Um turbilhão de pensamentos invadiu a mente dele. Ela se sentiu traída e corou de raiva. Ele, obviamente, nem percebeu. Estava resistindo aos sentimentos que brotavam mais que as gotículas de suor na sua testa. Tão juntos e tão distantes...
A raiva se dissipou e ela pousou sua mão sobre a dele. Estava fria, "como seu coração", pensou. A mão dele esquivou-se lentamente, como quem quer e não quer viver o que sente. "Não seja bobo", disse ela num rompante.
A noite era quente, mas não tanto quanto o dia havia sido. As estrelas brilhavam opacas e distantes. Nenhum carro na rua. Mais uma vez os olhos se encontraram. As bocas se aproximaram. Um roubava o ar morno do outro. Os corações descompassados batiam alto. Os lábios se encostaram gentilmente causando uma onda de alívio nela.
Ele virou o rosto bruscamente.