de pessoas que provavelmente trabalha na Fiergs. Outra questão é a segunda fase que envolve a aplicação do sistema ferroviário na Azenha. Vocês conseguem imaginar o caos que será uma obra subterrânea na Azenha? E se o projeto parar no meio, como tantos outros, o que farão essas pessoas que moram e trabalham no local? Vão falir a Azenha, uma das avenidas mais importantes da capital.
Sinceramente, vivemos em um país rodoviário. Ou melhor, infelizmente. Mas agora é tarde para mudar esse fato. Escavar ruas e avenidas para construir um metrô não é a solução mais plausível, muito menos a mais barata. Porto Alegre já experimentou de ideias absurdas como essa no passado. Quem é daqui sabe, e quem não é também já ouviu falar, do famoso aeromóvel. Até hoje apodrecendo ao lado do Gasômetro. Aliás, transporte esse, que recebeu R$ 29,9 milhões para ser reativado compondo uma ligação do trensurb com o aeroporto. Uma bagatela.
A prefeitura, o governo do estado e o federal deveriam sim investir em transporte. Porém, em transportes essenciais à nossa sociedade. Se somos rodoviários e não há espaço para mudar, por que não incentivar o sistema já existente? Por exemplo, a implementação de ônibus elétricos ou movidos a luz solar seria excelente. O próprio aumento da frota de ônibus e a realocação de linhas já tornaria nosso trânsito produtivo. Além disso, se vão investir no ferroviário, que seja em locais onde há defasagem de transporte; como na Ipiranga onde a falta de corredor propício atrapalha o trânsito de veículos, ou na zona sul que carece de ônibus de qualidade e até mesmo nas ligações interurbanas.
Tirem suas próprias conclusões, no entanto não reclamem quando as coisas não derem certo. A hora de se levantar contra esse projeto é agora.
Vídeo feito pela prefeitura para divulgação do novo metrô:
Meu problema com o metrô não é apenas de cunho financeiro. Simplesmente não vejo necessidade dele. Pelo menos não no local onde o projeto será aplicado. Quem será beneficiado com um metrô que vai da Fiergs ao centro? Um número pequeno de pessoas que provavelmente trabalha na Fiergs. Outra questão é a segunda fase que envolve a aplicação do sistema ferroviário na Azenha. Vocês conseguem imaginar o caos que será uma obra subterrânea na Azenha? E se o projeto parar no meio, como tantos outros, o que farão essas pessoas que moram e trabalham no local? Vão falir a Azenha, uma das avenidas mais importantes da capital.
Sinceramente, vivemos em um país rodoviário. Ou melhor, infelizmente. Mas agora é tarde para mudar esse fato. Escavar ruas e avenidas para construir um metrô não é a solução mais plausível, muito menos a mais barata. Porto Alegre já experimentou de ideias absurdas como essa no passado. Quem é daqui sabe, e quem não é também já ouviu falar, do famoso aeromóvel. Até hoje apodrecendo ao lado do Gasômetro. Aliás, transporte esse, que recebeu R$ 29,9 milhões para ser reativado compondo uma ligação do trensurb com o aeroporto. Uma bagatela.
A prefeitura, o governo do estado e o federal deveriam sim investir em transporte. Porém, em transportes essenciais à nossa sociedade. Se somos rodoviários e não há espaço para mudar, por que não incentivar o sistema já existente? Por exemplo, a implementação de ônibus elétricos ou movidos a luz solar seria excelente. O próprio aumento da frota de ônibus e a realocação de linhas já tornaria nosso trânsito produtivo. Além disso, se vão investir no ferroviário, que seja em locais onde há defasagem de transporte; como na Ipiranga onde a falta de corredor propício atrapalha o trânsito de veículos, ou na zona sul que carece de ônibus de qualidade e até mesmo nas ligações interurbanas.
Tirem suas próprias conclusões, no entanto não reclamem quando as coisas não derem certo. A hora de se levantar contra esse projeto é agora.
Vídeo feito pela prefeitura para divulgação do novo metrô:
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Vestíbulos do Brasil
Ontem o Juremir Machado da Silva publicou em sua coluna, no jornal Correio do Povo, um texto sobre a injustiça do vestibular. Eu raramente toco nesse assunto, mas não resisti. Partilho da mesma opinião do jornalista e professor. Não apenas por ter sido uma vítima do sistema, porém também como membro da mídia e desta sociedade. Antes de contar a minha história que exemplifica bem o falho engenho do ensino brasileiro, gostaria de citar um trecho do que o Juremir disse:
De qualquer maneira, terminei os ensinos fundamental e médio no tempo certo. Como não tinha certeza do que eu gostaria de ser, fiz vestibular para duas instituições particulares, passei e não tive recursos de cursar. Fui fazer cursinho com a ajuda de um parente que me conseguiu um bolsa. Fiz seis meses de cursinho e no inverno entrei para jornalismo na PUCRS. Cheguei a fazer o Enem, na época, com um escore bem alto. Fiquei em primeiro na lista do Prouni para jornalismo na PUCRS. Perdi a bolsa porque o salário da minha mãe era 50 reais a mais do valor permitido naquela pesquisa socioeconômica. Sim, ridículo. Minha mãe recebia bruto uns 3 mil reais, no período, para me sustentar sozinha. O valor da mensalidade do jornalismo era acima de mil reais. Desconte do salário dela plano de saúde e faculdade e mal sobra pro supermercado e as contas básicas (condomínio, luz...). No entanto, para o Estado, eu era uma pessoa com condições de pagar a faculdade. Acabei cursando o jornalismo até o fim, porque fiz um financiamento (que vai me custar a alma) e uma tia avó me ajudou a pagar muitas mensalidades atrasadas.
