terça-feira, 10 de dezembro de 2013

2013 revisitado

Lista de 2013 e vejamos o que eu cumpri:

1- Postar nesse blog diariamente, começando AGORA!
2- Perder mais uns quilinhos haha
3- Voltar a acreditar no amor ♥
4- Conhecer Cáceres. Sim, tenho uma coisa com esse lugar :P
5- Passar na seleção de doutorado (vai ser no fim do ano, mas vamos que vamos)
6- Trabalhar mais :D
7- Realizar o sonho da casa própria
8- Correr uma maratona \o/
9- Entrar no Beira-Rio e ver o primeiro jogo da minha vida
10- Ser feliz, porque é importante sempre!

Gente, estou bem! Consegui cumprir três coisas de 10 hahaha, ótimo, só que não.
Que venha 2014 e suas 10 prioridades (não necessariamente na ordem):

1- Postar nesse blog diariamente, começando AGORA!
2- Viver mais, me divertir mais, sair mais... PIRAR!
3- Nunca mais acreditar no amor!
4- Conhecer o Uruguai, a Espanha, os EUA, o fim do mundo e um pouco mais :)
5- Passar na seleção de doutorado, de preferência bem longe de Porto Alegre
6- Sair de OVO Alegre pra não voltar
7- Tirar visto americano \o/
8- Comprar uma bike
9- Entrar no Beira-Rio e ver o primeiro jogo da minha vida (já tem data, 06/04/13)
10- Aprender espanhol



quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Dream is destiny

Life is yours to creat, ou na tradução, a vida é sua para criar. Essa, e tantas outras frases brilhantes, eu tirei do filme Walking Life (2001). Não tem uma história, porém tem linearidade. A obra retrata o universo de sonhos vividos por um rapaz. O estilo não é comum, lembra animação (parece impressionismo), pois foi editado com uma técnica chamada rotoscópio, arte de desenhar sobre a película.
 é o responsável pelo texto e direção do filme. O nome e a técnica soam familiar? É porque em 2006, Linklater fez outro longa no mesmo estilo, O Homem Duplo, com o ator Keanu Reeves. Sabe aquela narrativa que você termina e repensa toda a sua vida? Walking Life é isso. Não tem explicação, só assistindo para compreender o poder que as palavras podem ter.

 

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Ela e ele

Uma brisa agradável deslocou uma mecha de cabelo dela para frente dos olhos. Em um movimento rápido ela devolveu os fios ao conjunto, descortinando a visão. Os olhos se encontraram de soslaio. Um sorriso iluminou o rosto dela. Ele seguiu sério e sisudo.
Um turbilhão de pensamentos invadiu a mente dele. Ela se sentiu traída e corou de raiva. Ele, obviamente, nem percebeu. Estava resistindo aos sentimentos que brotavam mais que as gotículas de suor na sua testa. Tão juntos e tão distantes...
A raiva se dissipou e ela pousou sua mão sobre a dele. Estava fria, "como seu coração", pensou. A mão dele esquivou-se lentamente, como quem quer e não quer viver o que sente. "Não seja bobo", disse ela num rompante.
A noite era quente, mas não tanto quanto o dia havia sido. As estrelas brilhavam opacas e distantes. Nenhum carro na rua. Mais uma vez os olhos se encontraram. As bocas se aproximaram. Um roubava o ar morno do outro. Os corações descompassados batiam alto. Os lábios se encostaram gentilmente causando uma onda de alívio nela.
Ele virou o rosto bruscamente.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Sobre Grenal, futebol e amor

Nunca fui apaixonada pelo futebol (graças a deus e a minha mãe que me criou para ser um ser humano decente). Não tenho nada contra quem "ama" o esporte e dedica sua vida a ele. Porém com os eventos da última semana me sinto obrigada a desabafar sobre o assunto.

Recentemente namorei um fanático. Sim, eu. Sempre fui contra qualquer tipo de fanatismo, contudo nem as convicções, nem a vivência na hostilidade israelense me impediram de cometer essa burrice. É incrível ver como as pessoas são doentes por determinados temas. O futebol é um dos piores. Os sintomas incluem agressões das mais variadas espécies.

Aliás, o fim do envolvimento com o rapaz se deu por causa de um time de futebol. Não pela rivalidade entre nós, que praticávamos o clássico Grenal em casa, mas sim por eu me sentir obrigada a competir com o maldito time. Afinal, uma bola rolando na grama e um monte de homem suado gritando com outros montes de homens suados deve ser realmente mais empolgante que o amor de alguém. 

