Hoje tive uma cadeira cujo nome é, Comunicação comunitária. A professora, Neca Machado, propôs um debate sobre o que era comunicação comunitária na nossa humilde opinião de estudante de segundo semestre. Claro que deu quebra pau na sala de aula, mas isso é o de menos, o que me deixou de queixo caído foi a falta de realidade de alguns colégas de jornalismo. Segundo um coléga meu, o jornalismo tem que ser cada vez mais robusto e adaptado para ser rápido e acessível. Mas ele não quis dizer no sentido de que o jornalismo deve se tornar acessível em qualquer lugar, e sim no sentido de que o texto não interessa, o que interessa é o lead (seis perguntas básicas do jornalismo). Achei um absurdo, qualquer idiota sabe escrever um lead, se o jornalismo se resumir à isso a profissão de jornalista deixará de existir. E para piorar, em cima da classe dele estava o livro "Hiroshima" do John Hersey, que se trata de um livro-reportagem sobre a tragédia nuclear. Entendem a contradição? Hoje em dia, todo mundo quer as coisas mastigadas, prontas. "Os jornalistas são os trabalhadores manuais, os operários da palavra...", segundo Marguerite Duras, essa é a função do jornalista. Ser jornalista não é relatar o fato em si, mas dar vida ao fato, situar o leitor dentro daquilo que é narrado. Ser jornalista não é apenas ser um comunicador, é muito mais do que isso. Uma vez ouvi dizer que o jornalista é quem dá emoção à notícia, uma definição um tanto romântica, porém correta. Aliás, como dizia Philip L. Graham, "o jornalismo é apenas o primeiro rascunho da história". Fico impressionada com as criaturas que vão para a faculdade e acham que a melhor revista do mundo é a Veja pela sua sinceridade. Desde quando a Veja é uma revista sincera? Se faz de esquerda, mas sempre dá ênfase à direita. Sério, tem coisas que não dá pra entender mesmo. Acho que o problema é maturidade, essa gente que lê pouco, vive na Internet e acha que sabe tudo, acha que Veja e Diário Gaúcho são o futuro do jornalismo, nada contra esses meios, mas convenhamos que um estudante tem que ser open-minded sempre, não é? Enfim, espero que esse tipo de coisa mude, que os jovens de hoje tomem consciência de que fazer um manifesto não é apenas ficar sentado atrás do pc escrevendo no Orkut, e sim sair nas ruas, provar o seu valor, argumentar.
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