quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Livro desvenda história da Segunda Guerra

O escritor alemão Günter Grass publica, neste mês de agosto pela Record, sua mais nova obra literária: Nas Peles da Cebola (Beim Hüten der Zwiebel, nome original em alemão). Com quase 500 páginas, Grass conta como foi parar nas fileiras da Juventude Hitlerista aos 12 anos de idade durante a Segunda Guerra Mundial. A publicação está a venda nas livrarias, em torno de R$60,00 e já agradou críticos da área.

“Grass revira seu próprio passado, desnuda sua vida em confessional e escancara, sem hipocrisia ou medo de represálias, um segredo crucial: de que serviu à tropa e ao ideal nazista”, revela Rafael Dias, crítico literário. Conhecido pelo seu romance escrito em 1956, em Paris, O Tambor, história da guerra narrada pela perspectiva de um anão, Grass conquistou um prêmio Nobel da Literatura em 1999.

Em uma quase autobiografia, Nas Peles da Cebola revela o encontro de Grass com Joseph Ratzinger, atual papa, na zona branca. No trecho retirado da obra ele descreve as características do então religioso: “aí está Joseph, fala comigo em voz impertubavelmente baixa, sim, até mesmo suave ”. Na época, Ratzinger já mencionava os dogmas e era afeito de Santo Agostinho.

Nascido em 1927, em Dantzig, na Alemanha, Grass teve uma infância difícil e conturbada pelos conflitos mundiais. Depois da guerra, em 1948, foi estudar pintura e escultura na Academia das Artes de Düsseldorf, mas acabou por se formar em 1955 na Academia Estatal de Belas-Artes de Berlim Ocidental. Apesar de ter apoiado a cauda nazista e ajudado a formar os pelotões da Waffen-SS, Grass se tornou um pacifista nos anos 70 e defende o papel dos intelectuais na construção de um mundo melhor.

domingo, 9 de agosto de 2009

Nem todo primo de peixe, peixinho é

Recebi a revista Isto É hoje, como todos os domingos, e fui logo ler a entrevista principal, minha seção favorita. O escolhido da semana é Pedro Cardoso, o ator que interpreta o personagem Agostinho no programa "A Grande Família", primo do ex-presidente da república Fernando Henrique Cardoso (FHC). E o assunto não podia ser nada mais nada menos que política.

Ignorando a falta de revisão do texto, já prevista, e impressionada com a opinião de um homem com quase meio século de vida e 30 anos de carreira na Rede Globo, eu simplesmente devorei o artigo. Nunca imaginei que um ator, primo de um político de direita pudesse ter uma disposição política tão forte. E mais, o que ele fala e faz não é alienação! Sim, ele lê e parece extremamente bem informado, pois suas críticas são cheias de embasamentos em situações reais das quais fazemos parte atualmente.

Talvez tenha sido preconceito da minha parte pensar que atores e parentes de políticos faziam parte de um circo onde os palhaços são pagos para nos entreter. Pedro Cardoso não é um palhaço. Ele é um brasileiro comum, que apesar de não ter as mesmas necessidades do povão não se cala diante da injustiça que este vive e muito menos acha que a solução é ser indiferente como toda a classe política tem agido. Com certeza um exemplo de pessoa que não se deixou levar pela fama e sucesso e teve coragem de aparecer em um veículo de grande porte e desopilar o fígado sem papas na língua, coisa que todos deveriam fazer de vez em quando.

Blog do Pedro Cardoso