A situação de confusão mental em que eu estou só piora, pois Porto Alegre é palco de uma guerra midiática sobre violência nos estádios e chegamos ao ponto de ter jogos com torcida única, para evitar confrontos. Sempre achei que o circo (de pão e circo) existisse para nos divertir/distrair e não para nos consumar. Não consigo entender as pessoas que choram por seus times como se chorassem por outro ser humano. Não me entra na cabeça que muitos vão para uma partida de futebol tendo em mente a violência e não a confraternização.

Quando numa briga tórrida surgiu a questão: "ou ele ou eu", veio a tona a resposta: Grêmio. Fiquei perplexa. Não que eu não quisesse que ele tivesse seus hobbies, só que nunca imaginei que ele realmente fosse achar o time mais importante do que "seja lá deus o que a gente tinha". Fora toda a função em que eu me submetia a agendar tudo sempre de acordo com o calendário dos campeonatos em voga.

Pensando em um exemplo tão próximo e ao mesmo tempo tão distante - porque eu finalmente me dei o respeito e decidi seguir a vida mais leve - eu gostaria que todos amassem mais, sabe? Eu fico divagando, às vezes a gente se dedica mais a uma coisa do que a alguém. E isso é triste, já que as coisas não podem nos devolver o que investimos de sentimento nelas. Podemos nos confortar num jogo, num pote de sorvete, num episódio de seriado, mas isso nunca vão se equivaler a um carinho de verdade. Eu tenho pena de quem pensa o contrário.

Espero que essa história toda de violência nos esportes nos sirva de lição para levar as coisas mais na esportiva e menos a sério. Ninguém precisa morrer ou entrar em depressão quando seu time perde ou porque não pôde ver aquele golaço. Existe vida além disso.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Impressões sobre uma Buenos Aires europeia

Desci do avião. Dia turvo, literalmente. A capital argentina não poderia me surpreender mais: o clima europeu, a cidade recheada de teatros e cafés, os sebos... Ah, os sebos. Tive que abrir mão do gauchismo e me deixar levar pelos hermanos. Incrível como somos vizinhos de um povo tão peculiar, culto e diferente da gente e ainda assim insistimos em denegri-los!

Buenos Aires não é uma cidade perfeita. Seu centro é sujo, caótico e os mendigos se multiplicam a cada esquina. Mas os cheiros de frituras, café e baunilha dominam as artérias urbanas que cortam pequenos bairros. As construções antigas dividem espaço com monstros de aço e vidro tornando a paisagem ainda mais encantadora. Puerto Madero é um mundo a parte. A névoa grossa que se põe sobre o La Plata no inverno dá um ar de mistério ao lugar.

Até as pombas são diferentes! Mais robustas, mais petulantes também. Há uma umidade incessante que não estraga o passeio, pois todos os lugares, todos mesmo, têm calefação. É um bota e tira casaco. Cidade plana de fácil exploração, Buenos Aires é uma mini Paris, Lisboa, Londres, Madri... São tantas as culturas que ali se chocam que muitas vezes já não se sabe mais que língua se escuta e com qual responder.

Os hermanos? Extremamente hospitaleiros e sorridentes. Tudo bem, a economia deles não permite que eles recusem turistas, mas não é só isso. As pessoas te atendem com prazer, te agradam e são solícitas. Não da vontade de ir embora.

Os museus têm entrada gratuita e poucas linhas amarelas. As obras são interativas e convidam o público para uma nova jornada pela arte, tanto moderna como também contemporânea. Nos teatros, filas imensas. Espetáculos para todos os gostos e estilos, famosos ou não. As vitrines dos cafés exibem o poder do imaginário do dulce de leche desafiando qualquer dieta.

Ir par lá é mais do que viajar. É inserir-se em um ambiente rico e se deixar contaminar pelo novo e pelo velho também. A visita vale cada centavo.


