As feministas invadiram o mundo. Direitos iguais foram exigidos. A mulher largou a beirada do fogão e tentou se igualar ao homem. Esse, tranquilamente, poderia ser um resumo dos últimos tempos, só que não é. Sutiãs foram queimados em nome da liberdade, porém nunca atingimos a verdadeira identidade que tanto sonhamos. Claro, hoje não somos mais vítimas de nós mesmas, dos nossos próprios medos. Em muitos lugares já conquistamos o estudo e o trabalho que fazem parte da vida corriqueira.
Entretanto ainda ganhamos menos e nos esforçamos em dobro. Continuamos na aba do homem, sem eles somos frágeis e desprotegidas. Por maior que seja a nossa força e nossa coragem há muito do que não podemos nos defender. Infelizmente a sensação de vitória é falsa. Não é uma questão de batalha perdida, há uma guerra enorme por trás de nós. A discriminação que sofremos, hoje, não poderia ser mais primitiva, somos acusadas de termos atitude. Sim, isso mesmo: ATITUDE.
Basta listar alguns últimos escândalos envolvendo mulheres: Geisy Arruda, assediada sexual e moralmente pelos colegas por usar um vestido curto e provocante. Monique (do Big Brother Brasil 2012) assediada ao vivo, bêbada, foi ridicularizada ao ponto de dar duas versões de um fato que nem se quer se lembra. E agora Renata (também do BBB12) virou assunto de salão de beleza por ter se envolvido com três pessoas diferentes no confinamento.
O pior, sabe quem esteve ou está realmente julgando a índole dessas meninas? Nós, MULHERES! Ansiamos por um lugar melhor, mas nos autossabotamos. Quando um homem tem um comportamento sexual exagerado ele é chamado de "garanhão" e é visto como um macho dominante. A mulher não, ela continua no estigma da princesinha, da lady comportada e preocupada com o que os outros vão pensar. Somos massacradas quando assumimos nosso desejo sexual ou tomamos atitude nas relações amorosas.
Sinceramente, qual o problema de ser provocante ou de se sair com mais de uma pessoa por noite? Por que temos que achar isso feio e nos represar? Não acho que devemos sair por aí feito primatas enlouquecidas, entretanto podemos e devemos assumir nossas necessidades internas e não nos envergonhar de dar o primeiro passo. Acima de tudo, precisamos parar de fofocar sobre a amiga "pegadora", afinal enquanto ela se diverte, nós nos amarguramos de inveja.
E os homens? Esses precisam de uma lição maior. Eles têm que aprender que eles também podem ser apenas um objeto de satisfação, um brinquedo. Talvez assim, até nos respeitem mais. Essa coisa de vítima está fora de moda. O mundo evoluiu, os gays estão casando, os sutiãs viraram cinzas.
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Delícia de universalização
O gosto geral da população sempre costuma ser matéria de debate. É incrível como as pessoas se dividem para discutir o banal e ignorar aquilo que deveria ser assunto de assembléia. Pierre Bourdieu exemplifica isso bem em seu texto no Le Monde Diplomatique Brasil:
Tomo um exemplo do âmbito da cultura. A gênese do Estado é um processo ao longo do qual se dá uma série de concentrações de diferentes formas e recursos: concentração da informação (relatórios, estatísticas com base em pesquisas), de capital linguístico (oficialização de uma língua como idioma dominante, de forma que as outras línguas de um território nacional passem a figurar como formas depravadas, desviadas ou inferiores à dominante). Esse processo de concentração se dá junto ao processo de desapropriação: constituir uma cidade como capital, como local onde se concentram todas as formas do capital,1 é relegar o Estado e o resto do país à desapropriação do capital; constituir uma língua legítima é relegar todas as outras à condição de patoás.2
Hoje, amanheci vendo Michel Teló na Ana Maria Braga. Ela estava entrevistando o mais novo sucesso das paradas sobre sua fama internacional. Ao pesquisar sobre o assunto me deparei com o vídeo abaixo:
Depois disso cheguei a uma única conclusão: o Estado torna as pessoas ignorantes e as pessoas tornam suas ignorâncias coisas importantes. Enquanto isso criancinhas são mortas por jetskis desgovernados, o Carnaval de São Paulo termina com confusão policial e os políticos fazem a festa as nossas custas. Não estou dizendo que gostar de coisas banais seja ruim, mas é preciso desapegar-se dessas coisas em algum momento. Precisamos pensar mais no bem comum e não só no COMUM.
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