Cá estou, formada e desempregada. Sabem por que eu nunca tentei uma federal? Por medo. Medo de ver o quão pouco eu sei de física, química e matemática. Medo de mostrar pro sistema que apesar de ter sido aluna de escolas particulares, eu não tenho QI para responder complexas questões sobre logaritmos ou sobre ligações de hidrogênio. Quando eu estava na escola, meu sonho era fazer medicina, ou algo do gênero. Sonho que se quebrou quando eu tive que enfrentar o dilema do vestibular. Nunca teria a oportunidade de me preparar como os outros para tentar uma federal, muito menos dinheiro para entrar numa particular. Tive que me redirecionar. Por causa disso, fui uma aluna medíocre do jornalismo. Não levei muitas coisas a sério. Quis sair e desistir muitas vezes. Não procurei os estágios certos e acho que é por isso que não consigo emprego na minha área hoje. Não fui má aluna. Apenas não me apaixonei e me destaquei.
Agora, estou tentando refazer o meu caminho. Refiz o Enem, acho que fui bem, já que muitas questões envolviam jornalismo (chega a ser irônico). Vou tentar a federal, mas não para medicina. Continuo achando quase impossível para um indivíduo como eu fazê-lo. Escolhi ciências sociais. Talvez como antropóloga eu possa mudar esse cenário rídiculo da educação, um dia.
Todo ano, na época do Enem, reflito sobre o vestibular. É o sistema mais cruel ja aplicado por um país contra seus jovens. Está baseado na falsa justiça da meritocracia. Um país sério estabelece o escore mínimo a ser alcançado por um estudante para entrar na universidade e banca vagas para todos os aprovados. Esse conhecimento mínimo é exigido em nome do bom acompanhamento das atividades universitárias. Já o vestibular cria uma competição entre os adolescentes, isenta o Estado de abrir vagas para todos e gera a ideia de que só os 'melhores' devem chegar à universidade.Eu cresci em uma família que não tinha condições financeiras privilegiadas. Estudei seis anos em um colégio elitista graças a uma bolsa de estudos. Depois fui para outra escola particular ser bolsista devido ao fato de minha mãe ser professora da instituição. Meu último ano foi em escola pública. Não tive aula de matemática durante todo o período letivo, porque a professora havia se mudado de cidade e não comparecia mais a escola. As aulas de física eram uma piada. Qualquer precipitação de chuva era motivo para cancelar as aulas. Eu, vinda de boas escolas particulares, ficava abismada com o descaso (não só do sistema, como também das pessoas que o compõem).
De qualquer maneira, terminei os ensinos fundamental e médio no tempo certo. Como não tinha certeza do que eu gostaria de ser, fiz vestibular para duas instituições particulares, passei e não tive recursos de cursar. Fui fazer cursinho com a ajuda de um parente que me conseguiu um bolsa. Fiz seis meses de cursinho e no inverno entrei para jornalismo na PUCRS. Cheguei a fazer o Enem, na época, com um escore bem alto. Fiquei em primeiro na lista do Prouni para jornalismo na PUCRS. Perdi a bolsa porque o salário da minha mãe era 50 reais a mais do valor permitido naquela pesquisa socioeconômica. Sim, ridículo. Minha mãe recebia bruto uns 3 mil reais, no período, para me sustentar sozinha. O valor da mensalidade do jornalismo era acima de mil reais. Desconte do salário dela plano de saúde e faculdade e mal sobra pro supermercado e as contas básicas (condomínio, luz...). No entanto, para o Estado, eu era uma pessoa com condições de pagar a faculdade. Acabei cursando o jornalismo até o fim, porque fiz um financiamento (que vai me custar a alma) e uma tia avó me ajudou a pagar muitas mensalidades atrasadas.
Cá estou, formada e desempregada. Sabem por que eu nunca tentei uma federal? Por medo. Medo de ver o quão pouco eu sei de física, química e matemática. Medo de mostrar pro sistema que apesar de ter sido aluna de escolas particulares, eu não tenho QI para responder complexas questões sobre logaritmos ou sobre ligações de hidrogênio. Quando eu estava na escola, meu sonho era fazer medicina, ou algo do gênero. Sonho que se quebrou quando eu tive que enfrentar o dilema do vestibular. Nunca teria a oportunidade de me preparar como os outros para tentar uma federal, muito menos dinheiro para entrar numa particular. Tive que me redirecionar. Por causa disso, fui uma aluna medíocre do jornalismo. Não levei muitas coisas a sério. Quis sair e desistir muitas vezes. Não procurei os estágios certos e acho que é por isso que não consigo emprego na minha área hoje. Não fui má aluna. Apenas não me apaixonei e me destaquei.