Mais fotos aqui.


sexta-feira, 14 de junho de 2013

Media stalkeando: Protestos pelo Brasil


Então, semana complicada no país. Pessoas nas ruas, polícia armada, prédios quebrados, bombas e a revolta por todos os lados. O que está acontecendo não é inexplicável, muito menos ilógico como muitos vem gritando pelas redes sociais. Tem fundamento, aliás é embasadíssimo. Finalmente podemos dizer que o Brasil encerrou sua época de medo das autoridades pós ditadura. Um momento bom e de dignidade do país. Demorou, algumas gerações se perderam no tempo, mas agora surge uma nova era de um novo povo que não vai se calar diante das barbáries de qualquer poder que seja imposto.
No entanto, é uma pena que essa voz que antes se calava, hoje não grita, dá murros. A violência foi o único meio encontrado por esses jovens como linguagem e moeda de troca. A pergunta que não quer calar e que divide a população é quem é o culpado. A resposta é simples: ninguém e todo mundo ao mesmo tempo.
As cicatrizes que a ditadura deixou nos brasileiros nos afetou emocional e politicamente por muitos anos. Nos tornamos incapazes de manifestar e exigir nossos direitos, viramos o povo do "jeitinho", afinal é mais fácil contornar obstáculos do que tentar vencê-los.
Além disso, as crescentes ondas de corrupção, vindas de todos os partidos possíveis (e até dos impossíveis), tiraram a esperança dos outros poucos que ainda acreditavam num Brasil do povo. O problema de decepcionar e pisar nos civis é que chega um ponto que ninguém aguenta. Nosso país já vivia uma tensão desde o final de 2012 e início de 2013, quando a primavera árabe começou a fazer efeito nos nossos ouvidos. Se eles podem, por que nós não podemos?
A panela de pressão explodiu. Era inevitável. As pessoas que estão nas ruas não são só estudantes, só protestantes, só jornalistas, só gente de esquerda. TODOS estão opinando, todos estão envolvidos. Por mais divida que esteja a população, ela engajou-se. Não tem mais volta, recuperamos nossa autoestima.
Agora só precisamos aprender que a violência não é o caminho. E quem mais precisa aprender com isso é a nossa mídia que, atordoada com a enxurrada de informações, está tomando partido e disseminando a opinião de bárbaros.
Qual é a função do jornalismo se não comunicar o mais objetiva e imparcialmente possível? Por que os grupos e veículos de imprensa fazem isso? Claro que por interesse próprio, para proteger e prestigiar grandes anunciantes, é uma estratégia de sobrevivência acima de tudo. Só que, as redes sociais impossibilitaram esse comportamento. Agora, quanto mais mentem, mais sabemos que estão mentindo, e mais rápido. A velocidade com a qual se disseminam as coisas é incontrolável.
O povo hoje lembra dos paus de arara, porém a mídia não. Nós, pessoas comuns lembramos da censura e a repudiamos. Nós jornalistas, praticamos autocensura. Outra coisa interessante que surgiu disso foi a reação da polícia: extremamente independente e autoritária, tão violenta quanto os protestantes que ela mesma critica.

Confira abaixo alguns links de diferentes meios com linhas ideológicas distintas e tire suas próprias conclusões.

Sul 21 - Manifestação em Porto Alegre termina em cerco, violência e prisões
G1 - Quatro continuam detidos após protesto desta quinta-feira em SP
The New York Times - Bus-Fare Protests Hit Brazil’s Two Biggest Cities
NBC - Protesters embrace to protect each other from tear gas as Brazil bus fare demo turns ugly

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Não é sobre nudez!

Não sou contra a Marcha das Vadias. Também não apoio o movimento. Me calo diante dele, na verdade. É algo que me assusta, não por suas palavras ou atos sem pudor. Não pelo fato de que mulheres saem peladas pelas ruas invocando palavras de ódio ao machismo. Mas sim porque estamos em pleno século XXI e as mulheres (de países livres como o Brasil)  ainda precisam tirar as roupas e riscar seus corpos para chamar a atenção às causas que já deveriam ser comuns na nossa sociedade.

Me entristece ver que nós precisamos mais do que gritar, precisamos nos expor. Expor nossos corpos ao julgamento público para que ouçam que somos desrespeitadas, violentadas e ignoradas constantemente. Vi várias meninas com cartazes dizendo: "o corpo é meu, me respeite". Como que, hoje em dia, ainda é necessário gritar isso nas ruas? Já não deveria ser senso comum que cada um é cada um e decide sobre si mesmo?

A coisa chega a um ponto tão maluco que o protesto é espaço de defesa do próprio protesto. No palco onde as atrizes deviam, com suas vozes, ganhar o público, elas se despem do pudor, no entanto sempre justificando essa escolha. A imagem do cartaz diz tudo, é preciso justificar que não é uma marcha sobre sexo ou nudez, mas sobre a violência.

