sexta-feira, 6 de julho de 2012

Só que ao contrário


Já imaginou montar um negócio antagônico ao mercado? Estar em um ramo, mas ser, ao mesmo tempo, contrário aos ideais deste? Pois é exatamente isso que faz a Não Editora. Da cabeça de seis não editores e oito não autores, esse negócio surgiu com o objetivo de não ser apenas uma crítica ao mercado editorial, mas também de trazer à tona um novo modelo de fazer literatura.


Com um manifesto que mais parece uma carta de amor cheia de eufemismos, a empresa funciona online e dispõe obras gratuitas para download. Para os que quiserem ir além do gatilho, há também uma loja virtual. O que impressiona no excelente trabalho é a riqueza de detalhes: ao clicar em um livro do catálogo nos é oferecido mais do que somente o preço. Resenhas elaboradas, visualização em alta de capa e contracapa, resumo e assim vai. Chega a dar água na boca e sede de leitura.

Para quem pensava que vender livros era negócio antigo e burocrático, esse grupo surgiu para provar o contrário. Quando entramos no site, o clima de sala de estar dos anos 50 nos toma de jeito. O cachimbo que cunha o nome da empresa nos remete aos tempos em que segurar um livro era possuir o tesouro do conhecimento, um contrate com a proposta digital.

Como eles mesmos propõem na página, “Assim como a tela é a manifestação do pintor, que contém os seus pensamentos e contestações, o livro deve ser um meio para os escritores e suas obras. Por isso, valorizamos o design de nossos livros, fazendo com que eles reflitam a qualidade do texto que estamos oferecendo aos leitores. Queremos que o nosso público não tenha vergonha de assumir que julga o livro pela capa. E por que não?”.

Vale a pena conferir e se deixar contaminar por essa não inventividade.

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