Agora, estou tentando refazer o meu caminho. Refiz o Enem, acho que fui bem, já que muitas questões envolviam jornalismo (chega a ser irônico). Vou tentar a federal, mas não para medicina. Continuo achando quase impossível para um indivíduo como eu fazê-lo. Escolhi ciências sociais. Talvez como antropóloga eu possa mudar esse cenário rídiculo da educação, um dia.
sábado, 15 de outubro de 2011
Programas de auditório e a opinião pública
Trabalho feito em 2008, no início da faculdade de jornalismo. Apesar de não estar na ABNT e conter alguns errinhos, achei legal postar, uma vez que o tema é interessante e vale a pena ver minha evolução acadêmica :)
domingo, 9 de outubro de 2011
Sobre Jobs, consumismo e escravismo...
Essa história toda da morte recente do Steve Jobs tomou conta dos noticiários mundiais. Rock'in'Rio foi esquecido (graças a deus), Occupy Wall Street ficou de lado, mais uma vez, e não se falou em mais nada que não estivesse relacionado ao criador da gigante Apple. Eu sempre fui contra monopólios. Principalmente os midiáticos. Ainda mais os de notícias. Vi matérias que relacionavam o consumismo estimulado por Jobs com a maçã pecaminosa de Adão e Eva. Não que eu discorde. Pelo contrário, acho que ele pensava além da maçã, além de toda a sua representatividade e simbologia. Por isso mesmo a escolheu. Mas essa não é a questão. Também não digo que o "gênio" não carecesse de prestígio.
Porém, a mídia anda muito obsessiva. Antes mesmo que alguém morrer, biografias inteiras ficam registradas à deriva, esperando, quase que torcendo para que fulano passe dessa para melhor. Além disso, quando uma celebridade como Jobs sobe ao céu, reverenciam-na como se esta fosse uma pessoa perfeita, divina. Jobs não era perfeito, e sabia disso. Ele acertou muito com suas contribuições tecnológicas. Entretanto ele sabia o preço que a sociedade pagaria para chegar até aqui.
Todos nós sabemos como funcionam os negócios. Vira e mexe sai um escândalo envolvendo grandes empresas ao escravismo asiático. Não são mentiras. Nunca foram, nós é que escolhemos esquecer ou mudar de assunto. É triste, mas 90% das coisas que temos são feitas por mão calejadas de chineses cansados, mal pagos e maltratados do outro lado do mundo (vide a sua localização geográfica). Não adianta lamentar, ou jurar nunca mais comprar na Zara. A Renner também importa da China, assim como a Apple.
O consumismo chegou à um patamar tão denso que não temos mais volta. O negócio é reaprender a viver dele sem ser tragado por ele. Precisamos da tecnologia, precisamos evoluir. Mas não podemos esquecer qual o motivo dessa evolução. Não estamos produzindo aparelhos completos e melhores apenas pelo desejo de um design bonito e robusto. Estamos em busca da melhoria do mundo. Não podemos parar o tempo para lamentar a morte do Steve Jobs e simplesmente ignorar que milhares de pessoas morrem de inanição todos os dias sem noção do que é um iPad.
Deixo aqui dois textos que falam sobre o assunto, textos que denotam duas linhas de pensamento diferentes. E um vídeo super famoso do Charlie Chaplin, para fazer pensar :)
Why We Mourn Steve Jobs - The Atlantic
The Dark Side of Steve Jobs's Dream - Time Magazine
O orgulho de ser mãe
Esse texto
poderia começar dizendo apenas que Régis Patrícia Vieira de Freitas Santos é
dona de casa e mãe de um menino especial. Na verdade, essa poderia ser a
história de muitas mulheres pelo mundo todo. O que faz de Patrícia – como gosta
de ser chamada – uma mãe excepcional é sua disponibilidade de continuar
sorrindo, mesmo quando o que a vida lhe oferece parece ser complicado.
Natural de
Santa Cruz do Sul e nascida em 30 de dezembro de 1969, Patrícia tem o típico
estereótipo alemão. É loira, tem olhos verdes, tem mão grandes e suas maçãs do
rosto são sobressalentes. Apesar disso,
não herdou o costume de falar alto. Quando conversa, fala muito, mas sempre
calmamente, respeitando a suavidade de cada palavra que transborda a sua boca.
Sua vida
começou, realmente, quando se apaixonou pelo primo irmão Demétrius Vieira
Santos. “A gente não convivia, até porque dizem que primos que convivem não se
casam”, declara. Foi amor à primeira vista. Porém, não agradou a família. “A
minha mãe foi contra, ela dizia que a gente nunca ia poder ter filhos”,
Patrícia desabafa.
Como em todas
as bonitas histórias de amor, à la Romeu
e Julieta, o sonho dela era ser mãe. “Antes do casamento, a gente procurou
um geneticista, porque eu estava muito preocupada com a perspectiva de nunca
poder ter filhos”, conta. Segundo ela, a resposta do médico foi encorajadora:
“Ele disse que qualquer um poderia ter uma criança com problemas, que era uma
loteria.”
