domingo, 20 de novembro de 2011

2012 countdown

Sei que é cedo para fazer listas de tarefas de ano novo. Mas já que, na teoria maia, o ano que vem é o último e eu estou sofrendo de depressão de domingo, vamos aos projetos futuros:

0 - ARRANJAR UM EMPREGO!
1- Me consagrar no teatro, afinal eu acho que nasci para a coisa.
2- Reformar o banheiro, porém decentemente, com uma construtora e pedreiros de verdade, nada de embromations ou tapa-buracos.
3- Fazer minha tattoo de gatinho, estou decidida.
4- Ser mais criativa, principalmente na decoração de ambientes e largar a preguiça de lado para pôr as mãos à obra.
5- Escrever aquele livro que eu comecei e nunca terminei.
6- Voltar a tocar, porque só depende de mim (e de cordas novas).
7- Me libertar de certos dogmas hahaha.
8- Viajar pelo mundo (sempre).
9- Arranjar um namorado: estou aceitando lenhadores canadenses e uruguaios latinlovers com barba style.
10- Ter uma vida financeira estável. (impossível)
11- Ser AINDA MAIS paciente.
12- Ser mais saudável e deixar os doces para os finais de semana.
13- Voltar a nadar.
14- Aprender dança do ventre e tango. (?)
15- Plantar mais árvores, uma só é muito pouco para o tempo de vida humano.
16- Ter ou ajudar com mais frequência uma ONG em prol dos animais.
17- Perder mais uns 5kg. (falta pouco)
18- Me atualizar no mundo musical e das artes.
19- Tirar a carteira e ter um carro. (se depender do sistema, estou ralada)
20- Ser feliz!

Estão aí, os 20 mais glamurosos projetos do meu próximo e talvez último ano. HAHAHA
Ok, preciso parar de pensar no fim do mundo. A culpa é da mídia.
E vocês, o que querem fazer?

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A pele que habito

Mais do que uma crise de identidade. A pele que habito é uma metamorfose kafkiana. Um retrato da pós-pós-modernidade. Talvez até da hipermodernidade. Bauman deve estar morrendo de inveja de Almodóvar. O sucesso do filme como tal é estrondoso e não se dá pelo mistério que o cerca. Na verdade, o longa é bastante óbvio. Mas o que fascina é a audácia de Almodóvar de trazer o enredo ao ponto máximo da individualidade. Assim como Saramago, em O ensaio sobre a cegueira, o cineasta espanhol detona com o ser humano, regredindo-o ao animal que é.
Saí do cinema em estado de êxtase. Para ser sincera, é o segundo filme dele que eu gosto. O primeiro foi Volver, uma história apaixonante e muito verdadeira em diversos aspectos. Porém, A pele que habito superou seus outros trabalhos. Misturando elementos da psicologia e do cinema, indo desde a ficção científica até o universo particular da homossexualidade. Almodóvar mostrou que é capaz, não só de fazer bons filmes, como também de ler aquilo que se passa na mente do espectador.
O estado de vigília no escuro da sala é inevitável. Somos transportados para El cigarral (local onde se passa o enredo) e obrigados a pensar como Robert (Antonio Banderas), protagonista. O conflito ético nos banha da mesma maneira que ao personagem. Aos poucos, a história vai se encaixando e as diferentes reações do público, aparecendo. Muitas pessoas, atordoadas com a petulância do filme, deixaram o cinema indignadas antes do gran finale. Outras permaneceram interessadas.
Antonio Bandeiras também não deixa a desejar. É o legítimo médico-monstro, sempre brigando com suas duas personalidades. E, meus deus, como Vera (Elena Anaya) se parece com Vicente (Jan Cornet). Fiquei convencida que eram a mesma pessoa. Uma obra prima do cinema, como não se via há tempos. Carregada na simbologia e nas mensagens entrelinhas. Enfim, é um filme para ver e pensar.


quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Sobre um tal metrô em Porto Alegre

Desde que essa história de metrô em Porto Alegre foi anunciada e confirmada que eu venho falando do absurdo que é. A começar pelo investimento: quase dois bilhões de reais. Sendo, desse valor, R$ 1 bilhão "doado" pelo governo federal. Dinheiro mais do que suficiente para: construir umas 3 escolas, reformar um hospital, comprar milhares de medicamentos ausentes no Sistema Único de Saúde (SUS), entre outras coisas.
Meu problema com o metrô não é apenas de cunho financeiro. Simplesmente não vejo necessidade dele. Pelo menos não no local onde o projeto será aplicado. Quem será beneficiado com um metrô que vai da Fiergs ao centro? Um número pequeno de pessoas que provavelmente trabalha na Fiergs. Outra questão é a segunda fase que envolve a aplicação do sistema ferroviário na Azenha. Vocês conseguem imaginar o caos que será uma obra subterrânea na Azenha? E se o projeto parar no meio, como tantos outros, o que farão essas pessoas que moram e trabalham no local? Vão falir a Azenha, uma das avenidas mais importantes da capital.
Sinceramente, vivemos em um país rodoviário. Ou melhor, infelizmente. Mas agora é tarde para mudar esse fato. Escavar ruas e avenidas para construir um metrô não é a solução mais plausível, muito menos a mais barata. Porto Alegre já experimentou de ideias absurdas como essa no passado. Quem é daqui sabe, e quem não é também já ouviu falar, do famoso aeromóvel. Até hoje apodrecendo ao lado do Gasômetro. Aliás, transporte esse, que recebeu R$ 29,9 milhões para ser reativado compondo uma ligação do trensurb com o aeroporto. Uma bagatela.
A prefeitura, o governo do estado e o federal deveriam sim investir em transporte. Porém, em transportes essenciais à nossa sociedade. Se somos rodoviários e não há espaço para mudar, por que não incentivar o sistema já existente? Por exemplo, a implementação de ônibus elétricos ou movidos a luz solar seria excelente. O próprio aumento da frota de ônibus e a realocação de linhas já tornaria nosso trânsito produtivo. Além disso, se vão investir no ferroviário, que seja em locais onde há defasagem de transporte; como na Ipiranga onde a falta de corredor propício atrapalha o trânsito de veículos, ou na zona sul que carece de ônibus de qualidade e até mesmo nas ligações interurbanas.
Tirem suas próprias conclusões, no entanto não reclamem quando as coisas não derem certo. A hora de se levantar contra esse projeto é agora.

Vídeo feito pela prefeitura para divulgação do novo metrô: