Das coisas mais absurdas que tenho visto acontecer em 2014, o Desafio do Balde de Gelo passou a ocupar o número um do meu top 10. Em época de seca, falta de água e escassez drástica de recursos naturais no Brasil, o método utilizado para levantar fundos para uma entidade norte-americana de portadores Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) não poderia ser mais irracional. A iniciativa é simples: você se filma levando um balde de água gelada (sim, isso mesmo), depois indica mais três amigões para encarar o desafio. A moral? Levantar fundos para os pacientes com ELA.
Eu até consigo entender a justificativa, eles se basearam na Corrente do Bem, e essa metodologia de ir de um para três é ótima. Mas aí você se pergunta sobre o tal do método da metodologia e eu te digo: o balde era o pior de todos. Ponto número um: no momento que esta imbecilidade viralizou, o efeito foi o contrário ao desejado pela entidade sem fins lucrativos, pois as pessoas aderiram pela visibilidade e não pela boa ação. Ponto número dois: 2014 tem sido um ano zicado e obviamente o evento envolveu fatos bizarros como, por exemplo, o criador da campanha morrer afogado. Ponto número três: os brasileiros das regiões afetadas pela estiagem, que já dura meses, se sentiram ofendidos pelo desperdício de água, e com razão, oras, água não é um recurso inesgotável. Ponto número quatro: as pessoas começam a exagerar quando se trata de aparecer na mídia e coisas como isto acontecem, "Desafio do balde de gelo dá errado e deixa bombeiros feridos nos EUA".
O que eu sugiro? Quer fazer uma boa ação? Faça! Independente dos outros, dos recursos, vá você mesmo até alguém com necessidade e resolva um problema que você pode resolver. Existem inúmeras organizações precisando de doações, não só financeiras. Se você contribuir para alguém/algo próximo de você, já estará compartilhando um mundo melhor.
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