Em 1994, no
calor de meados de dezembro, eles se casaram. Na época, ela tinha 25 anos. Em
seguida, eles vieram tentar a vida na capital. Entretanto, a estadia não durou
muito. Em 1997, fizeram as malas novamente e foram para Pelotas. “Foi uma época
muito boa das nossas vidas. A gente colocou um barzinho no colégio Objetivo e
começamos a criar raízes”, diz.
Ela já estava
tentando engravidar havia um tempo. Mas essa preocupação foi deixada de lado no
inverno de 1998, quando Demétrius baixou o hospital com problemas cardíacos.
“Ele começou com uma dorzinha no peito, quando vi ele teve que fazer 3 pontes
de safena”, explica Patrícia. Demétrius tinha apenas 33 anos na época e a recuperação
não foi nada fácil.
Passado o susto
e o longo tratamento, o casal decidiu retornar para Porto Alegre, decisão complicada
para ela: “Eu adorava Pelotas, as pessoas de lá... Até hoje quando falo daquele
tempo me dá vontade de chorar.” Eles retornaram porque os pais do Demétrius
moram aqui e poderiam ajudar o casal com as questões financeiras.
Nesse meio
tempo, Patrícia vinha travando uma longa batalha de gestações incompletas. Até
tratamento in vitro ela tentou, mas
nada parecia dar resultados. “A família toda se juntou para me ajudar. Eu já
estava com 35 anos, aí pensei: nem vou mais ter filhos nessa idade”, fala.
Em depressão,
Patrícia estava decidida a esquecer o assunto. Para se reerguer, ela buscou
ajuda e iniciou um tratamento contra a depressão. “Eu comecei a terapia em
junho, em agosto eu estava grávida”, esclarece. Foram 12 anos de tentativas
frustradas. “Atrasou a menstruação, eu
fui e falei com a psicóloga do centro sobre isso. Ela me estimulou a ir fazer o
exame”, diz. Patrícia estava receosa, pois, pela primeira vez, se deu conta de
que tinha medo de ser mãe.
“Eu fui e fiz o
exame no Hospital Mãe de Deus, meu marido até foi junto. Nós estávamos muito
nervosos. O exame deu mil unidades positivas, só que a gente não entendeu o que
queria dizer, aí eu saí e o Demétrius falou que a gente tinha que ir no médico.
Mas eu estava muito ansiosa e saí em busca de um médico ali mesmo, para ver se
poderia me dizer se eu estava grávida ou não”, narra. Naquele dia, Patrícia não
descobriu que estava grávida, mas gravidíssima.
Ela chorava em
prantos no corredor do hospital, para o desespero do marido que não só não
entendia nada, como se recusava a acreditar. Daí para frente foi só felicidade.
“Quando eu fiz a primeira eco, com dois meses, já deu para ver que seria um
menino”, relata.
A gestação foi
tranquila, Patrícia seguiu à risca tudo o que os médicos recomendaram. Fez
todos os exames, mais de 10 ecografias. Indignada ela reclama: “Nunca apareceu
nos exames que ele teria alguma coisa.” Raul veio ao mundo dia 25 de março de
2006, de cesária, algumas semanas antes do tempo. A família recebeu o menino
com muito amor.
Ele foi
considerado um bebê normal. Apesar de prematuro, nasceu com bom peso, boa
altura. Patrícia estava eufórica com a nova experiência. No entanto, logo
começaram os problemas. “Ele não mamava, não ganhava peso. Ele era muito
molinho, não sentava. Eu me sentia muito mal, porque o pediatra dizia que a
culpa era minha, que eu não estava fazendo o que deveria”, diz.
Quando Raul
completou quatro meses, os médicos decidiram investigar mais a fundo a causa da
falta de desenvolvimento. Foi numa tomografia que eles descobriram que a
criança era portadora de uma síndrome, até hoje desconhecida pela comunidade
científica. Então, quando parecia que o mundo ia abrir diante de seus pés,
Patrícia correu atrás do tempo perdido e inscreveu seu filho em programas para
habilitação de crianças especiais.
“É difícil, tem
gente que pensa que é fácil, mas não é”, desabafa. O menino iniciou tratamento
aos 5 meses. Desde então, Patrícia passa os dias levando ele para cima e para
baixo, cuidando dele com muito carinho. Por isso, ela não pode mais voltar a
trabalhar.
Quando Raul
frequentava a Associação de Assistência a Criança Deficiente (AACD), as coisas eram um
pouco mais simples. Patrícia explica o porquê: “É o melhor lugar que tem,
nem em clínica privada tu consegues coisa melhor.” Mas o menino recebeu alta o
que acarretou em uma comoção na família para garantir um plano de saúde para
ele.
“A AACD é
assim, a fila tem que andar. A pessoa que se reabilita rápido, logo ganha alta.
As mães choram quando os filhos ganham alta, porque eles são obrigados a sair
de lá e acabam perdendo a evolução do tratamento”, conta. O motivo da pressão
na instituição é uma fila de 32 mil crianças esperando atendimento.
