No fim da tarde desta última sexta-feira, a faculdade de letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) juntamente com o Programa de Educação Tutorial (PET) realizou o Encontro de Literatura e Música com a participação dos professores Luiz Antônio de Assis Brasil, Charles Kiefer e o músico, Thedy Correa.
O evento que seria realizado em uma sala de aula do prédio oito (letras) da PUCRS teve de ser transferido na última hora para o auditório do prédio 11 (psicologia) em função do grande número de inscritos, uma vez que o ingresso era gratuito. Com a presença de duas alunas do curso de letras como mediadoras, a mesa começou apresentando seus componentes.
O objetivo da discussão era encontrar a música na literatura e vice-versa, além da dificuldade da literatura povoar a música popular e da alienação dos jovens do século 21. A polêmica abriu espaço para que os convidados relatassem fatos marcantes de suas vidas. “Escrevi um livro quando criança, O Sótão Mágico”, confessou Thedy Correa, vocalista da banda Nenhum de Nós. Assis Brasil e Kiefer mencionaram suas habilidades musicais frustradas que os levaram a seguir o caminho da literatura.
Porém a maior preocupação do grupo bem humorado se manteve em torno da falta da oferenda de cultura às massas populares. “Quantos de você tem biblioteca em casa?”, Kiefer perguntou aos alunos e convidados presentes em tom sério ao ver que poucos levantaram a mão. O vocalista do Nenhum de Nós provou que apesar de jovem e inserido na “geração pop”, se importa e valoriza a difusão de uma literatura melhor na música. “Letra de música popular tem que ser simples”, afirmou ele exemplificando com a música Camila de sua banda, cujo tema é a violência e o abuso contra mulher.
Kiefer apontou que “a saída é através da educação”. O escritor de “Valsa Para Bruno Stein” se disse a favor do uso da internet para a difusão de cultura e apontou a mídia brasileira como um ponto crítico. Segundo ele, a inclusão da música clássica nos programas populares pode influenciar mentes jovens.
Todos os participantes concordaram com a questão de que o serviço público deve inserir cultura nas escolas, além da literatura estrangeira e da música. “Fechamos as portas para a literatura estrangeira”, disse Assis Brasil. Além dessas questões, a preocupação com grandes compositores que estão desaparecendo no tempo também surgiu na mesa de debates.
A platéia interagiu com a mesa criando discussão sobre a diferença entre poema e letra de música. Apesar da empolgação dos participantes o evento teve de ser apressado em função da hora. Depois da mesa de debates, Vitor Soni, um aluno de letras agraciou o público com histórias literárias e um violão provando que literatura e música caminham juntos.
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