A VIII Semana de Letras começou na última quarta-feira (24) deste mês, trazendo várias atrações, entre elas, o filósofo Draiton Gonzaga de Souza. O evento acadêmico da Faculdade de Letras (FALE), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), promove todos os anos, desde 2000, uma série de atividades e tem duração de três dias. Com entrada franca mediante a doação de um livro de literatura, nesta edição o tema central escolhido foi: “A Globalização Cultural Através das Letras”.
Organizado pela diretora da FALE, Maria Euníce Moreira, em conjunto com os alunos da graduação e pós-graduação, tem como objetivo discutir quais os efeitos da linguagem no mundo. Uma das palavras mais pronunciadas ontem foi: hermenêutica – que quer dizer interpretação do significado. Draiton Gonzaga de Souza, doutor em Filosofia pela Universidade de Kassel (Alemanha) e professor da Faculdade de Filosofia da PUCRS, falou sobre a importância da língua. “Nós não temos um acesso direto ao mundo, nosso acesso a ele é sempre através da língua”, enfatizou o professor.
Outro ponto alto da palestra, ministrada por Gonzaga de Souza, foi em relação ao desenvolvimento filosófico das letras. “A nossa compreensão sempre se dá através de um processo histórico, pois já estamos marcados por uma história que nos precede. Estamos sempre no passado”, refletiu o palestrante quando questionado sobre a emblemática, homem versus espaço e tempo. Ele ainda grifou que há limitações na interpretação humana: “a nossa compreensão é finita, parcial e a partir de uma perspectiva. O que nós fazemos permanentemente é discutir”.
Ainda na tarde de ontem, uma sessão de cinema seguida de um debate entre os professores da casa, Carlos Gerbase e Luis Antônio Assis Brasil, fez lotar o auditório do prédio nove da PUCRS. “Paisagem de Meninos”, curta-metragem brasileiro escolhido pelos alunos, retrata a trajetória de quatro amigos no interior do estado do Paraná. Na trama, os meninos aficionados por cinema são impedidos de ver o último episódio da sua série favorita por causa de uma nova regra imposta no teatro. Para resolver o conflito, os meninos criam um plano, mas um deles não consegue entrar no cinema e daí em diante passa a ser o personagem principal de seu próprio relato.
Gerbase fez uma crítica construtiva em cima do curta de Fernando Severo e depois falou sobre influência da literatura na projeção. “No cinema se concretizam coisas que na literatura o leitor tem que imaginar”, o professor de Produção Audiovisual da PUCRS explicou a dificuldade dos diretores de fazer com que o roteiro vire filme, seguindo a risca todas as sensações que a leitura causa no ser humano. Assis Brasil analisou por outra perspectiva, segundo ele, o filme demonstra como a mente pode ser fértil: “ele mostra todo esse poder que temos de imaginar”.
Para encerrar o dia, ainda ocorreram apresentações de trabalhos dos alunos e uma palestra sobre o ENADE, por Marisa Smith. Hoje (25), diversas oficinas foram postas a disposição dos inscritos no evento, tais como: “A Arte de Contar Histórias”, com Celso Sisto e “Leitura da Literatura e Multimídia”, com Ana Maunari e Daniela da Silva. Na sexta-feira, último dia do simpósio, haverá um debate com Valdir Flores sobre o tema “A Lingüística e o Lingüista em Tempos de Pós-Modernidade”. Logo após, apresentações de formandos e uma mostra cultural com Aureliano Hernández. Para finalizar, uma sessão musical com a banda The Robert’s será oferecida no auditório do prédio nove às 21 horas.
Veja AQUI o cronograma!
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