Os gastos com o
Raul não são apenas de aprendizado e saúde. O menino necessita de alimentação
especial para ganhar peso. Graças a força de vontade de Patrícia, eles recebem
o leite por meio de um auxílio do governo. “Ele precisa de quatro copos por
dia. São 40 reais uma lata e dura somente três dias”, esclarece.
No momento a
família vive em um pequeno apartamento na zona Sul. “Ele dorme no quarto comigo
e o pai dele dorme num colchonete no chão da sala”, conta. Eles gostariam de se
mudar, entretanto o orçamento não permite.
Raul
recentemente comemorou o quinto ano de vida. Risonho, o menino que antes não
comia e só chorava já senta sozinho e dá altas gargalhadas assistindo DVDs de
música infantil. “Ele é a alegria da vida da gente”, diz a mãe. Ele gosta de
chamar a atenção e passa o tempo todo se comunicando com Patrícia com as poucas
palavras que absorveu.
“Agora que ele
sentou, a gente tem mais esperança de ele andar um dia. Meu marido estava até
deprimido com fato de que ele não fosse andar. Mas isso depende também do que a
gente faz por eles”, diz. “O Raul é uma escola de vida para mim”, completa.
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Gafes Zero Hora
Vou começar pelo teor da matéria: totalmente dispensável. Segundo, a fonte: um site de quinta. Terceiro, o texto: a redundância na sua melhor espécime. Que porcaria é essa?
Em colorido as palavras repetidas, se apavorem :D
Link do original aqui.
Em colorido as palavras repetidas, se apavorem :D
Link do original aqui.
Mulher Maçã leva tapas na cara para aumentar seios visando o Carnaval 2012
Grace Kelly teria aderido a uma técnica tailandesa para aumentar as medidas
Grace Kelly, ou Mulher Maçã, decidiu aumentar os seios por meio de uma técnica que consiste em levar tapas no rosto, segundo o Ego.
A própria assessoria da moça teria confirmado que sua cliente anda dando a cara a tapa para ver aumentar as medidas de seu busto. Trata-se de uma técnica tailandesa e tem como objetivo uma melhora no visual até o carnaval 2012.
A própria assessoria da moça teria confirmado que sua cliente anda dando a cara a tapa para ver aumentar as medidas de seu busto. Trata-se de uma técnica tailandesa e tem como objetivo uma melhora no visual até o carnaval 2012.
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
A tênue linha entre a vida e a morte
Kevorkian em protesto em uma de suas audiências |
Material digno de estudo:
Artigo no New York Times
Legalidade da eutanásia no mundo na Wikipédia
Programa 60 minutos da CBS
Trailer do filme:
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
50 anos de legalidade
Há exatos cinquenta anos atrás o Brasil vivia um momento político frenético, um período de instabilidade governamental, de transição. Era a luta pela legalidade. Políticos, jornalistas e grandes pensadores com a mesma intenção: defender a constituição brasileira e evitar um golpe de estado. O medo do comunismo, do autoritarismo e da intervenção militar uniu o povo pelas ruas de Porto Alegre, onde o movimento tomou forma, para depois tomar o país.
Apesar da força da população naquele instante específico da nossa história, o Brasil não soube crescer com isso. Três anos mais tarde foi deferido o golpe de 1964, arrasando os últimos resquícios de democracia no país. Foram longos 20 anos de torturas, censuras, agruras e outras ações intempestivas. O progresso das telecomunicações se deu junto da ascensão militar. Passado o sufoco, tivemos um presidente ladrão: Fernando Collor. Deu-se início a moda da corrupção. Vimos senadores colocarem dinheiro na cueca, palhaço e jogador de futebol se elegerem deputados. Crianças passando fome, animais abandonados.
O Brasil cresceu mesmo 50 anos em 5, porém isso só se aplica aos ricos. A miséria tomou conta. Aí veio o Lula: a esperança popular. Houve um avanço no nordeste. Uma era positivista que se encerrou dando início à continuidade do governo petista. Assim, como a cada duas subidas vem uma curva para baixo, tudo não é perfeito, estamos numa das piores fases. Cada dia cai um ministro por corrupção. A falta de políticas públicas, contra as drogas e em prol de uma juventude saudável, no passado transparece agora, em cada esquina, em cada criança de 11 anos cheirando crack. O respeito pelo patrimônio público nunca foi tão inexistente. Lixeiras, muros, calçadas, museus, prédios, tudo depredado. O engraçado é que o povo é quem paga. Valores da família se vão esgoto abaixo. Não se comemora mais o dia do índio, aliás se constrói hidroelétricas em cima deles. Se rouba velhinhas, mata-se amantes, queima-se mendigos. Eis um belo retrato do nosso país.
E por que será que pioramos tanto? Nós, que costumávamos ser mais instigados que os franceses. Nós que íamos às ruas. Que pintávamos as caras. Que queimávamos sutiãs em praças. Onde nós estamos? Será que cansamos de reclamar? Será que perdemos nossa energia? Eu não sei. Entretanto, não paramos de por filhos no mundo. Não paramos de gerar receita. Porém esquecemos de instruir, cuidar, amar. Deixamos nosso filhos passarem por cima de nós.
