Aperta daqui, aperta dali. Sempre cabe mais um. Andar de ônibus, entrar numa fila, circular por um centro comercial é algo que não se pode fazer no Brasil sem sentir um único contato humano. Essa é uma prática típica. Causa constrangimentos, mãos bobas, desentendimentos. Nos turistas provoca reações adversas. É oito ou oitenta, ou amam o calor humano brasileiro, ou repudiam nosso famoso hábito de dividir espaços fisicamente impossíveis.
Os mais bem afortunados fogem a todo custo da situação. Andam de carro, evitam filas e não cultivam o hábito de frequentar locais populares. Já o pobre é bicho curioso. Apesar de reclamar do choque de peles é forte praticante. Talvez não por querer, mas por mera falta de opção.
Mesmo assim, sempre tem aqueles que aproveitam para tirar a sua casquinha. Ou os que não se importam e ainda por cima acham que a pessoa do lado não deveria se importar também. Tem os que reclamam, porém não escutam o que dizem dos outros e seguem os mesmos passos. É uma larga gama de pessoas praticantes desse “quase” estilo de vida.
Há muitas maneiras de se lidar com isso. Uns falam na cara. Outros vão se esgueirando sorrateiramente, cena de dar inveja em qualquer bichano experiente. Tem os que dão aquela arranhada discreta na garganta para ver se a população em questão se dá conta do incômodo causado. E, é claro, tem os maldosos, que pisam no pé de quem vier.
Na Europa tais acontecimentos podem transcorrer em ocorrência policial. Também, os amigos do continente distante não são fãs de abraços e três beijinhos. Bem pelo contrário. Para eles, nada melhor que a clássica distância de um palmo.
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