Ser mulher é difícil por inúmeros motivos que nem convém trazer a tona novamente. Já começa pela imagem ao lado. O disque-denúncia, um número gigantesco, indecorável, indecifrável... Por que não podemos simplesmente digitar 190 e dizer que estamos em perigo? Por que ainda temos uma ineficiência na única lei que nos protege? Por que tenho que queimar meu sutiã em praça pública para provar que não sou objeto de ninguém e que mereço ter controle sobre mim?



segunda-feira, 20 de maio de 2013

Coisas que Porto Alegre tentou falar no teatro

Quando diversas linguagens se misturam ou ultrapassam suas plataformas para alcançar outras é que vemos como a humanidade fez avanços gigantescos nos últimos anos. Mas nem sempre as combinações dão certo.

O que ultrapassa fronteiras deve ser mais que bem planejado. Esse final de semana vi uma triste tentativa desse cruzamento. A apresentação do famoso grupo Coisas que Porto Alegre Fala (#CQPF, nas redes sociais) no teatro, ao meu ver, foi o começo do seu próprio fim.

Famosos pelos vídeos curtos no Youtube, o grupo conquistou mais de 3 milhões de fãs em menos de 1 ano. A brincadeira consistia em usar o bairrismo gaúcho para tratar de questões polêmicas em Porto Alegre, sempre com muito bom humor. No entanto, sair das telas para as cortinas não deu certo. Em única apresentação, eles fizeram excelente divulgação (primeiro erro), tornando as expectativas do público além do que (eu acho) eles mesmo esperavam.

No auditório Araújo Viana, recém reformado e lotadíssimo, eles pecaram em vários aspectos, a começar pela falta de uma história com início, meio e fim e, para terminar, com o uso de piadas tão antigas que o público (na maioria jovens) não conseguiu captar.

Incrível como a internet facilitou a disseminação de certas coisas, principalmente no campo do humor. Mas, mais incrível ainda, é como as piadas tem validade curta nessa nova era. O público foi desanimando junto com os atores ao longo da peça. O que poderia ter sido uma série de esquetes geniais, se tornou 50 minutos de um bate-papo estranho, torpe pelo uso constante de palavrões e enfadonho. O final foi tão esquisito que as pessoas não sabiam o que fazer, simplesmente ficaram esperando por mais e, ao sair, viravam-se para o palco na esperança de um boom, uma virada fantástica.

Por instantes fiquei na dúvida se a culpa era deles ou nossa, pois (eu, pelo menos) esperávamos uma transgressão do que já tínhamos visto nos vídeos. Pensando bem, cheguei a conclusão que uma história, que se passa no presente, que tem como um dos fatores principais uma fita VHS que vem do futuro, não poderia MESMO ser um sucesso.

Decepcionada com os 35 reais que gastei para cantar Amigo Punk e descobrir que Porto Alegre já foi cenário de um carro chamado Miura (?), só me restou esse desabafo. Quando achamos que jovens, com ferramentas modernas e linguagem jovem podem inovar é quando mais nos enganamos.

terça-feira, 19 de março de 2013

Clap Clap CQC

Jornalistas em geral adoram falar mal da mídia, de como ela é massiva e derrete o cérebro da população. Principalmente os integrantes de tais mídias. Não que todos os programas e veículos prestem, mas vez que outra alguém acerta na pauta e tem sucesso na cobertura.
Um exemplo disso é o Custe o Que Custar (CQC), da Band. Polêmico até a alma por misturar jornalismo e humor (junção não muito bem vista na academia - por isso que eu estudo isso), o programa sabe usar técnicas jornalísticas que muitos profissionais com anos de estudo e doutorado desconhecem.
Acho fantástica a apresentação e o enquadramento (conferir Traquina e Goffman) que eles aplicam aos episódios. Criticar não é pra todo mundo. Ainda mais quando o público em questão não é A e B, e sim C, D e E.
Há muitas coisas que podem desagradar no CQC, como arrogância e falta de respeito, ou até mesmo baixo nível. Porém a leitura que eles fazem da política brasileira é mais sincera que os noticiários considerados sérios.

 

quarta-feira, 13 de março de 2013

Voltei a acreditar...