Acho importante lembrar o passado, principalmente o glorioso. Só que o passado não existe apenas para ser lembrado. Ele serve para nos ensinar a não cometer os mesmos erros. A data da legalidade não pode ser lembrada há cada 50 anos e sim, todos os dias. Com certeza 90% da população brasileira não sabe de cabeça os tempos que marcaram nossa política, nossas vidas. As pessoas vivem o momento e se esquecem que o momento é sempre consequência de fatos predecessores.
Para refrescar a cuca, breve documentário que o PDT fez sobre a legalidade:
Apesar da força da população naquele instante específico da nossa história, o Brasil não soube crescer com isso. Três anos mais tarde foi deferido o golpe de 1964, arrasando os últimos resquícios de democracia no país. Foram longos 20 anos de torturas, censuras, agruras e outras ações intempestivas. O progresso das telecomunicações se deu junto da ascensão militar. Passado o sufoco, tivemos um presidente ladrão: Fernando Collor. Deu-se início a moda da corrupção. Vimos senadores colocarem dinheiro na cueca, palhaço e jogador de futebol se elegerem deputados. Crianças passando fome, animais abandonados.
O Brasil cresceu mesmo 50 anos em 5, porém isso só se aplica aos ricos. A miséria tomou conta. Aí veio o Lula: a esperança popular. Houve um avanço no nordeste. Uma era positivista que se encerrou dando início à continuidade do governo petista. Assim, como a cada duas subidas vem uma curva para baixo, tudo não é perfeito, estamos numa das piores fases. Cada dia cai um ministro por corrupção. A falta de políticas públicas, contra as drogas e em prol de uma juventude saudável, no passado transparece agora, em cada esquina, em cada criança de 11 anos cheirando crack. O respeito pelo patrimônio público nunca foi tão inexistente. Lixeiras, muros, calçadas, museus, prédios, tudo depredado. O engraçado é que o povo é quem paga. Valores da família se vão esgoto abaixo. Não se comemora mais o dia do índio, aliás se constrói hidroelétricas em cima deles. Se rouba velhinhas, mata-se amantes, queima-se mendigos. Eis um belo retrato do nosso país.
E por que será que pioramos tanto? Nós, que costumávamos ser mais instigados que os franceses. Nós que íamos às ruas. Que pintávamos as caras. Que queimávamos sutiãs em praças. Onde nós estamos? Será que cansamos de reclamar? Será que perdemos nossa energia? Eu não sei. Entretanto, não paramos de por filhos no mundo. Não paramos de gerar receita. Porém esquecemos de instruir, cuidar, amar. Deixamos nosso filhos passarem por cima de nós.
Acho importante lembrar o passado, principalmente o glorioso. Só que o passado não existe apenas para ser lembrado. Ele serve para nos ensinar a não cometer os mesmos erros. A data da legalidade não pode ser lembrada há cada 50 anos e sim, todos os dias. Com certeza 90% da população brasileira não sabe de cabeça os tempos que marcaram nossa política, nossas vidas. As pessoas vivem o momento e se esquecem que o momento é sempre consequência de fatos predecessores.
Para refrescar a cuca, breve documentário que o PDT fez sobre a legalidade:
domingo, 21 de agosto de 2011
Até tu, Correio?
Matéria sobre Reynaldo Gianecchini no Correio do Povo. Palavras repetidas em destaque e um comentariozinho em vermelho.
Link aqui.
Link aqui.
Médicos estancam sangramento em Gianecchini
Por conta da saúde ainda frágil, quimioterapia do ator precisou ser adiada
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Gafes G1
Alguém me explica a frase em negrito no meio da matéria, porque isso só pode ter sido um erro a la ctrl+c/ctrl+v. Em destaque as palavras repetidas que poderiam ser facilmente substituídas por sinônimos. Link da notícia: aqui.
Zagallo é assaltado na Zona Sul do Rio, diz polícia
Criminosos desistiram de levar carro ao reconhecer o ex-treinador.
Eles levaram um cordão, uma carteira e pertences do filho de Zagallo.
O ex-técnico da Seleção Brasileira Mario Jorge Lobo Zagallo foi assaltado na madrugada desta terça-feira (16) em uma rua de Botafogo, na Zona Sul do Rio. Segundo as primeiras informações da Polícia Civil, Zagallo estava com o filho e a esposa em seu carro e foi abordado por criminosos na Rua Ministro Raul Fernandes, por volta das 2h.
Ainda segundo a polícia, Zagallo contou à polícia que seu carro foi fechado por outro veículo com aproximadamente quatro suspeitos. Segundo o ex-técnico, dois assaltantes desceram do carro e anunciaram o assalto, um deles com uma pistola.
A delegada-adjunta Daniela Terra, da 10ª DP (Botafogo), onde o caso foi registrado, informou que os criminosos tinham como objetivo roubar o carro. Mas, depois de Zagallo ser reconhecido, o grupo desistiu de levar o veículo. Os suspeitos roubaram um cordão de ouro e a carteira do ex-treinador. Alguns pertences do filho de Zagallo também foram levados.
