quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Wim Wenders e a odisséia do futuro cinematográfico


O cineasta alemão, Ernst Wilhelm Wenders, ministrou o módulo “Cinema além das fronteiras” do programa Fronteiras do Pensamento Copesul Braskem 2008 em Porto Alegre nesta última segunda-feira, 18 de agosto. O encontro se passou no Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Wim Wenders, como é mais conhecido, se tornou ícone no cinema mundial por fazer filmes fora de seu país natal, durante suas viagens excêntricas. O tema da palestra foi a estréia do curta-metragem Teatro de Titãs, do cineasta baiano Fernando Belens.
Misturando mitologia e arte, o curta-documentário teve seu lançamento na Internet na madrugada do dia 19 de agosto. O filme revela os caminhos pelos quais passou o teatro do século XX e qual será seu destino no século XXI. Produzido na Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, nos palcos do Teatro Martins Gonçalves, o curta é um monólogo do teatrólogo espanhol Fernando Arrabal.
“Nasci em um país quase apagado e quando menino, logo percebi que alguma coisa estava errada. Então, senti curiosidade de conhecer outras culturas”, afirma Wenders. Foi assim que começou a rodar o mundo fazendo seus filmes. Natural da cidade de Düsseldorf nasceu no conturbado ano de 1945, no final da Segunda Guerra Mundial. Formou-se na Escola Superior de Cinema e Televisão de Munique. Além de diretor de cinema é também fotógrafo, professor universitário em uma escola de arte e presidente da Academia do Cinema Europeu desde 1996. Ficou conhecido em 1971, com o documentário O Medo do Goleiro Diante do Pênalti.
Em 1978, Wenders e o americano Raymond Nicholas Kienzle decidiram fazer um longa-metragem de ficcional com a aparição dos dois cineastas. Amigos de longa data, nem tiveram tempo de começarem as filmagens. Ray descobriu um câncer que estava em fase terminal, mas não cedeu à doença e decidiu fazer o último filme de sua vida. "Nem chegamos a usar o roteiro e nem fizemos a ficção planejada. O filme se tornou um documentário sobre a morte de nick", Wenders comenta sobre a criação do filme: O Amigo Americano. "Foi assustador filmar a morte em trabalho", ele relata.
Defensor de uma visão ampliada do cinema atual, ele garante aos alunos que o ideal é conhecer de tudo um pouco. Wenders é do tipo que não se deixa abalar pelas críticas e abusa do bom humor: “Houve um tempo em que eu lia as resenhas, hoje nem leio mais. Sempre gosto dos meus filmes que levam a pior crítica”. Apesar de ter feito filmes com uma péssima aceitação da imprensa, chegou a ganhar grandes prêmios, entre eles um Urso de Prata no Festival de Berlim, por "O Hotel de Um Milhão de Dólares" (2000). Sabendo que Wenders é fã de futebol, a direção do Sport Clube Internacional enviou uma camiseta comemorativa à Tríplice Coroa com o nome do diretor gravado nas costas.



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