Acreditar no amor em pleno século XXI é um lixo. Motivo: a morte do romantismo. A paixão vem com toda força arrancando as árvores na margem do córrego. E o amor se faz brotar no peito das pessoas. Mas o que fazer com ele?
Aí que está o problema. O maldito problema. As pessoas esqueceram, por vontade ou descuido, o que se faz do amor. O romantismo está morto e enterrado e não há esperanças. Homem que abre a porta do carro? Esqueça! Se você não falar para ele abrir, ele nunca o fará. E qual a graça em dar coordenadas no óbvio? Em traçar uma vida planejada e cheia de observações de como fazer e agir?
Não é questão de deixar rolar, pois o romantismo não é mais natural ao novo ser humano. Nos tornamos mais singulares e egoístas do que nunca. Cada um na sua tela, preocupado com o seu nível de satisfação. Agradar o outro virou pesquisa no Google. O fator surpresa se perdeu na ascensão do feminismo.
Muitas mulheres vão me desmoralizar por esse post. Não ligo. Sou romântica, sou passadista. Se acredito no amor, quero ele por completo. Quero ele sem sindicâncias. Quero amar e ser amada sem esperar demais, pois serei surpreendida a todo instante.
O romantismo não é apenas atos ou palavras. Ele está nas pequenas ações do cotidiano. É ele que faz os olhos brilharem por causa de uma mensagem boba no celular. É ele que anima um dia ruim no trabalho, que dá forças para que se supere barreiras. Não, não é o amor, porque o amor sozinho não basta a ninguém.
Se o amor por si só nos bastasse, não precisaríamos declará-lo nunca. O romantismo é que faz o amor ser especial e digno de ênfase.
Não falo tudo isso apenas por desilusão. Fico chocada que as pessoas não se elogiem, não se incentivem, não troquem carícias... Acho triste que, por qualquer que seja o motivo, isso foi enquadrado como errado, tanto para os homens, como também para nós, mulheres. Que mal tem em querer receber um agrado? Que mal tem em agradar?

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Charges By dEh nº 2

Lembram que eu postei uns desenhos, milênios atrás?
Então, sou brasileira e não desisto nunca! Voltei a desenhar... Sim, são horríveis... Sim, tenho preguiça de vetorizar... Sim, vai ficar assim, porque no tempo que eu tenho para fazer isso é o que dá pra ser feito.
Sejam felizes, ou não.

É só clicar na imagem para ampliar :)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Avaliação do Bike Poa

Sabe aquelas bicicletas brancas com cestinha laranja em pontos estratégicos de Porto Alegre? Então, resolvi experimentar o sistema. O resultado você confere aqui e agora:

Primeiro ponto a ser ressaltado: é preciso ser mais que alfabetizado para garantir uma voltinha de 60 minutos. Por quê? Ora, porque não há ninguém que te explique como funciona e as instruções são banais: "acesse o aplicativo e cadastre-se." Abri o site, baixei o App e não consegui me cadastrar de primeira. Na terceira tentativa, entendi como funcionava e finalmente fiz o cadastro. Depois, veio a parte do pagamento, mais um ponto excludente, é preciso ser portador de um cartão de CRÉDITO para usar a bagaça.
A parte do pagamento é ridícula, não te dá opção de desfazer a compra, muito menos um número para o qual ligar caso você decida não desfrutar do passeio. Sem querer, comprei duas vezes o crédito de 10 reais, que permite o uso por um mês. Tentei cancelar um deles em vão. Não sei se vai durar dois meses, ou se em um perderei os 20 reais. God knows. Complicadíssimo.
Feito isso, fui até um ponto, no BarraShopping para ser mais exata. Cheguei lá prevenida, levei o celular, afinal, já sabia que o mesmo seria necessário NOVAMENTE. Daí, liguei para o número de liberação, deu ocupado e caiu. E assim foi até a quarta tentativa. Finalmente liberei a bike. Uma hora para me divertir. Não aguentei, nos 45 do segundo tempo devolvi a bicicleta ao seu posto. Motivo: banco não para na posição e é MUITO duro. E não, não era só a minha que estava assim. Minha mãe foi junto e também não gostou muito.
Concluindo: óbvio que usarei novamente, não vou jogar os 10 reais (ou 20) fora. Mas tá longe de ser um sistema funcional e PÚBLICO, uma vez que só uma pessoa com celular, internet e cartão bancário pode utilizar. Eu realmente espero que eles mudem isso no futuro, inclusive para que os turistas possam usufruir também.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O livro