A ocorrência foi registrada no início da manhã desta terça-feira (16). De acordo com a Polícia Civil, as imagens das câmeras de trânsito e de prédios da região serão solicitadas para que os assaltantes sejam identificados.
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Simbologia em espiral
A espiral não é apenas um método matemático para representar números primos. Na verdade, são várias as teorias que circulam por aí, cuja espiral é uma representação gráfica. Baseado nessas hipóteses Junji Ito, um dos mais conhecidos autores japoneses de mangás seinen (terror), criou Uzumaki. A história mistura teoria do caos, espiral do silêncio e muita imaginação num tradicional conto de terror oriental.
É preciso abrir um parêntese aqui, a diferença entre o horror ocidental e o japonês é fundamental para se entender a trama. No ocidentalismo existe a necessidade de uma explicação, uma lógica para o que está acontecendo, diferentemente da arte sobrenatural oriental onde a teatralidade permanece, a busca é pelo surrealismo inexplicável. Tanto que nesta cultura os monstros não têm um padrão, se desenvolvem conforme os fatos. E, ás vezes, nem mesmo existem.
É essa complexidade que Uzumaki traz para falar sobre uma cidade amaldiçoada pela ignorância e o silêncio. Há uma moral no mangá, mesmo que sua lógica seja confusa. Sua missão é falar dos vícios e medos da sociedade. Kirie Goshima é uma colegial normal que vive na costa do Japão, em Kurozu-cho. Shuichi Saito, namorado de Kirie, começa a sentir que coisas estranhas estão por vir. Então, como uma onda que molha a praia, a espiral engole a pequena cidade. Mudanças repentinas, porém fundamentadas, começam a abalar os céticos moradores de Hurozu-cho.
É quase um Ensaio Sobre a Cegueira, com mais viagens e menos realista. Em parte pelo tempo, que transcorre muito rápido. E também porque se dedica em deixar as respostas nas entrelinhas. Confesso que demorei a captar certas coisas, como a dependência que criamos em torno de um lugar, enfatizada por Ito.
Não é um mangá extenso, são apenas três volumes que se dividem em 20 capítulos. A narrativa é viciante e dá gosto, principalmente para os fãs do gênero. O final pode ser um pouco decepcionante, pois não desenvolve a causa da maldição. Lançado em 1998, seu sucesso foi tão imediato que ganhou uma versão em filme dirigida por Higuchinsky e estreada dois anos mais tarde. No Brasil, a publicação foi realizada pela Conrad em 2007.
sábado, 13 de agosto de 2011
ClicRBS e as gafes
Faz tempo que não tenho seguido as mídias nesse blog, em parte por preguiça e também por estar desempregada e não querer ofender as empresas em que eu gostaria de trabalhar. Mas esse texto não pode passar desapercebido. Acabado de entrar no ClicRBS e vejo a notícia chocante de que o Andrezinho do Inter quer ir para o Fluminense. Porém não foi isso que me chocou.
Segue reprodução da notícia abaixo, como comentários em vermelho para assustar o leitor. Além disso marquei a maioria das palavras fortes repetidas. A conclusão que eu chego é que as pessoas que escrevem desconhecem os sinônimos. Aqui está o link do original, caso achem que eu estou mentindo: Direção dá resposta a pedido de Andrezinho
Segue reprodução da notícia abaixo, como comentários em vermelho para assustar o leitor. Além disso marquei a maioria das palavras fortes repetidas. A conclusão que eu chego é que as pessoas que escrevem desconhecem os sinônimos. Aqui está o link do original, caso achem que eu estou mentindo: Direção dá resposta a pedido de Andrezinho
13/08/2011 | 14h27min
Direção dá resposta forte a pedido de Andrezinho: "Uma insubordinação inaceitável"
Anápio e Fernandão afirmaram que o meia não sairá de graça do Beira-Rio
É com muita surpresa que o Inter recebeu o pedido de dispensa do meia Andrezinho na manhã deste sábado. De acordo com a assessoria de imprensa do clube, o jogador está fora da lista de jogadores que viaja para a Bahia, embora tenha trabalhado normalmente na manhã deste sábado, no Beira-Rio.
De acordo com o vice de futebol Luís Anápio Gomes, a atitude do jogador "é inaceitável e não será tolerada". (Essa informação já estava no título e poderia ser colocada de outra forma. Aliás a frase toda poderia ser refeita: "Atitude do jogador causou alvoroço na diretoria do clube e vice de futebol, Luís Anápio Gomes, descartou a possibilidade." Fala sério, existem outras palavras para inaceitável, como inadmissível.)
— Recebemos esse pedido com muita surpresa. Consideramos uma insubordinação inaceitável e não vamos aceitar isso de jeito nenhum — disse. (Redundância da redundância. Com essa frase chego a conclusão de que o repórter que redigiu o texto recebeu um press release do Inter e o colou na página do site exatamente como estava, sem nem checar o português.)
Mostrando uma clara insatisfação (como que o repórter sabe que a insatisfação é clara? Não seria esse julgamento falta de ética?) com a atitude (Poderia ser trocado por ação do jogador) do jogador, Anápio deixou claro que o Inter não abrirá mão de Andrezinho por empréstimo. A informação inicial é a de que, após o treino, o jogador teria dito que existe a possibilidade de uma transferência para outro clube. O principal clube interessado em Andrezinho seria o Fluminense. (Suposições... Checar que é bom?!)
