segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Twitter


Quem não se lembra daquele tempo em que para falar com alguém que estivesse distante era preciso telefonar para um telefone fixo? Se a pessoa em questão estivesse fora do país, só com carta mesmo! Muita gente hoje não dá bola para isto, mas a comunicação avançou séculos em apenas vinte anos.

Passamos de um processo que levava dias, até mesmo semanas, para um meio virtual, simultâneo e instantâneo. Aconteceu, está na internet. E cada ano que passa, este elemento vai sendo lapidado até se tornar o mais breve e acessível possível. Foi o que aconteceu com o Twitter. Surgiu com a idéia de ser um microblog, na tentativa de superar outras redes sociais já em decadência.

No entanto o propósito do site se desviou e tomou outros rumos. Assim como antigamente era árduo mandar informações de outros países para que os jornais aqui transmitissem ao vivo, hoje graças aos sites como Twitter o jornalismo ficou ágil e superou a barreira do tempo. Não que isso seja um fator positivo. Na verdade, há bens que vem para males. O Twitter pode ter aproximado as pessoas em uma escala que Marshall Mcluhan jamais imaginaria. Porém a rapidez afeta a qualidade.

Essa semana, vi cada coisa no microblog que fiquei estupefata. Mataram Dinho Ouro Preto, e até venderam os ingressos para seu funeral, em um dia de tédio. Sem falar no número incalculável de fofocas e intrigas que o site provoca. Não deveria ter a credibilidade que conquistou em tão pouco tempo. Jornais, canais de televisão, até o presidente dos Estado Unidos estão lá com suas notícias e opiniões.

O Twitter é foco do Observatório da Imprensa, de ombudsmans e outras ouvidorias de grupos de comunicação. Manchetes feitas por estagiários pipocam todo segundo no ar. Cada atualização de página é uma história. Quinze minutos de fama para quê, se podemos contar nossa história em 140 caracteres com direito a links na internet? Toda polêmica boa é digna de um lugar decente nos trending topics da página.

Nada mais importa do que ser o primeiro. Dar o furo. Quem falar primeiro não precisa passar um retwitte. Os atrasados são obsoletos  e ficam no passado. A empolgação com o site foi tanta no início que o Twitter está em primeiro lugar das palavras mais buscadas e faladas do ano, segundo a pesquisa do Global Language Monitor. Depois dessa, vem Obama e H1N1. Tamanha dimensão e nenhuma responsabilidade, nenhum controle, onde será que isso vai parar?

Site brasileiro sobre o Twitter: http://www.twitterbrasil.org/

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