segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Curso debate comportamento da mídia brasileira

Promovido pelo Grupo de Pesquisa, Comunicação, Economia Política e Sociedade (CEPOS) o curso “Mídia, Controle e Democracia” contou com seis encontros durante a semana passada. Com objetivo de introduzir uma análise crítica dos meios midiáticos brasileiros ao público, o evento trouxe grandes nomes da Comunicação Social para ministrar aulas abordando tópicos pré-selecionados.

Para os que não puderam comparecer nas palestras, uma equipe de estudantes e professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) transmitiu via internet todo o evento usando um sistema on-line chamado UStream TV. A organização também disponibilizou um endereço no MSN para que todos os espectadores virtuais pudessem dar sua opinião a respeito do assunto e fazer perguntas aos palestrantes. Um coletivo de Teresina, no Piauí, acompanhou o evento dessa forma.

Laurindo Leal Filho, professor da Universidade de São Paulo (USP), e Valério Cruz Brittos, professor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), comandaram a abertura do curso com um debate perspicaz abordando o tema “Comunicação, Capitalismo e Políticas Públicas”. As cinco aulas que ocorreram de segunda à sexta-feira, foram sediadas no auditório do Sindicado dos Técnicos do Tesouro do Estado do Rio Grande do Sul (Afocefe), centro de Porto Alegre.

Laurindo Leal mal obteve a palavra e já discursou sobre os males que a imprensa brasileira vem causando. Segundo ele, o povo é manipulado pelas grandes redes de televisão, onde a indústria discute todo tipo de assunto, exceto ela mesma. “A mídia diz que estamos na sociedade da informação, informação do que? Estamos na sociedade da fome”, afirma o professor ao tratar do assunto. Em suas palavras, é a mídia quem cria novas necessidades para a permanência do capitalismo atual. E ele explica parafraseando Karl Marx: “Estamos em uma crise capitalista. O pensamento da classe dominante se torna dominante”.

Após o simpósio, muitas perguntas foram estimulando ainda mais o debate. A associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço - RS) marcou presença contestando a falta de interesse dos governos em investir na comunicação como comunhão, processo democrático. Entre os espectadores, a presidente do Conselho Regional de Psicologia, Ivarlete Guimarães de França aproveitou a deixa para relembrar o movimento nacional, “Abaixo a Baixaria na Televisão”, e questionar as novelas atuais.

Outros docentes da área ministraram tópicos em torno assunto em voga. Para fechar o curso, uma atividade especial, realizada no sábado (1), na Sede Campestre da Afocefe, tratou da recente fusão da Brasil Telecom com a Oi, da legislação da comunicação do Brasil e o andamento dos processos jurídicos de concessão de outorga das rádios comunitárias no Rio Grande do Sul.


Sites:
http://www.crp07.org.br/index.php - Conselho Regional de Psicologia
http://www.proconferencia.com.br/ - Movimento Pró-Conferência Nacional de Comunicação
http://mocambiquebrasil.blogspot.com/ - Observatório da Digitalização, Democracia e Diversidade (DDD)

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