terça-feira, 11 de maio de 2010
Associados do Clube dos Editores debatem futuro do livro
Hoje, dia 11 de maio, a EDIPUCRS sediou um encontro dos associados doClube dos Editores do Rio Grande do Sul (CE/RS) com o objetivo de debater o futuro dos livros eletrônicos e o crescente mercado digital. O evento ocorreu na PUCRS e contou com cerca de 20 editores gaúchos. Entre os participantes estavam o presidente da Câmara Rio-grandense do Livro, João Carneiro, e a presidente do CE/RS, Annete Baldi.
O diretor da editora, Jerônimo Braga, abriu o evento e introduziu a primeira palestra "E-books da EDIPUCRS", ministrada pelo coordenador do setor de Publicações Eletrônicas, professor Gilberto Keller. "Começamos sem saber direito o que era exatamente um e-book", enfatizou Keller ao exemplificar o trabalho da EDIPUCRS nesse meio, que começou oficialmente em 2007. O professor falou sobre a inovação, que apesar de estar presente na internet, ainda assusta algumas pessoas. "Todos desconfiam muito do e-book. A resistência foi grande, mas em 2009 o número de publicações eletrônicas superou o de impressas".
Atualmente a editora trabalha com toda a editoração do livro. Desde o recebimento do arquivo em editores de texto até a publicação. O uso de diversos códigos e programas não tem mais limite, algumas publicações são simples PDF's outras são complicados processos que envolvem Flash e HTML. Keller crê que o método de criação é parecido com o impresso, até o momento em que esse segue para gráfica. "O nosso custo, antes da publicação, é igual ou maior ao do impresso. O que difere é que no digital nós gastamos alguns megabytes só", brincou.
Dando continuidade as idéias de Keller, o Editor-chefe da EDIPUCRS, Jorge Campos comentou sobre a crise dos impressos na conferência "O livro na cultura digital". "De 2005 para cá, nós estamos enfrentando essa mudança para a cultura digital sem nenhum conflito", disse. Para explicar a afirmação, Campos citou Marshall Mc Luham (1911-1980) e Umberto Eco, dois formadores de opinião que previram essa transição midiática da comunicação mundial. "O livro em papel foi feito para o papel. Jogar ele puro na internet é um desrespeito à cognição de leitura", exclamou o professor. Segundo ele, a antecipação da pesquisa e a busca por novas tecnologias são fundamentais para evitar o retrocesso.
Em sua opinião, o conflito não é do livro impresso em si, mas sim da escrita. Ele acredita que com a disseminação de vídeos, a escrita e a leitura estão cada vez menos valorizadas. "O cérebro formata a leitura e se adéqua para interpretar a informação", disse. O professor comentou sobre o diálogo virtual, conceito que caracterizou como "virtuálogo", fato onde a comunicação se encontra, em maior, parte na internet e acaba por adaptar-se a esta. "Nunca a cultura foi tão repartida e compartilhada. As pessoas têm uma necessidade de informação impressionante", ponderou.
Finalizando o encontro, o representante da Fundação Dorina Nowill, Ricardo Soares, apresentou o formato Daisy, aplicativo de leitura para texto escrito e falado. Criado na Suécia há cinco anos, o Daisy surgiu para facilitar a leitura de deficientes visuais. "O programa permite que o cego consiga navegar, anotar, marcar e até mesmo salvar um trecho do texto", revelou Soares. Comandos por teclado fazem com que o texto seja lido ao internauta, com voz sintetizada onde a velocidade pode ser controlada pelo leitor.
"A qualidade do som para deficientes precisa ser alta, pois eles não têm memória visual. As siglas e abreviações são lidas por extenso pelo programa, assim como a pronuncia das palavras estrangeiras é feita de acordo com a original", diz Soares. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 15% da população mundial têm alguma deficiência física, dentre os quais 2,5% são completamente cegos. O coordenador garante que o formato já está causando uma revolução no mercado.
Matéria publicada no site da EDIPUCRS no link NOTÍCIAS
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