Era uma vez um livro. Ele vivia numa estante, cheia de outros livros similares. Esses livros eram felizes, ou achavam que eram. Mas o livro nunca tinha sido lido. Ele não dava importância para isso. Na verdade, tinha até medo. Uma vez pegaram ele, mas era só faxina. Outro dia, uma mão macia e delicada tocou sua capa, porém era curiosidade passageira, afinal sua capa não era convidativa.
O livro passava seus dias com os outros, brincando de empurrar e espremer.
Um dia o sol bateu no livro e desbotou o seu azul. Ele não entendeu porque aquilo o deixou triste, vazio. Depois disso, alguns de seus amigos começaram a sumir durante a noite. Eles nunca retornavam. Aos poucos, os espaços vazios foram se multiplicando, assim como a ansiedade do pequeno livro.
Numa manhã fria de inverno, o livro foi tomado pelo súbito conhecimento de sua solidão. Temeroso, se deixou levar para um lugar obscuro do móvel. As mãos vieram procurá-lo, ele não queria deixar-se conhecer. Ficou só, anos a fio.
O livro se esqueceu que era livro, perdeu a memória e já não sabia mais o seu conteúdo. Era infeliz e eterno. Suas beiradas se rasgaram, seu azul virou cinza e seu título desapareceu no pó. Desesperado, o livro decidiu suicidar-se e pulou do alto da estante. O baque foi seco e uma camada de sujeira embriagou o ar.
Horas se passaram e nada, ninguém. De repente, um toque rude e áspero ergueu o livro. A mão, que um dia foi delicada, agora enrugada, se deixou fascinar pelo novo cinza. Aberto, o livro iluminou aquele rosto, trazendo vitalidade. Ah, como era boa aquela história! Tanta informação importante, interessante e que podia mudar vidas. O livro não fazia ideia como era bom se abrir para o mundo e finalmente descobriu a felicidade.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Sobre o amor e o vício nas redes

Parei para pensar – raro nessa vida – o quão designada e destinada anda a minha rotina. A verdade é que me tornei previsível. Os culpados: Twitter, Facebook e Foursquare. Meus passos e sentimentos mais íntimos são bens comuns de todos que frequentam as minhas páginas na internet. Perdi meu fator surpresa, não sou mais cheia dos mistérios.

Nessa filosofada (farofada), eu me dei conta de que não sou só eu e o fulano. Mas todas as relações humanas. Não existem mais relações. Estamos todos conectados, sabemos da vida de todo mundo. Basta olhar o histórico do Twitter aqui, umas fotos ali no Flickr, uns gifs animados no Tumblr... As pessoas não conseguem mais estabelecer uma conversa, porque não há mais sobre o que falar.

A vida está em segundo plano. As redes vêm em primeiro lugar. É mais importante alimentar o feed do que viver. O check in (ou chequinha, como eu gosto de brincar) é fundamental para ser alguém, sinal de status.

Acordei hoje num choque de realidade. É férias e eu deveria estar por aí, escalando montanhas, saltando de paraquedas, acampando em contato com a natureza. Porém, não consigo desconectar. Passar um único dia longe de qualquer device com internet me dá uma ânsia, um medo absurdo. É o prelúdio do caos.

Como conhecer os outros se não preciso mais questionar? Se questiono a resposta é: "não viu meu post mais cedo?". Como viemos parar aqui? Ou melhor, por que viemos parar aqui? Será que é porque as relações foram desvalorizadas?

Aliás, o amor está em baixa. Amar não é o hype do momento. As pessoas consideram isso errado. Eu mesma vinha considerando o amor coisa de velho, ou pior ainda, de gente carente. Desde quando o amor é exclusivo de algo ou alguém? Fiquei intrigada, perguntei pro Google e nada.

Não sei o que houve no mundo nos últimos 10 anos. No entanto, estamos mudados, não nos entregamos mais às oportunidades. Não sabemos mais viver o momento. Sofremos de ansiedade e ficamos enlouquecidamente recarregando as páginas. A espera de um telefonema ou de uma mensagem não existe, pois inventaram o maldito cutuque no Facebook. Se me cutucas, eu te cutuco.

A solução? Excluir-se! Deletar as contas e soltar-se dos grilhões. O afastamento é a única cura. O problema é que todos estão plugados e sair desse mundo significa estar sozinho. Talvez seja duro no princípio, mas há mais na vida que notificações e salas de bate-papo. Que tal sair e ver o sol, sem um filtro do Instagram, hoje?