— Não vamos premiar a insubordinação. É bastante estranho e fica claro que tem algo por trás, provavelmente alguma equipe interessada. Mas não vamos ceder o Andrezinho. Se quiserem o jogador, vamos ter que nos pagar o valor adequado. Não vamos reforçar nenhum adversário — disse.
Por fim, Anápio admitiu que o clima para a permanência de Andrezinho no Beira-Rio fica prejudicado:
— Com certeza a permanência dele se complica. Mas ele não vai sair de graça. (Repetindo a informação... Desperdício de caracteres.)
Fernandão lamenta decisão do jogadorO diretor técnico do Inter, Fernandão, lamentou o comunicado feito por Andrezinho três horas antes da viagem do time a Salvador, onde amanhã o Colorado encara o Bahia pela 16ª rodada do Brasileirão, às 18h30min. Fernandão disse que tentou convencê-lo a mudar de ideia e viajar, reverenciando o respeito que o jogador sempre teve da imprensa, além do carinho da torcida.
— É uma situação particular. Chegou um momento em que ele não teve mais paciência de sempre ter sido sacado, mas isso é uma questão de técnico para técnico, e cada um faz suas escolhas pelo o que entende ser o melhor. É uma decisão bem pensada e não de cabeça quente, pois ele teve três dias para pensar a situação — opinou Fernandão.
Confira os jogadores concentrados para a partida válida pela 16ª rodada do Brasileirão:
Goleiros: Muriel e Renan;
Zagueiros: Índio, Bolívar e Marquinhos Lopes;
Laterais: Nei e Zé Mário;
Volantes: Élton, Wilson Matias, Tinga e Glaydson;
Meias: Ricardo Goulart, Marquinhos e Joâo Paulo;
Atacantes: Jô, Leandro Damião, Dellatorre e Lucas Roggia.
CLICESPORTES E RÁDIO GAÚCHADe acordo com o vice de futebol Luís Anápio Gomes, a atitude do jogador "é inaceitável e não será tolerada". (Essa informação já estava no título e poderia ser colocada de outra forma. Aliás a frase toda poderia ser refeita: "Atitude do jogador causou alvoroço na diretoria do clube e vice de futebol, Luís Anápio Gomes, descartou a possibilidade." Fala sério, existem outras palavras para inaceitável, como inadmissível.)
— Recebemos esse pedido com muita surpresa. Consideramos uma insubordinação inaceitável e não vamos aceitar isso de jeito nenhum — disse. (Redundância da redundância. Com essa frase chego a conclusão de que o repórter que redigiu o texto recebeu um press release do Inter e o colou na página do site exatamente como estava, sem nem checar o português.)
Mostrando uma clara insatisfação (como que o repórter sabe que a insatisfação é clara? Não seria esse julgamento falta de ética?) com a atitude (Poderia ser trocado por ação do jogador) do jogador, Anápio deixou claro que o Inter não abrirá mão de Andrezinho por empréstimo. A informação inicial é a de que, após o treino, o jogador teria dito que existe a possibilidade de uma transferência para outro clube. O principal clube interessado em Andrezinho seria o Fluminense. (Suposições... Checar que é bom?!)
— Não vamos premiar a insubordinação. É bastante estranho e fica claro que tem algo por trás, provavelmente alguma equipe interessada. Mas não vamos ceder o Andrezinho. Se quiserem o jogador, vamos ter que nos pagar o valor adequado. Não vamos reforçar nenhum adversário — disse.
Por fim, Anápio admitiu que o clima para a permanência de Andrezinho no Beira-Rio fica prejudicado:
— Com certeza a permanência dele se complica. Mas ele não vai sair de graça. (Repetindo a informação... Desperdício de caracteres.)
Fernandão lamenta decisão do jogadorO diretor técnico do Inter, Fernandão, lamentou o comunicado feito por Andrezinho três horas antes da viagem do time a Salvador, onde amanhã o Colorado encara o Bahia pela 16ª rodada do Brasileirão, às 18h30min. Fernandão disse que tentou convencê-lo a mudar de ideia e viajar, reverenciando o respeito que o jogador sempre teve da imprensa, além do carinho da torcida.
— É uma situação particular. Chegou um momento em que ele não teve mais paciência de sempre ter sido sacado, mas isso é uma questão de técnico para técnico, e cada um faz suas escolhas pelo o que entende ser o melhor. É uma decisão bem pensada e não de cabeça quente, pois ele teve três dias para pensar a situação — opinou Fernandão.
Confira os jogadores concentrados para a partida válida pela 16ª rodada do Brasileirão:
Goleiros: Muriel e Renan;
Zagueiros: Índio, Bolívar e Marquinhos Lopes;
Laterais: Nei e Zé Mário;
Volantes: Élton, Wilson Matias, Tinga e Glaydson;
Meias: Ricardo Goulart, Marquinhos e Joâo Paulo;
Atacantes: Jô, Leandro Damião, Dellatorre e Lucas Roggia.
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